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Release
01/09/2015
ARTIGO – Competitividade pela manufatura
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Por Jaime Schneider |
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Atualmente a palavra crise é pauta das principais notícias e debates sobre o Brasil. Alguns especialistas falam em crise perfeita, ou seja, crise econômica, política e falta de confiança no País e em suas instituições. Esse período quebra o ciclo de crescimento econômico dos últimos anos, com aumento de demandas e capacidade, chegando a haver situações de pleno emprego em muitas regiões do País.
A recessão da indústria brasileira, diferente da crise econômica e política, não é recente. A competitividade deste setor apresenta quedas consecutivas nos últimos anos. Entre todos os fatores-chave da competitividade, a produtividade é o aspecto que mais depende da ação da própria indústria. A produtividade da manufatura no Brasil foi uma das que menos cresceu em comparação com outros países, como Coreia do Sul, China e Estados Unidos.
Ganhos em produtividade, por meio do uso de tecnologias de manufatura avançadas e do desenvolvimento criativo de processos de produção automatizados, podem ser uma das saídas para aumentar a competitividade da nossa indústria.
Atualmente temos uma defasagem tecnológica. A idade média do parque fabril brasileiro gira em torno de 17 anos, ante sete nos Estados Unidos e cinco na Alemanha. Exemplo do cenário é a quantidade de robôs que o Brasil adquiriu em 2013, menos de 1.300 unidades, enquanto Coreia do Sul e China adquiriram, respectivamente, 21.000 e 37.000 unidades.
A utilização de sistemas de produção enxuta pode gerar ganhos de produtividade. Por exemplo, é possível eliminar desperdícios ao redesenhar processos, melhorar fluxos de materiais e informações e realizar adequações de layout, além de utilizar, dentre outras ferramentas, o mapeamento de fluxo de valor. Sem um processo simples em fluxo, os grandes desperdícios ficam escondidos. Trabalho padronizado, acompanhado de uma boa gestão visual, também auxilia na identificação do que é anormal. Isso deve desencadear a solução de problemas na base, por meio de cadeias de ajuda, reuniões diárias e tratativas de problemas.
O que torna viável tanto o uso da automação quanto a produção enxuta é uma capacitação adequada das pessoas envolvidas. Todos os processos são realizados e melhorados por meio das pessoas, que precisam ser capacitadas não apenas tecnicamente em suas respectivas funções, mas em ferramentas da produção enxuta, na solução de problemas e no desenvolvimento de hábitos de identificação e eliminação de desperdícios.
O papel da liderança em todos os níveis é fundamental nesse processo, do presidente ao líder de equipe, para propagar o inconformismo com os desperdícios, participar de caminhadas na operação, apoiar as cadeias de ajuda e desenvolver as pessoas como solucionadores de problemas. Cabe à liderança apoiar os projetos de automação, incentivando as áreas técnicas na busca de soluções.
A crise pode ser vista como uma oportunidade, desafiando-nos a fazer diferente. O Brasil voltará a crescer. Temos a oportunidade de planejar melhor as fábricas para este crescimento, que deve ser realizado com ganhos de produtividade em vez de aumentos de capacidade. Estes e outros assuntos serão debatidos durante o 7º Simpósio SAE BRASIL de Manufatura, que será realizado nos dias 9 e 10 de setembro, no Hotel Intercity Premium, em Caxias do Sul, com o mote “Repensando a Manufatura – Desafios e Oportunidades em Tempos de Crise”.
Jaime Schneider é o chairperson do 7º Simpósio SAE BRASIL de Manufatura.
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Perfil da empresa |
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A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega engenheiros, técnicos e executivos unidos pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.
A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países. |
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