A indústria da mobilidade brasileira vive um momento único. Passamos por um período de extremo crescimento, em todos os elos na cadeia e, apesar das crises econômicas que alguns países enfrentam atualmente, o setor continua aquecido. Nunca produzimos e compramos tanto carro. Nunca pensamos que, nós engenheiros, um dia teríamos de reclamar o direito de o cidadão comum exercer sua plena mobilidade nos centros urbanos. Estamos, então, com vantagem competitiva e um bom desafio. Como se adequar à demanda, com redução de custos e projetos sustentáveis, e sem perder o foco, que é desenvolver veículos cada vez melhores, que agradem o meio ambiente e o consumidor?
Posso dizer que o Congresso SAE BRASIL, de 7 a 9 de outubro, se constitui uma janela desse cenário. Em ritmo, também, de crescimento, o evento vai mostrar, ao vivo, como as indústrias e as universidades se ajustam para atender a essa demanda. Serão 16 fóruns, com especialistas do Brasil e Exterior discutindo questões pela ótica da globalização, que é o tema do congresso. Algumas são gargalos, como a falta de integração dos transportes rodoviário e ferroviário e a carência de engenheiros para suprir o mercado. Vamos levantar questões como a viabilização de veículos de baixo custo, a preparação do mercado para o Promot 3 para motocicletas; ou mesmo dar sugestões como a junção do Lean com o Six Sigma para uma melhor manufatura, os benefícios dos combustíveis alternativos e o desenvolvimento do trem-de-força (powertrain) global.
Muito do que será discutido nos fóruns será apresentado em 120 sessões técnicas de engenheiros da indústria e universidade. Esta é uma parte nobre da engenharia, porque apresenta as pesquisas que o setor vem fazendo em todos os campos. O Congresso SAE BRASIL é um dos poucos eventos do mundo a congregar ‘papers’ e pesquisas conjuntas da academia e indústria.
O terceiro pilar tecnológico será a Mostra de Engenharia, um espelho do crescimento do setor que, aliás, nos fez mudar para o Expor Center Norte. Numa área 60% maior que no ano passado e 164 estandes (35% superior a 2007), com o estado da arte das principais empresas da cadeia. Então, temos aí um importante tripé do conhecimento: exposição, educação continuada e networking.
Quero chamar a atenção dos estudantes de engenharia. Lá, eles terão a oportunidade de sentir o quanto este setor é dinâmico, traz vida e fontes inesgotáveis de oportunidades, não só na área mecânica, mas na química, eletrônica, computação e outras modalidades tão necessárias para se produzir um automóvel, caminhão, trator, motocicleta, trem ou avião. Mudamos de endereço e antecipamos para o começo de outubro exatamente para facilitar também a participação deste público especial, vital para o desenvolvimento da Nação.
A engenharia da mobilidade é rica e abrangente, já que não foca somente o desenvolvimento de produtos, mas processos, infra-estrutura, projeto de parques industriais e novos materiais, além de softwares e equipamentos que permitem acelerar a produção. O congresso extrapola os limites da engenharia, com informações que podem ser utilizadas por toda a cadeia fornecedora, incluindo treinamento, logística, entre outros. Então, tome um tempo para você e aproveite para celebrar conosco este grande momento da indústria da mobilidade.
* A engenheira Flávia Piovacari é presidente do Congresso SAE BRASIL 2008
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