Cresceu a participação da região Sul na XIV Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, tradicional competição de estudantes de engenharia que será realizada de 13 a 16 de março, no ECPA (Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo), em Piracicaba, SP. A região possui 18 equipes inscritas, contra 14 em 2007. O Rio Grande do Sul encabeça a presença e é o segundo estado com maior número de equipes (9) na competição, após São Paulo (21), este sempre seguido por Minas Gerais.
A competição vai reunir, ao todo, 70 equipes, de 55 instituições de ensino, de 13 estados brasileiros, Brasília, Colômbia e Venezuela. Além do estado gaúcho, o Sul será representado por 6 equipes de Santa Catarina e 4 do Paraná. Juntas, as 18 equipes reúnem mais de 200 estudantes, que trocaram as férias para projetar e construir 18 Baja SAE, exclusivamente para disputar a competição, organizada pela SAE BRASIL.
Na competição, as duas equipes que conseguirem a melhor classificação nas provas poderão representar o Brasil na Baja SAE Montreal, a ser realizada pela SAE Internacional, entre 11 e 14 de junho, em Montreal, Quebec, no Canadá. Nos Estados Unidos, o Brasil é tricampeão na modalidade.
BAJAS TCHÊ - Das 9 equipes gaúchas, duas são da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, veterana na competição e que estréia com uma segunda equipe, a Tchê-97T. Num trabalho conjunto com a equipe Tchê-Bagual, os estudantes contam que os dois carros são fortes e versáteis. Apresentam soluções como caixas de marchas de engrenagens, produzidas internamente, com ré e diferentes opções de redução.
Adaptação de esguichos de pára-brisas nos capacetes acionáveis pelo volante e um sistema eletrônico de aquisição de dados que, instalado no painel do veículo, mede a velocidade, aceleração, rotação, temperatura do óleo e outros itens importantes são outras inovações. “É um aprendizado enorme e uma sensação ímpar: ver nossas idéias ganharem forma e depois elas serem testadas com outros veículos que nasceram com o mesmo espírito”, afirma Juliano Aurélio Vivan, capitão da equipe Tchê-Bagual.
Já a também gaúcha equipe Bombaja, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), espera ficar entre as 15 primeiras colocadas. “Em 2007, o carro estava muito bom, mas capotou no começo do enduro e ficamos em 28º lugar”, conta Diego Santolin, capitão da equipe. O carro é uma evolução do projeto utilizado em 2006, quando a equipe ficou em terceiro lugar no Enduro de Resistência.
Do Rio Grande do Sul, estão inscritos, ainda, estudantes da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade de Passo Fundo, Universidade de Caxias do Sul, Universidade Regional Integrada, Faculdade Horizontina (Fahor) e Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí).
ORGULHO CATARINENSE - Representada pelas equipes Ilhéu e Uiraçu, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se orgulha do bom histórico. Em 2005 e 2006, a equipe Uiraçu ficou em 3º e 4º lugares, respectivamente, e em 2007 a equipe Ilhéu ficou com a 6ª colocação. “Nossos carros têm ótima dirigibilidade, excelente conforto e um desempenho extremamente competitivo, assim se não houver algum imprevisto teremos um bom resultado”, diz Alexandre Rodrigues, integrante das equipes.
Na V Competição Baja BRASIL DANA Etapa Sul, realizada em 2007, em Gravataí (RS) a equipe Ilhéu consagrou-se tricampeã da competição regional. De Santa Catarina, equipes da Universidade da Joinville (Univille) e Instituto Superior Tupy também estão inscritas na competição em Piracicaba.
O Paraná, que em 2007 foi representado por apenas uma equipe, da Universidade Federal do Paraná, participará com três equipes, formadas por estudantes também da Universidade Tuiuti do Paraná e Universidade Tecnológica Federal do Paraná, esta última estreante na competição.
Os Baja SAE são veículos fora-de-estrada, de estrutura tubular em aço, monoposto, projetados e construídos por estudantes de engenharia. Todos os veículos utilizam motor padrão de 10 HP, devem ter quatro ou mais rodas e conseguirem transportar pessoas com até 1,90m de altura e de até 113 quilos. Além disto, a fabricação deve ser feita com ferramental padrão da indústria, com pouca ou nenhuma mão-de-obra especializada.
COMPETIÇÃO - A Competição começou em janeiro, com o envio de relatórios técnicos de cada projeto para a SAE BRASIL, e agora segue com o desenvolvimento e construção dos veículos quase sempre dentro das instituições de ensino. Em Piracicaba, os Baja SAE serão submetidos a avaliações de segurança, aceleração, velocidade, manobrabilidade, tração e um enduro de resistência, com quatro horas de duração, realizado em pista de terra cheia de obstáculos. Além disso, a partir deste ano, as equipes deverão apresentar o projeto para uma banca de juízes, especialistas da indústria.
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