A indústria automotiva passa por frequentes transformações, com a missão de entregar produtos e serviços cada vez mais eficientes, seguros e atrativos para o cliente final. Algumas mudanças tecnológicas são consequências de novas legislações, como por exemplo no Brasil os requisitos do programa Rota 2030, enquanto outras decorrem da concorrência de mercado no atendimento às expectativas do consumidor.
De um lado, o poder público determina que os veículos sejam continuamente mais eficientes, menos poluentes e mais seguros. Por outro lado, o cliente final busca cada vez mais atrativos de conforto, conectividade, infotainment e desempenho veicular. Adicionalmente, não faz parte das expectativas do consumidor que o atendimento às demandas de legislação possa impactar negativamente o desempenho do automóvel ou o prazer em sua condução.
Diante disso, os participantes da cadeia automotiva têm ainda como desafio adicional desenvolver tecnologias que não gerem impactos expressivos sobre o preço do veículo ou seu custo de manutenção. Estes são fatores preponderantes para a opção de compra do cliente final, que a princípio não está disposto a pagar preços mais elevado pela propriedade do veículo pelo fato dele atender às legislações vigentes.
É possível encontrar com cada vez mais frequência no mercado brasileiro carros com recursos de eletrificação de motorização e de condução autônoma em nível intermediário, como sistemas de controle adaptativo de aceleração e frenagem, ou auxílio ao estacionamento. À medida que estas tecnologias são incorporadas à produção local de veículos, aumenta a demanda sobre os participantes da cadeia produtiva e do mercado de reparação e reposição de estarem aptos a lidar com sistemas de maior complexidade tecnológica.
Neste contexto, a qualidade mandatória, que diz respeito ao atendimento de especificações e normas, deve ser vista como nada menos que a obrigação de cada fabricante. Atualmente o cliente final tem à disposição uma extensa gama de veículos de excelente qualidade, e a ocorrência de falhas no campo, associada a mídias sociais cada vez mais ativas, pode ser fatal para a reputação de qualquer marca.
É fundamental que a discussão nas organizações avance para além da qualidade mandatória e siga cada vez mais na direção da qualidade atrativa. Os participantes da cadeia automotiva precisam concentrar recursos em desenvolvimento e entrega de produtos e serviços que, para além de serem isentos de defeitos e atenderem às funções esperadas, produzam o encantamento do cliente.
Portanto, os sistemas de gestão da qualidade das organizações precisam ser eficientes e integrados, a fim de abranger não só o desenvolvimento e a manufatura de produtos e serviços, mas também inúmeras outras funções das organizações que impactam na satisfação do cliente, seja ele o próximo elo da cadeia ou o cliente final. Por isso, um bom sistema de gestão da qualidade é fundamental para a competitividade da empresa no mercado.
Com o objetivo de responder a estes desafios, que envolvem mudanças tecnológicas, sociais e ambientais com impacto direto no setor da mobilidade, o IQA – Instituto da Qualidade Automotiva desenvolve novos projetos a partir do conceito de mobilidade ampliada e oferece ao mercado amplo portfólio de produtos e serviços. O propósito do Instituto é acompanhar todas as transformações e se manter como referência para o setor neste momento de maior integração do País com o mundo e elevado desenvolvimento tecnológico.
* Bruno Neri é diretor do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva e gerente corporativo de vendas da Bosch
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