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16/08/2021
Symposium SAE BRASIL BioFuel confirma tendência global do uso de biocombustíveis no combate a emissões

São Paulo - Com foco nos temas da mobilidade nacional e a visão de que o biocombustível é importante para o Brasil, o Symposium SAE BRASIL BioFuel concluiu que o tema deve ser abordado globalmente, e que o uso do biocombustível tem grande potencial na descarbonização da mobilidade em âmbito mundial. O encontro internacional, realizado dias 13 e 14 e julho, trouxe visões convergentes de que o futuro passa pela substituição do combustível fóssil, mas que são vários os caminhos para essa transição.

A cerimônia de abertura teve a participação de Camilo Adas, presidente da SAE BRASIL, de Rashmi Urdhwareshe, presidente da SAE Índia, e Raman Venkatesh, executivo vice-presidente e diretor de operações na SAE International. “As emissões não respeitam barreiras geográficas”, disse Camilo Adas, presidente da SAE BRASIL na abertura, em que ressaltou a necessidade de um trabalho conjunto para a mitigação do impacto da mobilidade sobre as mudanças climáticas.

Rashmi Urdhwareshe, engenheira automotiva e presidente da SAE Índia, destacou os três principais desafios globais – segurança, meio ambiente e sustentabilidade - e disse que o momento é de aprendermos juntos para vencermos os desafios.

Raman Venkatesh, da SAE International, ressaltou a importância da colaboração internacional para a descarbonização e o fato de que “o biocombustível é a opção líder nos dias de hoje em que o motivo é a sustentabilidade não apenas a performance dos combustíveis”.

Ricardo Abreu, chairperson do simpósio e consultor de Mobilidade Sustentável da Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), afirmou que os biocombustíveis são mais que uma alternativa viável para o futuro da mobilidade sustentável e que já existe esse entendimento mundial sobre a sua importância para o futuro da mobilidade.

O primeiro painel destacou tecnologias e a relevância de regulamentações para o planejamento da substituição do combustível fóssil por alternativas como biogás, hidrogênio verde, etanol e biodiesel verde (HVO). Eugenio Coelho, diretor da AVL América do Sul abriu as apresentações e disse que o CO2 é o maior desafio para a mobilidade do futuro,o que requer produção de energia renovável. Destacou a liderança do Brasil em matriz energética renovável para o transporte e disse que o País deve seguir o padrão atual para desenvolver mais soluções.

Rashmi Urdhwareshe, presidente da SAE Índia, discorreu sobre a proposta de ampliação da quantidade de etanol na gasolina para E20 nos próximos 10 anos, que faz parte do programa indiano para o cumprimento das metas de descarbonização global. A estratégia inclui o biodiesel para uso na frota de pesados e urbana, que demandará o aumento rápido da produção local de etanol por meio de instalação de usinas locais, e também tecnologias para o plantio da cana. A eletrificação está no horizonte, mas segundo a engenheira, segue mais devagar que o esperado. A Índia é o 3º maior importador de petróleo bruto e o diesel participa com 72% do mercado local em caminhões, ônibus, automóveis de passageiros e tratores agrícolas.

Na visão norte-americana trazida por Mark Shmorhum, gerente de tecnologia do Departamento de Energia (DOE) dos EUA, os pesados e a aviação serão a destinação para os biocombustíveis. Para os veículos leves, SUVs e picapes, a hibridização e elétricos são caminhos. A mistura de E10 está disponível e pode ser ampliada nos combustíveis no país inteiro segundo Mark, que deu foco a estratégias de transporte sustentável. Os EUA são os maiores consumidores de etanol do mundo, hoje adicionado à razão de 10% em toda a gasolina americana. Para Mark, o que vai dominar o futuro são os sistemas de geração de energia mais eficientes, como a energia solar e outras energias limpas, a fim de permitir a descarbonização do transporte, setor que gera a maior parte do CO2 nos EUA.

