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 Release
19/08/2014
Engenheiros dizem que Inovar-Auto pede mudanças incrementais

12º Simpósio SAE BRASIL de Powertrain mostrou rotas para inovação, conteúdo local e eficiência energética

Em vez de grandes saltos tecnológicos, o Inovar-Auto exigirá inovações incrementais em curto prazo e capacitação da indústria automobilística para que atenda ao pilar inovação, conteúdo local e eficiência energética, na opinião dos palestrantes do 12º Simpósio SAE BRASIL de Powertrain, que reuniu mais de 200 participantes no Parque Tecnológico de Sorocaba, dias 11 e 12 de agosto. Com duas programações, o encontro abordou motores Ciclo Otto e sistemas de transmissões, em que especialistas do Brasil e Exterior analisaram o panorama da engenharia nacional.

Ciclo Otto – No primeiro dia, a programação de motores Ciclo Otto, dirigida por Eduardo Tomanik, coordenador da Comissão Técnica de Motores Ciclo Otto, recebeu seis palestras e um painel. André Gouvea, analista de Engenharia de Calibração da Magneti Marelli, disse que para garantir o bom funcionamento, performance e segurança, todos os componentes do veículo devem ser testados em todas as condições possíveis e em todas fases do desenvolvimento do veículo. “Quão mais rápido forem realizados estes testes, mais cedo se pode detectar e corrigir problemas”, alertou.

Eduardo Xavier, líder de Base Engine Calibration – Engenharia de Produto da Fiat Powertrain, discutiu sobre o desenvolvimento de calibração de base por meio de modelos matemáticos que permitem grande economia de tempo. Na sequência, Wilson Luiz Guesser, diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Meio Ambiente da Tupy, apresentou novas tecnologias empregadas na fabricação de blocos de motor em ferros fundidos. Comparou diferentes tipos de ferros fundidos com liga de alumínio de acordo com requisitos como resistência mecânica, rigidez, resistência à fadiga, condutibilidade térmica e resistência ao desgaste. “São crescentes os desafios, portanto existe a necessidade contínua de desenvolvimentos tecnológicos em materiais e processos de fabricação. A competição entre o alumínio ou o ferro fundido será constante e saudável”, avaliou Guesser.

ThermoManagement foi o tema de Marcos Bernhard, gerente sênior da divisão Negócios de Motores da Schaeffler, que falou sobre os motivos que levam os carros do futuro a gerenciar a troca térmica. “Visando o aumento de eficiência e a redução de emissões, o gerenciamento térmico proporciona tempo de aquecimento mais rápido, na partida no motor, bem como permite o melhor aproveitamento da troca térmica para se reduzir o atrito, principalmente, em baixas rotações”, apontou.

Ricardo Martins, gerente geral da Hyundai Motor Brasil, apresentou uma gama de motores fabricados pela montadora sul-coreana, com foco no HB20, e disse que, por enquanto, toda a engenharia de desenvolvimento de motores continua na Coreia do Sul. “Mas nossa intenção é que a midiatização desses produtos, principalmente motor e câmbio, se dê em 2016/2017 com a vinda da fábrica de motores e transmissões da Hyundai para o Brasil”, anunciou.

Bruno Bragazza, gerente de Inovação e Propriedade Intelectual da Robert Bosch, apresentou panorama sobre o Inovar-Auto e outros instrumentos disponíveis no Brasil para o fomento da inovação tecnológica, mas pouco utilizados pelas empresas, a exemplo da Lei de Inovação. “O governo tem feito sua parte. Talvez nós só precisemos colocar mais força na propulsão. Então, eu instigo vocês a pesquisarem e levarem instrumentos para as suas empresas”, disse.

No painel “Motores de Combustão Eficientes – Atuais e Futuras Estratégias”, Emmanuel Salin, gerente de Calibração e Concepção de Motor da PSA Peugeot Citroën, mostrou a nova plataforma de motores downsizing, altamente carregados, desenvolvidos para uso mundial nos próximos 15 anos. Trata-se de uma plataforma de motores 1.2, que tem uma versão naturalmente aspirada e outra versão sobrealimentada com injeção direta.

Já Uwe Martin, supervisor técnico de Projetos de Powertrain e Desenvolvimento Mecânico da AVL List GmbH, defendeu a ideia de que ainda existe grande potencial para a melhoria dos motores convencionais no Brasil, por meio da adição de tecnologias como trem de válvula variável. Por fim, Oliver Rüetten, diretor técnico da FEV Brasil Tecnologias de Motores, comentou sobre testes de mecânica e validação para novos veículos flex-fuel, comparando etanol e gasolina.

No segundo dia, três painéis temáticos com especialistas brasileiros e do Exterior discutiram a contribuição de lubrificantes na economia de combustível, novas tecnologias de turbocompressores, bem como a necessidade de adequá-los para o uso em motores flex e, por fim, como incrementar a interação indústria-universidade para aumentar a competitividade tecnológica automotiva das indústrias no Brasil.

