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 Release
31/10/2016
ARTIGO - Educação: Hora de "valorizar" o erro e não temer o risco

* Por Mauro Andreassa


Transgressão. Liberdade. Empoderamento. Não, caro leitor. Não são palavras de ordem de um movimento de rua, mas palavras que ouvi no debate de ideias relacionadas à Educação realizado no recente 25º Congresso SAE BRASIL, onde o tema central foi a formação acadêmica dos novos engenheiros ante a revolução tecnológica em curso na indústria da mobilidade.

Entre os debatedores, fizemos questão de convidar pessoas das mais diversas atividades: jornalistas, estudante de Engenharia, executivo de empresa startup com experiências inovadoras no trato pessoal com seus funcionários, e professor-engenheiro de origem alemã, para adicionar conhecimento sobre a área educacional em seu país.

Como observador da cena há algum tempo, descobri que, no Brasil, o discurso de professores, alunos e executivos vem convergindo nos últimos anos. Na história, tamanha era a importância de Roma que se dizia que todos os caminhos levavam a ela. Nos debates sobre Educação o consenso natural e orgânico tem demonstrado que, independentemente do caminho escolhido, chegaremos a Roma do mesmo jeito.

Tantas feiras de ciências e exposições de trabalhos exibem verdadeiras maravilhas da ciência em protótipos que se movem sozinhos, voam, e até falam, disputam palmo a palmo a atenção dos visitantes. Os protótipos são geniais, mas a questão é: - Quando deixaremos de ser o país dos protótipos e passaremos à maturidade das patentes e produtos?

No que toca à Educação, como professor universitário posso dizer que o ensino no Brasil ainda vive muito fortemente à sombra da revolução industrial. Meu sentimento é o de que quando a porta da sala de aula se abre adentram alunos manufaturados por seus operadores, que convencionamos chamar professores, e então suas cabeças abertas recebem o conhecimento que lhes é programado na grade curricular. A porta se abre e o aluno ganha liberdade de volta, sabendo que dentro de um mês será avaliado se o conteúdo ainda está com ele. Caso negativo, o próximo passo é o retrabalho. Então é tudo feito de novo e da mesma forma, até que a avaliação seja positiva e o conhecimento esteja no lugar planejado. Alguma semelhança com a linha de produção não é um mero acaso.

Em nosso debate descobrimos que o mecanicismo do aparelhamento educacional brasileiro não se aculturou e parece resistir à invasão de jovens empunhando seus celulares e tablets e bradando o direito de aprenderem errando. E ficou clara a necessidade de as universidades encararem o erro como um valor para o aprendizado e de as indústrias não terem tanta aversão ao risco em favor da inovação reclamada pelo mercado. Diga-se de passagem, geralmente as novas ideias surgem do binômio valorizar o erro e não temer o risco. Uma das conclusões a que chegamos é a de que o Brasil estará condenado a uma economia agrícola de sobrevivência se não reagir a esse estado de coisas.

Flores nascem nos lugares mais inóspitos. Não é incomum ver flores entre rachaduras de asfalto, o que nos faz perguntar como aquela flor foi nascer ali. Talentos também nascem nos lugares mais improváveis. Ficamos admirados ao vê-los ganhando medalhas em olimpíadas de matemática, de ciências, de astronomia. E com o passar do tempo, nós nos perguntamos: - Onde eles estão? Como têm agregado valor à sociedade? Será que estão silenciados por uma sociedade desigual e que acredita na caricata figura do gênio que, uma vez assim rotulado, é quase sempre deixado de lado, esquecido junto com as suas qualidades.

A flor murcha e o talento silencia se a eles não dermos valor. Vivemos tempos de grandes transformações que nos convidam a sair do campo das certezas que tivemos até aqui e caminhar para o das hipóteses e conjecturas do que pode estar por vir. É exatamente neste lugar que reside o futuro.

*Mauro Andreassa dirige o Comitê Educação de Engenharia do Congresso SAE BRASIL




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A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países.

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