Monica Saraiva Panik, mentora de Hidrogênio da SAE BRASIL, falou sobre a transformação da energia a partir do reconhecimento internacional de que para atingir o acordo de Paris é necessário descarbonizar em grande escala o sistema de geração de energia. Destacou que o hidrogênio se insere no contexto como pilar da mudança energética e mostrou que a demanda de hidrogênio deve aumentar para 78 exajoules em todo mundo até 2050. Mônica observou que hoje a maior parte do hidrogênio ainda é obtida pela reforma do metano a vapor no gás natural e, por isso, é considerado combustível fóssil. No entanto, o hidrogênio verde produzido a partir da eletrólise renovável deve se tornar mais barato e mais amplamente disponível no futuro, o que o tornaria importante fonte de energia e combustível de transporte com emissão zero. Ela apontou ainda a possibilidade de o Brasil gerar energia verde limpa e fornecer para locais sem condições de produção.

No painel sobre descarbonização em áreas urbanas o foco foram os modais, soluções nacionais com clara tendência à bioeletrificação e a hibridização a etanol em programas que apontam para grandes avanços nessa linha em poucos anos. Roger Guilherme, da Volkswagen do Brasil, mostrou a visão da empresa de que o biocombustível é o caminho para descarbonização e que as tecnologias precisam ser avaliadas no ciclo de vida do produto. Ele anunciou a decisão do Grupo Volkswagen do estabelecimento no Brasil de um centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para estudo de biocombustíveis e de tecnologias de powertrain de alta eficiência. A unidade será liderada pela Volkswagen América Latina.

João Irineu Medeiros, diretor regulatório da Stellantis América do Sul, falou dos desafios da rota tecnológica brasileira no contexto global. Destacou que a matriz energética brasileira com 50% de energia renovável é privilegiada, e que as fontes devem ser observadas e analisadas para o fechamento de uma rota tecnológica nacional. Evidenciou a importância da energia elétrica e da biomassa no contexto e apontou que a busca por fontes renováveis para transporte local deve considerar prioritariamente as disponíveis no País. Para Medeiros, outro aspecto a considerar é o ciclo de vida dos veículos do ponto de vista da obtenção e processamento da matéria-prima para a produção, durante o uso e no sucateamento. Ele apontou soluções híbridas de biocombustíveis e eletrificação como alternativa para atendimento dos desafios do mercado em reduzir gases na atmosfera.

Marcelo Gonçalves, engenheiro de Produto da Embraer, deu foco à importância do combustível sustentável verde na aviação (Sustenable Aviation Fuel - SAF). O setor estabeleceu metas globais de redução de 50% de CO2 para 2050 pelo aumento da eficiência do combustível à razão de 1,5% ao ano, e da estabilização de emissões por crescimento neutro em carbono, iniciada em 2020. Marcelo disse que políticas públicas fortes são indispensáveis para o alcance dessa meta e apontou que a certificação de sustentabilidade deve ser obrigatória. Defendeu o desenvolvimento de novos processos para o SAF além de políticas de longo prazo para maior disponibilidade e mecanismos de financiamento para atração de novos entrantes.

Na análise da descarbonização em veículos urbanos no transporte público, Renato Florence, gerente de Engenharia de Planejamento e Desenvolvimento da Marcopolo, focou em ônibus e destacou o grande potencial no uso de combustíveis alternativos, como hidrogênio, para veículos de longa distância. Disse que a aposta da Marcopolo é de um modelo de transição de mobilidade baseado no convívio entre os diferentes produtos e técnicas, com soluções adequadas à aplicação em diferentes regiões. Entre os desafios, ressaltou que as tendências globais precisam atender às necessidades locais e suas particularidades. Chamou a atenção para o acolhimento da visão do operador de transporte, cuja adesão é fundamental para o sucesso na aplicação de novas tecnologias, e afirmou que o apoio dos governos em todas as esferas é indispensável. “Essa conta tem de fechar”, concluiu.

No segundo dia do simpósio o painel internacional sobre demanda de biocombustíveis nos setores agro e de carga pesada começou com Fabio Nicora, gerente de Engenharia do Produto da CNHi Brasil responsável por biocombustíveis e trações alternativas, que abordou o agronegócio e sustentabilidade. “O biogás é o combustível do futuro”, disse. Nicora destacou as qualidades do biometano combustível, regulamentado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) para motores ou adiçao na gasolina. O engenheiro destacou que o Brasil tem grande potencial de produção do biometano, que poderia substituir o diesel na redução de emissões de CO2 a 100%, de material particulado a 98% e de NOx em 48%. Segundo Nicora, 98% do potencial brasileiro de produção de biogás e biometano não é aproveitado.