Sistemas de transmissões – No primeiro dia, a programação de sistemas de transmissões – dirigida pelo chairperson Mauro Moraes – consistiu em seis cursos. Milton Dias Júnior, professor da Unicamp, e Vinícius Simionatto, estudante PhD da Unicamp, apresentaram modelos de simulação numérica para solução de casos de NVH, integrando modelos analíticos e dados experimentais levantados em teste. Richard Tamba, diretor de Desenvolvimento de Negócios da AVL List GmbH, mostrou tecnologias disponíveis para transmissões DCT e a nova tendência que é a transmissão DCT Moist, além de comentar a tendência de aumento no número de velocidades para transmissões dual clutch.

Já Mauro Moraes de Souza, chairperson do simpósio e diretor de Engenharia e Desenvolvimento da Neumayer Tekfor Automotive Brasil, apresentou o método WOIS de inovação aplicado para componentes de transmissões e, na sequência, falou sobre fabricação e caracterização de componentes forjados, abordando todo o desenvolvimento de produtos forjados a quente e a frio para transmissões automotivas. Mário Monteiro, representante do Grupo Setorial da Metalurgia do Pó, mostrou detalhes do processo de obtenção de matéria-prima sinterizada para aplicações envolvendo a metalurgia do pó. Por fim, Anders Flodin, gerente de Aplicações da Höganäs, exemplificou com casos reais o sucesso do desenvolvimento dos produtos sinterizados e os processos de fabricação de componentes para transmissões automotivas de veículos de passeio e competição assim como veículos protótipos mini Baja SAE.

No segundo dia, a programação reuniu nove palestras, em três blocos. No primeiro, “Aplicação do Powertrain em Tecnologias Híbridas”, Tiago Peres Batalha, Advanced Engineering Analysis and Simulations da Schaeffler Brasil, falou sobre a eAchse, tecnologia que está em desenvolvimento de série na Alemanha. “Trata-se do módulo híbrido da Schaeffler, que tem motor elétrico integrado, possibilidade de até duas reduções com sistema de sincronização, podendo ser usado numa ampla gama de veículos – classes A, B, C e SUVs –, totalmente elétrico, híbrido ou com tração nas quatro rodas”, explicou.

Richard Terrence Tamba, diretor de Desenvolvimento de Negócios da AVL List GmbH, apresentou proposta para o desenvolvimento de transmissões que contemplam a atuação conjunta de diversos sistemas para a melhoria da performance. Franck Turkovitz, gerente geral de Powertrain da PSA, apresentou a Hybrid Air, tecnologia em fase de desenvolvimento com aplicações previstas na China, na Europa e na América Latina. “É uma tecnologia de ruptura no mundo dos híbridos que se destaca pela eficiência em redução de emissões e custo. Envolve motor de combustão interna, caixa de câmbio, unidades hidráulicas e armazenamento de energia”, afirmou Turkovitz.

No bloco “Desafios da Tecnologia de Manufatura para a Transmissão do Futuro”, Eduardo Senzi Zancul, professor de Engenharia de Produção da POLI-USP, apresentou aplicações em manufatura aditiva e potenciais impactos nas cadeias de valor. Segundo Zancul, a manufatura aditiva proporciona custos mais baixos na produção customizada em baixa escala de itens complexos. “Permite geometrias complexas, não requer moldes, economiza material e viabiliza produção em menor escala”, apontou. Hakan Kendirci, Industry Management Automotive da Trumpf, apresentou tecnologia de solda a laser com enfoque na flexibilidade do processo e na oportunidade de redução de peso em decorrência da retirada de componentes de fixação. Mostrou o panorama do processo de soldagem com aplicações em sistemas de powertrain e equipamentos e tecnologias disponíveis.

Juliano Savoy, gerente de Engenharia em P&D da Neumayer Tekfor Automotive Brasil, discutiu sobre inovação no tratamento térmico por meio do resfriamento controlado, processo que oferece aumento de produtividade com redução de custos, contando com menor variação de temperatura do tratamento térmico, redução de consumo de energia elétrica, redução do número de processos e redução do tempo de fabricação. Eckart Schneider, gerente de Desenvolvimento Global de Componentes PM da Höganäs, falou sobre o desenvolvimento da tecnologia sinterizada com aplicações em sistemas de powertrain, com enfoque nas engrenagens.

No último bloco, “Inovar-Auto e as Tendências de Câmbios para o Brasil”, Vitor Kilzas, diretor da IHS Automotive, apresentou panorama das aplicações de tecnologia por montadora a partir do Inovar-Auto. Marcelo Arronilas Fernandes, coordenador de Planejamento Powertrain da GM do Brasil, falou sobre as tendências geradas pelo Inovar-Auto. “Para as transmissões manuais, percebemos a tendência de alteração da relação de transmissões, visando economia de combustível, e adição de uma sexta marcha. Em relação às transmissões convencionais automáticas, vemos uma evolução de quatro para seis velocidades. Outra tendência é a mudança de tecnologia: em vez de transmissões convencionais, a migração para as CVTs e as DCTs, que também trazem ganhos de economia de combustível a um custo maior”, exemplificou.




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A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
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