São Paulo – Faltam poucos dias para o início da 24ª Competição Baja SAE BRASIL - PETROBRAS, que será realizada de 22 a 25 de fevereiro, em São José dos Campos, SP. Os carros que vão disputar as provas foram desenvolvidos e construídos por universitários de Norte a Sul do País, orientados por professores. Além da parte técnica dos protótipos, os estudantes são responsáveis pela administração da equipe e viabilidade econômica do projeto.
A região Sudeste lidera em número de inscrições, com 48 equipes, 20 delas do Estado de São Paulo. Minas Gerais inscreveu 13 equipes, Rio de Janeiro 11 e Espírito Santo duas.
As três instituições de ensino que alcançarem as melhores pontuações na soma geral de todas as provas poderão representar o País na Baja SAE Kansas, competição anual da SAE International, realizada em Pittsburg (EUA), de 17 a 20 de maio, onde o Brasil foi vencedor por cinco vezes.
Baja Mud Racing – A equipe da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (SP) traz este ano um carro construído com materiais mais resistentes e leves, com redução de peças baseada em dados fornecidos por cálculos estruturais. O capitão João Vitor Valentin Arruda, 23 anos, 7º semestre Engenharia Mecânica, conta que o projeto foca também na facilidade de manutenção. “Temos um novo chassi, mais leve, resistente e econômico, adotamos peças mais modernas como um novo sistema de CVT (Continuously Variable Transmission), um novo dashlogger (sistema de monitoramento e aquisição de dados), e melhoramos o processo de laminação da carenagem”, aponta.
Camaleão – A equipe novata do Centro Universitário Newton Paiva, de Belo Horizonte (MG), instituição que já participou de competições regionais do Baja, é composta por 13 membros, a maioria estreante na competição. “Adotamos o princípio de fazer mais com menos, optamos por processos de fabricação simples e de rápida execução para a confecção dos elementos”, destaca Rodolfo Otávio Alves, 24 anos, 6º período de Engenharia Mecânica, capitão da equipe. A Camaleão apostou pela primeira vez no uso de alumínio nos links da suspensão dianteira para facilitar o processo de fabricação, e em um sistema na suspensão traseira que permite o deslocamento dos links, com melhores resultados de dirigibilidade.
Reptiles – Sexta colocada na competição Baja Regional Sudeste em 2017, a equipe da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio) destaca o design e a barra anti rolagem na suspensão do carro como diferenciais do projeto. A Reptiles usou pela primeira vez um microscópio eletrônico de varredura para testes em componentes danificados e focou no estudo de materiais para obtenção de mais leveza no veículo, e também de diversas configurações da CVT para conseguir velocidade ideal em cada prova. “Esperamos melhorar o desempenho em relação à última competição nacional, dividimos a nossa equipe em subsistemas, cada um responsável para manutenção e fabricação dos seus componentes. Nesse carro, visamos a utilização de planos para montagem da gaiola, facilitando a fabricação por meios de gabaritos”, explica Luciana Heringer Matilde, capitã da equipe.
Vitória Baja - Veterana na Baja SAE BRASIL a equipe da Universidade Federal do Espírito Santo, vai com diferenciais no protótipo, como barra estabilizadora para melhoria do desempenho em curvas, alívio de massa das engrenagens da caixa de redução, sistema de arrefecimento da CVT, novo banco adaptado às características do piloto, novo painel e melhorias da eletrônica embarcada, além de melhorias no design. “Estamos confiantes na evolução do desempenho do protótipo e esperamos progressos nas provas de aceleração e velocidade, a ergonomia do carro também melhorou”, diz o capitão Vinícius Michalovzkey.
O Baja – O Baja SAE é um protótipo de estrutura tubular em aço, monoposto, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas e motor padrão de 10 HP, capaz de transportar pilotos com até 1,90 m de altura e até 109 kg. Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são projetados e construídos pelas equipes, responsáveis pela viabilidade econômica do projeto.
“Nos programas estudantis promovidos pela SAE BRASIL os jovens descobrem como trabalhar em equipe e, dentro das regras do jogo, qualificação que o mercado exigirá mais tarde como profissionais”, analisa Mauro Correia, presidente da SAE BRASIL.
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