As equipes paulistas EESC USP Fórmula, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, e Fórmula FEI Elétrico, do Centro Universitário da FEI, venceram respectivamente nas categorias Combustão e Elétrico a 12ª Competição SAE BRASIL-Petrobras de Fórmula SAE. A competição, que durou três dias, encerrou-se neste domingo, 4 de outubro, no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba, SP, com a participação de 42 equipes, entre 49 inscritas.
A equipe de São Carlos comemorou muito o resultado. Com frase “o campeão voltou”, a equipe lembrou o pódio do primeiro ano da competição. “Tínhamos muita certeza de que íamos conseguir ganhar e ganhamos. Estamos muito felizes”, disse Matheus Braga, capitão da equipe, composta por 88 integrantes. A segunda colocada na Categoria Combustão foi a equipe RS Racing, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), seguida pela equipe V8, da Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens). Essa foi a primeira vez que a equipe gaúcha chegou entre os finalistas da competição, fato comemorado por todos os presentes.
Categoria Elétrico – Pela primeira vez na liderança da categoria, a equipe Formula FEI Elétrico também festejou o resultado. “Conseguimos! Há três anos a gente vinha acumulando a segunda colocação. Foi o resultado de muito esforço”, comemorou Guilherme Luís Paulo, membro da equipe de São Bernardo. A equipe superou diversos problemas que surgiram durante a competição, a ponto de quase não conseguir preparar o veículo para o Enduro. A equipe Unicamp E-Racing, da Universidade Estadual de Campinas, foi a segunda colocada na categoria Elétrico. Em terceiro lugar ficou a equipe EESC USP Tupã, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo.
Com o resultado, a equipe EESC USP Fórmula ganhou o direito de representar o Brasil entre 11 e 14 de maio de 2016 na Formula SAE Michigan. As equipes RS Racing e Fórmula FEI Elétrico poderão representar o País na Formula SAE Lincoln, em Nebraska, de 15 a 18 de junho de 2016. As duas competições são realizadas pela SAE INTERNATIONAL, nos Estados Unidos, em que participam equipes de diversos países e onde o Brasil tem conquistado ótimas colocações entre os Top Ten.
Em Piracicaba, o Comitê Técnico também homenageou as melhores equipes por prova:
Categoria Combustão:
Aceleração – equipe FSAE Unicamp (percorreu 75 metros em 4,04 segundos e atingiu 110 km/h).
Apresentação – equipe FSAE Unicamp.
Autocross – equipe EESC USP (1020 m em 1 minuto e 14 segundos).
Custo e Manufatura – equipe EESC USP.
Projeto – equipe EESC USP.
Economia de combustível – equipe RS Racing.
Enduro – equipe RS Racing (completou 22 voltas em 33 minutos).
Skid-Pad (teste de aceleração lateral do veículo) – equipe EECS USP Fórmula.
Categoria Elétrico:
Aceleração – equipe Unicamp E-Racing (percorreu 75 metros em 4,116 segundos e atingiu 102 km/h).
Apresentação e Marketing – equipe Unicamp E-Racing.
Custo e Manufatura – equipe Fórmula FEI Elétrico.
Eficiência energética – empate técnico entre FEI e Unicamp E-Racing.
Design – equipe Unicamp E-Racing.
Enduro – equipe Fórmula FEI Elétrico (completou 22 voltas em 32 minutos).
Autocross – equipe Fórmula FEI Elétrico (1020 m em 1 minuto e 14 segundos).
Skid-Pad (teste de aceleração lateral do veículo) – equipe Fórmula FEI Elétrico.
Foram três dias de provas estáticas e dinâmicas aplicadas por juízes da indústria da mobilidade, no autódromo do ECPA, que atraiu um público de mais de 2 mil pessoas.
Tecnologias – Entre as inovações apresentadas nos carros, o Comitê Técnico observou grande evolução das equipes. A busca por materiais alternativos, como o uso no painel de resina biodegradável obtida a partir do óleo de mamona. Fibra de coco foi tendência nos carros, assim como a aplicação do aço de alta resistência no chassi.
O uso da simulação computadorizada é cada vez mais crescente para otimizar o peso dos carros, que também apresentaram-se ainda mais seguros. Exemplo foi que 28 carros, entre os 37 Fórmula SAE que chegaram ao ECPA, foram aprovados para o Enduro, um circuito de 22 km dividido em duas baterias de 11 km e dois pilotos, em que os carros tinham de completar 22 voltas no total.
Na Categoria Elétrica, o uso de baterias de tração removíveis por fator de segurança também foi novidade. Outra criatividade foi a aplicação de dois motores, acoplados a cada roda traseira, exigindo diferencial eletrônico para gerenciar o correto giro destas rodas nas curvas.
“As competições estudantis da SAE BRASIL são uma ferramenta fundamental para o fomento da engenharia e porta de entrada para o mercado de trabalho, pois despertam o interesse de empresas do setor e também dos jovens, que não raro saem das provas com estágio garantido”, aponta Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL. |