Produzir mais de 70% das peças do carro. Esta foi a solução que 15 estudantes de engenharia da UnB (Universidade de Brasília) encontraram para ter dois veículos Baja SAE e, assim, participar da 13ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, que acontece de 15 a 18 de março, em Piracicaba, interior de São Paulo. A fabricação de peças empolgou a equipe Piratas do Cerrado 1, pois conseguiu economizar dinheiro, obter um carro mais leve e, com isso, poder melhorar a classificação na Competição em relação a 2006, quando ficou em 36º lugar entre 68 equipes inscritas.
Este ano, 70 equipes, de 53 faculdades de 13 Estados, além do Distrito Federal, disputam a Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS. As três primeiras equipes colocadas nas provas, estáticas e dinâmicas, ganham o direito de representar o Brasil nos Estados Unidos, durante a SAE Baja RIT, que reúne equipes de diversos países e é realizada pela SAE International.
Segundo o capitão da equipe, o estudante do 8º ciclo de Engenharia Mecânica, Marcos Menezes do Nascimento, além da falta de patrocínio, é difícil encontrar no mercado peças num peso ideal para carros da categoria, que em média pesam 150 kg. "Conseguimos chegar em um projeto eficiente, bastante leve e totalmente adaptado à Competição", comemora o estudante. O carro, projetado com a ajuda da simulação computacional, ainda não foi totalmente construído, mas pesa cerca de 130 kg e possui suspensão traseira independente, que ajuda na redução de impactos durante as provas.
Outra equipe da UnB, a Piratas do Cerrado 2, optou pela reforma no carro utilizado no ano passado. O carro ganhou mais estabilidade com ajustes na suspensão traseira, além de reparos no sistema de transmissão. "Os problemas que tivemos com o projeto em 2006 serviram como experiência para aperfeiçoarmos o carro", conta Felipe Gonsalves Pinto, capitão da equipe, que trabalha em conjunto com a Piratas do Cerrado 1.
Iniciativa da SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), a Competição desafia os estudantes de Engenharia a projetarem e construírem um Baja SAE (veículo fora-de-estrada, com quatro ou mais rodas, capaz de atravessar terrenos de terra acidentados e que utiliza motor padrão de 10 HP). A Competição tem início com o envio de relatórios técnicos de cada projeto e segue, ainda em janeiro, com o desenvolvimento e construção do veículo quase sempre dentro das faculdades. Quando chegam em Piracicaba, os carros são submetidos a provas que avaliam itens como conforto do operador, produção em massa, integridade estrutural e originalidade, além de provas de tração, manobrabilidade, aceleração, velocidade máxima e subida de rampa com até 45º. Na última etapa, os carros enfrentam todas as deformidades de uma pista de terra, durante um enduro de quatro horas.
Em 2006, a equipe EESC-USP sagrou-se pentacampeã nacional da modalidade, entre 68 equipes inscritas. A segunda colocada foi a equipe Mauá 2, do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul (SP), seguida pela equipe DEMEC-08, da UFMG. Nos EUA, as equipes EESC-USP e Mauá 2 garantiram, respectivamente, o 5º e o 24º lugares, entre 115 equipes do Canadá, EUA, África do Sul, México, Venezuela e Coréia do Sul, além do Brasil. Nos EUA, o Brasil é bicampeão na categoria.
Vilmar Fistarol, presidente da SAE BRASIL, afirma que a Competição Baja SAE BRASIL é importante palco de descobertas de novos talentos da engenharia automotiva brasileira. Além disso, a competição vem ao encontro dos objetivos da associação. "Por meio do Baja SAE BRASIL, incentivamos a pesquisa estudantil e, com isso, aprimoramos o aprendizado dos futuros engenheiros brasileiros", afirma Fistarol. "Todos os que participam da competição adquirem grandes chances de se destacarem profissionalmente após concluírem a graduação", diz o presidente.
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