Mais uma vez equipes de universitários brasileiros tiveram excelente desempenho na SAE Aerodesign East Competition, realizada neste final de semana – 29 de abril a 1º de maio - na cidade de Marietta, Georgia, Estados Unidos. As equipes EESC-USP Regular e EESC-USP Micro, ambas da Escola de Engenharia de São Carlos da USP (Universidade de São Paulo), foram as segundas colocadas nas Classes Regular (264,68 pontos) e Micro (195,76 pontos), respectivamente, atrás da University of Cincinnati.
Na sexta e última bateria da competição, realizada no domingo, o avião da equipe EESC USP Regular conseguiu transportar 14,2 kg de carga e assim apresentar 100% de operacionalidade. Já o projeto da equipe EESC-USP Micro carregou 1,7 kg e apresentou a segunda melhor fração de carga paga, 0.8105.
Também da Classe Regular, a equipe Tucano, da Universidade Federal de Uberlândia (MG), foi a terceira colocada na competição de engenharia, ao carregar 15,5 kg e alcançar 247,29 pontos. Na Classe Avançada, a equipe Leviatã, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São Paulo, foi a quarta colocada na categoria, com 152,41 pontos.
Compareceram à competição, realizada pela SAE International, 67 equipes, de vários países, entre 75 inscritas. As atividades começaram dia 29, no Cobb County Radio Control Modelers Club (CCRC), com apresentações de projetos e encerraram com sucessivas baterias de testes dos aviões, projetados e construídos pelas equipes e que tinham como desafio transportar o máximo de carga útil dentro das restrições impostas pelo regulamento da competição.
Brilhante histórico - Nas duas classes - Regular e Avançada -, o Brasil já venceu cinco vezes, enquanto na Classe Micro este é o segundo ano que o País participa da competição norte-americana. A Classe Micro surgiu no AeroDesign East em 2005 e já na primeira participação, em 2010, o Brasil obteve a melhor colocação na categoria.
As quatro equipes brasileiras ganharam o direito de participar da competição de engenharia na Georgia após conquistarem as melhores colocações na XII Competição SAE BRASIL AeroDesign, realizada ano passado, em São José dos Campos, SP.
Regulamento - Na Classe Avançada, não existem restrições geométricas às aeronaves ou ao número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas dos motores não excedam 10.65cc (10.65cm3 ou 0.65in3). A distância máxima de decolagem deve ser medida por sistema eletrônico embarcado. Desta categoria podem participar inclusive, estudantes de pós-graduação.
Já na Classe Regular, os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10cc (10cm3 ou 0,61in3). O regulamento impõe restrições geométricas que delimitam as dimensões máximas das aeronaves, e que devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada, de 61m (200ft).
A Classe Micro não impõe restrições geométricas aos projetos nem ao número de motores, porém a equipe deve ser capaz de transportar a aeronave dentro de uma caixa comercial de 20.32 x 7,62 x 10,16cm (8 x 3 x 4in). Nesta classe, as aeronaves devem usar motores elétricos e decolar em até 30,5m (100ft). No AeroDesign East 2011, o uso de barras de chumbo não é mais permitido. Nesse caso, a carga pode ser composta de barras metálicas (aço) ou material similar à escolha da equipe.
Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL, ressalta que o projeto SAE BRASIL AeroDesign completa a formação técnica dos futuros engenheiros. “É um reforço extracurricular, um estímulo às boas práticas da engenharia requeridas pelo mercado, como o trabalho em equipe, capacidade de liderança e planejamento, habilidade de vender ideias e projetos, além de incentivar o comportamento ético e profissional”, afirma Galeote.
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