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 Release
31/03/2010
Inovação é a saída para garantir competitividade, dizem especialistas

Apesar do bom momento na indústria automobilística brasileira, com avanço na produção e projeção para o emplacamento de 3,4 milhões de veículos em 2010, é indispensável investir mais em inovação, pesquisa e desenvolvimento e na capacitação dos engenheiros para garantir a competitividade das empresas locais. O recado é dos especialistas que participaram dia 29 de março do Simpósio SAE BRASIL de Novas Tecnologias, promovido em São Paulo.

Paulo Matos, responsável pela área de Inovação e Metodologia da Engenharia da Fiat Automóveis, mostrou que hoje prevalece a diversidade de modelos para atender diferentes públicos; o aumento de conteúdo nos veículos; produtos com ciclo de vida cada vez mais curto; e inovação no campo da eletrônica e legislações mais rigorosas. “O consumidor, cada vez mais exigente, quer mais conteúdo, qualidade e novidades, com preços atrativos. A indústria precisa investir em inovação e elevar os volumes de produção, com um esforço permanente para conter os custos", advertiu.

O executivo lembrou que na América do Sul há apenas cinco plataformas com produção anual superior a 200 mil unidades por ano, enquanto na América do Norte e Europa existem 23 e na Ásia 42. O desafio à frente é grande: Cledorvino Belini, presidente do Grupo Fiat, tem afirmado com insistência que é preciso produzir 6 milhões de unidades por ano para que a indústria local seja competitiva.

Pedro Manuchakian, vice-presidente de Engenharia da GM Mercosul, demonstrou preocupação com o crescimento das importações de automóveis, que deveria ficar limitada a modelos de luxo. A produção no País seria focada em veículos desejados pelo mercado brasileiro, com volumes mais elevados.

O executivo aposta na expansão do mercado interno, levando o Brasil à 4ª posição no ranking global. "A onda expressiva de investimentos e as boas oportunidades no setor criam um bom momento para o País promover a inovação, pesquisa e desenvolvimento", afirmou, lamentando que as aplicações nessas atividades ainda são baixas: "Caminhamos para ser o quarto mercado mundial, mas ficamos em 31º lugar como investidor em pesquisa e inovação. É preciso também atenção à formação e capacitação de engenheiros e técnicos para a indústria", enfatizou.

José Luiz Loureiro, gerente executivo de Engenharia da Volkswagen, apresentou o projeto e as características da picape Amarok, produzida na Argentina com desenvolvimento na Alemanha. Em contraste com a robustez do veículo, há uma dose elevada de conforto a bordo para atender os ocupantes, com recursos de conectividade.

Híbridos e elétricos –
Ao apresentar o i-MiEV, carro elétrico montado no Japão (2,5 mil unidades em 2010 e meta de 11 mil unidades até 2011), Reinaldo Muratori, diretor de Planejamento da Mitsubishi, falou dos esforços para viabilizar a produção em massa. O veículo custa US$ 40 mil no Japão, mas o governo garante um subsídio de US$ 13 mil. Importado, chegaria no Brasil por R$ 100 mil.

O carro elétrico tem autonomia de até 160 km, em condições ideais, e a carga da bateria pode ser reposta em tomada doméstica de 110 V (14 horas) ou 220 V (7 horas). Em tomada trifásica de 200 V é preciso repor 80% da carga em 30 minutos. O custo para rodar um quilômetro é baixo: cerca de R$ 0,03, contra R$ 0,22 de um carro flex similar.

Plínio Cabral Jr., diretor de Engenharia Elétrica da GM, destacou os esforços da montadora no desenvolvimento de carros híbridos. A montadora, que já lançou 17 modelos nos EUA, prepara o lançamento do plug-in Volt em 2011. “Carro híbrido é a solução para reduzir consumo e emissões”, disse. O executivo acredita que os combustíveis alternativos predominarão nos próximos anos no Brasil. “Etanol é uma solução muito boa para o País, mas isso não significa que não teremos carros elétricos, que é o futuro”, apostou.

