Holambra – “Tecnologia e Gestão como referencial competitivo na Era da Transformação Digital” foi o tema do IV Executive Day Máquinas e Implementos Agrícolas promovido pela SMARTTECH, organização 100% brasileira especializada em tecnologia e serviços de apoio a projetos de engenharia, que reuniu especialistas no TechCenter da empresa, em Holambra (SP).
Ricardo Nogueira, presidente da SMARTTECH, abriu os trabalhos com reflexão sobre inovações tecnológicas que transformam o ambiente de negócios. “A tecnologia está nos transportando da economia colaborativa para a compartilhada, em que não precisamos mais possuir, mas sim usar a tecnologia, saímos do CD para o MP3 e fomos para um aplicativo para acessar música, uma mudança de fato disruptiva que modificou todo o negócio no segmento”, exemplificou. O executivo ressaltou que um movimento de tecnologia está em curso e abre espaço para mudanças radicais no modo atual de fazer as coisas. “Temos lição de casa para fazer e a SMARTTECH está fortemente engajada nisso”, afirmou.
Pedro Estevão Bastos, presidente na Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), falou sobre tendências do mercado agrícola e atribuiu a competitividade do agronegócio brasileiro a um conjunto de fatores entre os quais sobressai o salto de qualidade e produtividade das máquinas agrícolas, com incorporação crescente de tecnologia. No campo das tendências, ele apontou entre as mais fortes a maior complexidade das máquinas, com conexão à Internet e responsivas às variações do ambiente, o aumento da eletrônica embarcada para a formação de margens, mão de obra cada vez mais especializada, oportunidade de negócios em serviços, e novos materiais para redução de peso das máquinas e da compactação do solo.
Arthur Zanetti, diretor comercial da SMARTTECH para Product Lifecycle Management (PLM), mostrou metodologias e ferramentas de gestão para o desenvolvimento de produtos e discorreu da transição nas empresas dos sistemas analógicos para os digitais, seus riscos e oportunidades. “Neste momento de transição o risco é digitalizar o passado, ou seja, automatizar métodos antigos, mas esta é a hora para repensar a forma como os processos são feitos e os produtos são desenvolvidos, de incorporar ferramentas novas de digitalização para superar o modo tentativa e erro”, disse o especialista.
Fernando Cardoso, engenheiro de desenvolvimento de Produtos da Prometeon, fabricante mundial dos pneus da marca Pirelli para veículos comerciais, falou dos desafios da indústria de pneus no segmento agrícola. “O pneu é parceiro da máquina agrícola no momento em que proporciona que a potencia embarcada na máquina seja transformada em mobilidade e tração para executar as atividades necessárias” destacou. Cardoso detalhou o ciclo de desenvolvimento do projeto de pneu agrícola e destacou que a empresa busca no mercado as informações para realizar novos desenvolvimentos. “Levantamos o que as montadoras precisam em relação à potência que o pneu precisa transferir em cada aplicação para aperfeiçoar o dimensionamento estrutural e operar alterações avançadas no produto”, ressaltou o especialista.
Paulo Pomaleski, gerente de Projetos de Engenharia da SMARTTECH falou sobre o uso da IoT para prever a durabilidade do produto em tempo real. A ferramenta aplicada ao projeto Smart Durability, metodologia desenvolvida pela empresa por meio da conectividade para o monitoramento remoto com o fim de avaliação da durabilidade de veículos, permite aquisição de dados do produto no campo em tempo real, entre outras funcionalidades. “Além de promover acompanhamento em tempo real do dano, comunicação bidirecional, levantamento de cargas; interação com o motorista /operador e entre os sistemas, e permitir a manutenção preditiva, a tecnologia contribui para redução de custo de garantia e do tempo de projeto”, destacou Pomaleski.
Kléber Pereira Lanças, Kléber Pereira Lanças, professor titular de Mecanização Agrícola na Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp Botucatu (SP), falou de pesquisas e testes realizados na universidade para o aumento da eficiência das máquinas agrícolas, técnicas de plantio, características de pneus, compactação de solo e eficiência de consumo de combustível. O especialista destacou ainda a importância da adoção do tráfego controlado no campo para a redução de perdas em todas as fases da cultura e para a preservação das plantas, adicionada à canteirização e uso de tecnologias como piloto assistido e sistemas autônomos. “Isso já é uma realidade no campo”, frisou.
Rômulo Reis, engenheiro pleno em Durabilidade/Estrutural da SMARTTECH encerrou mostrando ferramentas que auxiliam a tomada de decisão no desenvolvimento de produtos. Destacou o cases em que a virtualização e o uso sistemático dessas ferramentas foi decisivo para as soluções de sucesso. “Em nossa área de atuação o que é mais complicado é justamente saber que decisões tomar, e o ponto mais importante é a capacidade de previsão do que vai acontecer, para ser o mais assertivo possível no objetivo”, finalizou.
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