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 Release
30/09/2009
Ampliar pista de Congonhas é erro grave


Por Eng°Creso de Franco Peixoto *

Imponente obra arquitetônica incrustada em seu terminal, ícone da aviação civil brasileira e referência incontestável da acessibilidade ao grande portal econômico paulistano são alguns adjetivos que se podem aplicar ao Aeroporto de Congonhas. Contudo, pode-se subentender como erro estratégico e ambiental querer perenizar sua função como prático e único acesso aéreo ao seu centro gerador de tráfego, a metrópole paulistana. De que forma? Aumentando sua pista principal de pouso e de decolagem, como se tem noticiado, visando aparente segurança.

A principal pista de pouso e de decolagem de Congonhas, com extensão da ordem de 2 km, é suficiente para operar as maiores e mais frequentes aeronaves do mix de frota, Boeing tipo 737 e Airbus tipo 320 ou equivalentes, desde que estejam operando sem qualquer restrição quanto a sistemas de freagem. Nas extremidades desta pista há zonas de parada para assegurar aeronaves em caso de decolagem com falha, que não são suficientes para evitar o abismo da tragédia em caso de pouso com determinadas avarias.

Contudo, aumentar sua extensão em aproximadamente 1 km converge para grave erro. Pista é, por definição, a extensão de pavimento normal, projetado e construído para suportar a carga do tráfego previsto. Aumentar sua extensão corresponde a aumentar a permissividade das empresas aéreas quanto a peso e combustível, atendendo às suas premissas logísticas, óbvias sobre lucro maior.

O que se pode efetuar é a redução da extensão de pista, deixando mais espaço para os prolongamentos de segurança. Desta forma, com pista oficial mais curta, os pilotos deverão planejar os vôos para menor carga, maximizando segurança e não lucro. Assim, pode-se resgatar o conceito de segurança do passado, quando aeronaves Electra II eram utilizadas na ponte aérea e que foram aposentadas silenciosamente por idade e não por qualquer acidente que merecesse a grande mídia.

A opção do aumento da pista teria como suporte um viaduto, a avançar sobre os bairros de Moema ou Jabaquara. Este projeto iria, no mínimo, gerar impacto social considerável, por avançar em área fortemente adensada bem como socializar o ruído sobre área muito maior. Acrescente-se ainda a possibilidade de operar aeronaves maiores, cujo ruído inadmissível seria suficiente para o embargo de tal obra. Seria uma obra mais conhecida em fórum do que pelo canteiro. Não haveria pilar para sustentação.

Extensão de aproximadamente 1 km de pista em viaduto foi efetuada no Aeroporto da Ilha da Madeira, em Portugal, onde não há sequer espaço para outro aeroporto nem topografia suave. Curiosamente, houve uma tragédia com aeronave derrapando em pista molhada, antes desta ampliação. Custou meio bilhão de Euros. Supondo este custo em Congonhas, sob equivalência entre custo daquele aterro sobre mar e custos de indenização de moradores atingidos em Congonhas, poderíamos, certamente, estender o Metrô até o Aeroporto de Guarulhos, a real necessidade para torná-lo mais atraente aos passageiros e diminuir a pressão de demanda sobre Congonhas. Pena que esta absoluta necessidade de qualquer metrópole, um Metrô cuja extensão gere vontade de se deixar o carro em casa, minimizando os já graves problemas de congestionamento, que geraria definitiva solução para Congonhas, não seja levada a sério.

* Creso de Franco Peixoto é engenheiro civil, mestre em Transportes e professor de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) .

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