Pesados –
No segmento de pesados, a regra é também reduzir consumo e custos e oferecer maior robustez, segurança e eletroeletrônica embarcada. “O desafio é agregar tecnologias sem aumentar o custo”, afirmou Paulo Alleo, diretor de Engenharia da MAN América Latina. Alleo ressaltou ainda que no desenvolvimento de projetos locais é preciso levar em conta a infraestrutura precária, prática de sobrecarga, manutenção corretiva e ausência de incentivo, aliadas à legislação de emissão mais rigorosa.

Do lado dos sistemistas, Flávio Campos, diretor de Engenharia da Delphi, ressaltou que as tendências mundiais no setor apontam para maior conectividade, segurança e soluções ambientalmente corretas. "Haverá crescimento do mercado em direção a carros de baixo custo e desenvolvimento de tecnologias de ponta em mercados maduros, disse.

Gino Montanari, diretor de Engenharia da Magneti Marelli, reforçou que o desafio é a redução de emissão e consumo. Para o Brasil, que se destaca mundialmente na utilização de biocombustíveis, o próximo passo será obter avanços no sistema flex. “A evolução será na central eletrônica, que permitirá gerenciar a comunicação do motor com o veículo e complexos sistemas de segurança, conectividade, diagnóstico e controle de emissão”, apostou.

Também no sentido de desenvolver tecnologias para redução de emissão e consumo, a Bosch apresentou esforços na otimização de sistemas utilizando componentes já existentes. “O que fizemos foi utilizar tecnologias disponíveis e de baixo custo para oferecer melhores soluções",
afirmou Jair Pasquini, diretor de Engenharia da Bosch.

Para Raul Germany, diretor de Engenharia da Dana, as tendências convergem para uma integração entre a prestação de serviço, desenvolvimento de produto e novas tecnologias. “Tudo isso aliado às necessidades dos clientes leva a um trabalho a quatro mãos para se criar soluções sob medida e inovadoras. Esse deve ser o foco”, determinou.

Inovação - Ayres Pinto de Andrade Filho, gerente de Engenharia Avançada da Melling, fabricante de bombas para aplicação veicular, adiantou que não dá para inovar sozinho e que a formação dos engenheiros brasileiros não prioriza o profissional inventivo. “São poucos os que saem da universidade preparados para inovar”, reclamou.

O problema, de acordo com Martin Vollmer, presidente da Edag, pode ser amenizado com intercâmbio de engenheiros com as matrizes. “Nossa engenharia é criativa e o Brasil é conhecido por inovar na área de combustível e no desenvolvimento de carros de baixo custo. Esse conhecimento também pode ser aproveitado na matriz”, aconselhou.

Hayram Nicacio, gerente de Novas Tecnologias da MSXI Brasil, lembrou que a inovação não pode ser fruto do acaso. “Inovar é um processo lento, que envolve muito trabalho”, afirmou. Já Anderson Alves, diretor geral da Altran, destacou que o desafio é, também, mensurar o retorno das iniciativas em inovação. “Como inovar leva tempo, mensurar resultados é tarefa complexa”, explicou.

A Ford possui um processo estruturado para inovação. Milton Lubraico, engenheiro-chefe da Ford América do Sul, assegurou que inovar exige criatividade, junto com recursos e pessoal adequado. Mas há também soluções simples, como carpetes desenvolvidos a partir de garrafas pet.

Andrew Brown Jr., presidente da SAE International, esteve presente no Simpósio e destacou que a hora é de inovar. “O Brasil tem grandes oportunidades pela frente. A Copa do Mundo e a Olimpíada atrairão grandes investimentos em infraestrutura e transporte”, apontou o presidente da entidade, à qual a SAE BRASIL é filiada.




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A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega engenheiros, técnicos e executivos unidos pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.
A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países.

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