Design arrojado e durabilidade são as apostas dos estudantes da equipe Mini Bala, do Cefet-MG, para disputar a 12ª Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Mini Baja, que acontece de 30 de março a 2 de abril, em Piracicaba, São Paulo. A equipe, que marca presença na competição desde 1996, aperfeiçoou a suspensão traseira para garantir mais durabilidade ao carro. “Percebemos que o veículo precisava de mais resistência para enfrentar o enduro”, diz Felipe Caldeira, capitão da equipe, que apostou, ainda, no visual atraente do carro para se destacar nas provas estáticas. “Mudamos as cores e o design do veículo sem aumentar os custos do projeto”, afirma Caldeira.
Além da Mini Bala, outras 9 equipes mineiras disputam a competição. A SACI IV, da Universidade Federal de Itajubá, também fez mudanças nos sistemas de suspensão, transmissão e carenagem. “Corrigimos erros no eixo de transmissão e na geometria da suspensão, que nos prejudicaram ano passado”, conta o capitão Vinicius Pedrollo. Já a Cerrado, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), optou por desenvolver seu próprio sistema de direção e incorporar novas molas aos amortecedores. “Ganharemos mais manobrabilidade”, afirma Hugo Oliveira, capitão da equipe.
As outras equipes mineiras são: Baja Girls, única equipe formada somente por mulheres, e Galileu, ambas do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste); Trem Baja, outra do Cefet-MG; Engemech e Minas Baja, da PUC-MG; Labmetal, da Universidade de Itaúna; e DEMEC-08, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Ao todo, serão 68 equipes de 51 universidades de 13 Estados brasileiros, além de Brasília. O Estado de Minas Gerais é o segundo no ranking, com 10 equipes, atrás de São Paulo, que será representado por 21. As duas primeiras equipes que alcançarem a maior pontuação na classificação geral das provas ganham o direito de representar o País na SAE Midwest Mini Baja, a ser promovida em maio deste ano pela SAE International, onde o Brasil é bicampeão.
A SAE BRASIL Mini Baja, realizada pela SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), é inspirada na SAE Midwest Mini Baja, que nasceu em 1976 na Carolina do Sul (EUA). A competição estimula o trabalho em equipe e vivência, na prática, das lições aprendidas na universidade. “É um grande laboratório de talentos para a indústria”, destaca o diretor da competição, Massami Murakami.
COMPETIÇÃO – Os SAE Mini Baja são veículos projetados e construídos por alunos de graduação em Engenharia, de acordo com as regras definidas pela SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br. O veículo é um protótipo de estrutura tubular em aço, monoposto, para uso fora-de-estrada, que deve ter quatro ou mais rodas e ser capaz de transportar pessoas com até 1,90m de altura, pesando até 113,4 kg. Sistemas como suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelos alunos, que utilizam ainda um motor padrão de 10 HP. Além disso, é tarefa das equipes buscar suporte financeiro para viabilizar o projeto.
A competição iniciou com o envio dos Relatórios de Projeto e Custos em 27 de janeiro de 2006, período em que muitos veículos ainda estão em construção dentro das faculdades, e encerra com a realização de provas estáticas - são avaliados itens como visual, conforto do operador, produção em massa, facilidade de manutenção, conformidade do projeto e originalidade - e dinâmicas - tração, manobrabilidade, aceleração, frenagem, velocidade máxima, subida de rampa e um enduro de quatro horas em uma pista de terra especialmente preparada, com obstáculos que submeterão os carros e seus pilotos a uma prova severa de durabilidade e resistência. As equipes são formadas por, no máximo, 20 estudantes e um professor orientador. É permitida a participação de até duas equipes por faculdade.
Gábor János Deák, presidente da SAE BRASIL, destaca a Competição SAE BRASIL de Mini Baja como a principal competição nacional de veículos motorizados projetados e construídos por estudantes universitários. Segundo Deák, a competição revela os novos talentos que no futuro serão os engenheiros-chefes e diretores de montadoras e demais empresas do setor da mobilidade. “Os projetos de Mini Baja são completos e com eles os estudantes desenvolvem habilidades técnicas e também humanas, pois o sucesso depende muito do trabalho em equipe”, afirma.
|