Estudantes de engenharia de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul construíram 18 carros off road para participar da 19ª Competição Baja SAE BRASIL – PETROBRAS, de 14 a 17 de março, em Piracicaba, interior de São Paulo. As equipes, que somam cerca de 250 universitários de 15 instituições de ensino do Sul, projetaram carros mais leves e velozes.
Ao todo, a competição reunirá 81 equipes, que somam cerca de 1,6 mil estudantes de engenharia de 17 Estados brasileiros e do Distrito Federal. A região Sul tem o segundo maior número de equipes inscritas (Rio Grande do Sul tem oito equipes, Santa Catarina seis e Paraná tem quatro equipes) depois da região Sudeste, com 45 equipes.
Representante de Santa Catarina, a equipe Baja Univille, da Universidade da Região de Joinville, construiu um carro 5 kg mais leve em relação ao projeto apresentado em 2012. A equipe diminuiu a espessura do tubo da gaiola e empregou fibra de vidro na carenagem do veículo. O Baja, que atualmente pesa 200 kg e atinge velocidade máxima de 50 km/h, também ganhou novos amortecedores e suspensão traseira e dianteira individuais, tipo duplo A.
“Com essas mudanças vamos conseguir aumentar a velocidade e manter a estabilidade do carro”, explica Morgana Maciel Felipe, capitã da equipe composta por seis universitários.
Santa Catarina será representada ainda pelas equipes Ciser Ist Baja SAE, do Instituto Superior Tupy; equipes UFSC Puma e UFSC Jaguar, da Universidade Federal de Santa Catarina; Baja Cem, da Universidade Federal de Santa Catarina campus Joinville; e Udesc Velociraptor, da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Paraná – A Universidade Tecnológica Federal do Paraná tem duas equipes inscritas, a Imperador UTFPR 1 e Imperador UTFPR 2. Composta por 20 integrantes, as equipes focaram na confiabilidade, velocidade e redução de peso para a construção dos dois carros. Os estudantes utilizam amortecedores a ar e a maioria das peças é confeccionada em liga de alumínio. O carro pesa 146,9 kg e atinge cerca de 60 km/h.
“Por utilizarmos ligas de alumínio de alta resistência melhoramos a integridade estrutural do veículo e, com baixo peso, atingimos excelentes resultados no consumo de combustível e velocidade do veículo”, afirma Thiago Rocha, capitão da UTFPR 1, aluno do 10º período de Engenharia Industrial Mecânica.
O Paraná será representado por mais duas equipes: UFPR Baja SAE, da Universidade Federal do Paraná; e Baja Cataratas, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Rio Grande do Sul – As equipes Bombaja UFSM 1 e a Bombaja UFSM 2, que somam 20 estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, também focaram esforços na redução do peso dos veículos. Participantes com dois carros, os estudantes conseguiram reduzir mais de 20 kg do peso dos projetos apresentados em 2012. Entre os diferenciais estão a construção da caixa de marchas e utilização de fibra de carbono no assoalho e no chassi do Baja. Atualmente o veículo pesa 160 kg e atinge velocidade máxima de 56 km/h. “A redução do peso nos possibilitou aumentar a velocidade do carro e, consequentemente, economizar combustível”, conta o capitão da equipe, Tiago Neves Zambonato, aluno do 9º semestre de Engenharia Mecânica.
Mais seis equipes representarão o Rio Grande do Sul: Baja de Galpão, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC); Sinuelo, da Faculdade de Horizontina (Fahor); Panambaja, da Universidade Regional Integrada – Santo Ângelo; Mas Baja Tchê, da Universidade de Passo Fundo; e Tchê, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Carros - Os Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas, motor padrão de 10 HP e capacidade para abrigar um piloto de até 1,90m de altura e até 113,4 kg de peso. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelos próprios estudantes de engenharia, que são orientados por professores das instituições de ensino que representam.
O programa - O Baja é o primeiro programa estudantil de capacitação organizado pela SAE BRASIL, e está entre os de maior sucesso. Nele os estudantes se organizam em equipes que, sob a orientação de um professor desenvolvem os veículos com o qual irão competir representando a sua instituição de ensino. Além da construção do protótipo em que praticam o conhecimento adquirido em sala de aula, as equipes são responsáveis por atividades como atendimento de prazos, busca de suporte financeiro para viabilização do projeto e custeio de despesas, entre outras tarefas com as quais se defrontarão no mercado de trabalho.
“As competições estudantis da SAE BRASIL proporcionam aos futuros engenheiros a oportunidade de por em prática as teorias aprendidas nas salas de aula e, assim, desenvolver capacidades e a paixão necessárias a uma boa formação profissional”, afirma o engenheiro Ricardo Reimer, presidente da SAE BRASIL.
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