André Boehman, professor no Laboratório Automotivo do Departamento de Engenharia Mecânica Universidade de Michigan (EUA), apresentou panorama norte-americano de biocombustíveis para veículos pesados. Destacou que a solução de biodiesel a 20% na mistura, já regulamentada no país, trouxe impacto positivo importante nos transportes, mas que melhorias de eficiência não serão suficientes para o cumprimento das metas de redução de CO2 e de Gases de Efeito Estufa (GEEs). “Precisamos de combustíveis de baixo carbono”, afirmou. Segundo Boehman, os EUA têm interesse na descarbonização rápida para substituir o combustível fóssil com os combustíveis disponíveis no país. Alertou que essa trilha deve passar pelo aumento em opções de matéria-prima, regulamentação mais rígida de emissões com combustíveis de queima mais limpa e otimização da calibração de motores para aproveitamento máximo das propriedades do combustível.

Alexandre Parker, relações públicas da Volvo, falou sobre diesel verde (HVO), biodiesel, biogás e eletrificação, tendências inevitáveis para a empresa e que se incluem no pacote da linha de trabalho dos biocombustíveis. A Volvo deu início em 2021 à linha de caminhões pesados elétricos, cuja demanda cresce na Europa, e tem por objetivo oferecer veículos 100% fóssil free a partir de 2040. Parker disse que a empresa acredita na demanda, ainda que tímida, de eletrificação de pesados no Brasil e região. Na visão Volvo, o motor a combustão diesel continuará presente, mas no modo fóssil free, e não como é hoje. Sobre alternativas viáveis, Parker apontou o biogás, HVO e o diesel sintético. “Existem possibilidades crescendo, mas essa é nossa meta e o mercado é que vai dizer qual será a melhor”, apontou.

Pradheepram Ottikkutti, mestre em motores pesados na Cummins Índia, apresentou perspectiva indiana em biocombustíveis. Destacou o protagonismo do bioetanol em locais como os EUA, maior produtor, com misturas flexfuel de E10 a E85, estratégia que garante mais segurança energética e pode reduzir importações. Citou o Brasil, segundo maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar e único a utilizar E100, e disse que o uso desse combustível na Índia se restringe pela falta de autossuficiência na produção.

Pietro Mendes, diretor do Ministério de Minas e Energia (MME) responsável pelo programa Combustível do Futuro, falou de ações integrativas de políticas públicas para a indústria automotiva e os setores de combustíveis e biocombustíveis. A diretriz do MME é integrar as metas de descarbonização e harmonizar o conceito de geração de energia do poço à roda, considerando o ciclo de vida do produto, nos seis programas brasileiros relacionados - Renova Bio, Biodiesel, Proconve, Compet, Rotulagem Energética e Rota 2030. Temas como a avaliação de limitações ao uso etanol nas próximas etapas do Proconve estão na pauta de MME.

Painel de debate encerrou a programação com especialistas do setor automotivo e de combustíveis. Marcio Alfonso, diretor executivo da CAOA, abordou o impacto das tecnologias sobre veículos leves e a importância para o futuro do Brasil; Nilton Shiraiwa, da Mercedes-Benz do Brasil, discorreu sobre veículos pesados; Erasmo Batistella, CEO da BS Bios, destacou a necessidade de um plano para transição do diesel fóssil ao diesel verde e da hidrogenação para que o biodiesel se torne combustível drop in 100% misturável com diesel, sem impacto sobre o funcionamento do motor; Luciano Rodrigues trouxe a visão da Única e dos investimentos em P&D para soluções com etanol, e Alessandro Gardemann, da Associação Brasileira do Biogás, falou da importância do biogás para a transição energética do combustível fóssil. Ricardo Abreu, chairperson do encontro, foi o moderador.




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A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega engenheiros, técnicos e executivos unidos pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.
A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países.

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