Release
05/09/2008
Universitários do Pará e Amazonas constroem aviões para a SAE AeroDesign

Aumentou a participação da região Norte na Competição SAE BRASIL AeroDesign, programada para ocorrer de 17 a 19 de outubro, em São José dos Campos, SP. Onze alunos do curso de Engenharia Mecânica, da Universidade Federal do Pará, também aceitaram o desafio de desenvolver e construir um avião rádio controlado para disputar a importante competição de engenharia, que alcança a 10ª edição. Além da equipe paraense, estudantes da Universidade Paulista (UNIP), campus Manaus, estreante em 2007, também representarão o Norte.

No total, a competição conta com 77 equipes inscritas - 67 brasileiras, 8 venezuelanas e 2 mexicanas - que representam 57 instituições de ensino superior. Determinação é o que não falta entre as 2 equipes, do Amazonas e Pará. “O Projeto AeroDesign nos oferece muitas oportunidades, como aplicar a teoria na prática, pesquisar o assunto e aprender a trabalhar em equipe”, resume Ariely Pereira, capitã da equipe paraense Uirapuru, que conta com 11 integrantes.

O avião da equipe de Ariely começará os testes ainda em agosto. Construída em madeira balsa, compensado e fibra de carbono desenvolvida na própria universidade, a aeronave, da Classe Regular, pesa 3,7 kg e possui capacidade para transportar 3,5 kg de carga. “Desenvolvemos um avião básico para participar de todas as etapas da competição e, assim, realizarmos o nosso sonho, que é ver o primeiro projeto de nossa autoria ganhar êxito”, conta a futura engenheira mecânica.

Menção honrosa - Classificada em 20o lugar na SAE AeroDesign 2007 e ganhadora da menção honrosa 'Melhor Equipe Iniciante', a equipe da UNIP é toda composta de novos integrantes, alunos do curso de Engenharia Mecatrônica. Os 6 estudantes projetaram uma aeronave da Classe Regular, que pesa 4 kg e possui capacidade para transportar 9 kg de carga. “Optamos pela cautela no peso da carga, porque ainda estamos aprendendo, mas o projeto é resistente”, afirma Fábio Binatti, capitão da equipe amazonense Tupan, que espera trocar experiências com outras equipes na competição.

No Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, as 77 equipes inscritas, formadas por estudantes de Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas, irão submeter seus aviões rádio controlados a avaliações quanto à concepção e desempenho, feitas por engenheiros da indústria aeronáutica. As avaliações e a classificação das equipes são realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Vôo, conforme o regulamento no site da SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br

Ao final da competição, as duas equipes da Classe Regular e a primeira da Classe Aberta que obtiverem melhor pontuação durante a SAE BRASIL AeroDesign 2008 ganharão o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2009, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações, incluindo três primeiros lugares, nas duas categorias. A East Competition é realizada SAE International, instituição que deu origem a SAE BRASIL e da qual esta é afiliada.

O Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais, realizado pela SAE BRASIL, através de Seção São José dos Campos. O principal objetivo é propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais do segmento da mobilidade, através de aplicações práticas e da competição entre equipes.

Regulamento - Os aviões participantes da Competição são classificados em duas categorias: Classe Regular e Classe Aberta. Na primeira, os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3 ou 0,61in3). O regulamento impõe restrições geométricas que delimitam as dimensões máximas das aeronaves, que devem ser capazes de decolar em uma distância máxima delimitada, de 30,5m ou 61m, conforme o desafio escolhido pela equipe. Já a Classe Aberta não impõe restrições geométricas às aeronaves ou ao número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas dos motores não ultrapasse 14,9 cc (ou 0,91 in3). Esta categoria aceita também estudantes de pós-graduação e restringe distância máxima de decolagem: 61m. O regulamento é elaborado baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica.

Para Carlos Alberto Briganti, diretor de Competições Estudantis da SAE BRASIL, os universitários que participam das competições da instituição têm a oportunidade de pôr em prática conceitos adquiridos em sala de aula, aliados à gerencia de projetos e ao desafio das competições. "O que fazemos é estimular os futuros engenheiros a aplicarem e desenvolverem novas tecnologias, além oferecer a oportunidade de eles desenvolverem habilidades que, posteriormente, serão importantes ao chegarem no mercado, tais como planejamento de recursos e trabalho em equipe", afirma Briganti.

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