Para disputar a VIII Competição SAE BRASIL AeroDesign, que acontece de 21 a 24 de setembro, no Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos/SP, mais de 100 estudantes de engenharia do Rio de Janeiro trabalham no projeto e construção de 7 aviões em escala reduzida e radiocontrolados. A competição conta com 78 equipes inscritas, oriundas de 13 Estados brasileiros, mais o Distrito Federal, Venezuela e Portugal.
Décima colocada na Competição de 2005, a equipe Venturi, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), aposta no bambu para construir a cauda da aeronave por considerar o material 30% mais leve que os tubos de alumínio, utilizados no avião do ano passado, segundo o capitão Leonardo Souza Silva. A equipe também resolveu utilizar madeira balsa, cedro e fibra de carbono em partes aeronave onde os esforços são maiores, como fuselagem e trem de pouso. A equipe, que leva um avião biplano, está otimista. “Este ano estamos mais competitivos e com mais tempo para testes”, diz Silva, que testa o projeto em Nova Iguaçu.
Já a equipe Cegonha NG, formada por estudantes da PUC-RJ, investe num monoplano com compartimento de carga projetado para a retirada de produtos em menos de 1 segundo. “Criamos um mecanismo de destravamento especial que desacopla a caixa muito rápido”, conta Marcos Paulo Faria Lima Barreto, capitão da equipe, que está de olho na pontuação da Competição de Projeto. O avião pesa 4,5 quilos e a asa foi projetada para oferecer redução do arrasto da aeronave. Os testes do avião são realizados na base Campos dos Afonsos.
Além destas equipes, também competem na Classe Regular, as equipes Ará-Verá, do Instituto Militar de Engenharia; Minerva AeroDesign, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; UFFO AeroDesign, da Universidade Federal Fluminense; e a equipe Cegonha X, da PUC-RJ. Pela Classe Aberta, a equipe Cegonha Open, da PUC-RJ compete com um avião, projetado para transportar em vôo 26 kg e atingir velocidade aproximada de 66 km/h.
Organizada pela Seção São José dos Campos da SAE BRASIL, a Competição, de cunho educacional, é realizada anualmente desde 1999, visando estimular universitários de graduação e pós-graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas a projetarem e construírem aeronaves radiocontroladas, em escala reduzida, e que depois são colocadas à prova, em duas etapas – Competição de Projeto e Competição de Vôo. De acordo com o Regulamento da Competição – disponível no site da SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br -, os aviões devem ser capazes de decolar e transportar cargas úteis (barras de chumbo) sempre crescentes, até as condições limite do projeto. Ao final da Competição, as duas melhores equipes da Classe Regular e a melhor equipe da Classe Aberta ganham o direito de representar o Brasil durante a SAE AeroDesign East Competition, competição equivalente realizada nos EUA e organizada pela SAE International.
CATEGORIAS - As aeronaves da Classe Regular, projetadas e construídas somente por estudantes de graduação, devem ter suas dimensões máximas de envergadura, comprimento e altura definidas por um sólido (ou hangar) e possuir um compartimento de carga com as dimensões mínimas de 10,1cm x 15,2cm x 25,4cm. Além disso, os aviões utilizam motor padrão pré-estabelecido pelo regulamento, de 10cc (0,61in), e combustível fornecido pela SAE BRASIL. Já na Classe Aberta, participam estudantes também de pós-graduação, que devem desenvolver aviões com um ou mais motores, até o limite de 15,08cc (0,92in3), sem restrições dimensionais. Para ambas as classes, a distancia máxima de decolagem é de 61 metros.
Gábor János Deák, presidente da SAE BRASIL, ressalta que a Competição SAE BRASIL AeroDesign mostra o poder criativo dos engenheiros brasileiros no desenvolvimento de soluções práticas. “Os projetos realizados no âmbito da Competição SAE BRASIL AeroDesign são de excelente qualidade técnica e refletem a capacidade dos futuros engenheiros especializados em projeto aeronáutico no Brasil”, diz Deák. “Não é à toa que este é um setor em que o País ganha cada dia mais destaque no cenário internacional, tanto que os estudantes brasileiros já são tricampeões na Competição, nos Estados Unidos”, comenta Gábor János Deák.
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