A equipe da Escola Estadual Professora Ayr Picanço Barbosa de Almeida, de São José dos Campos, SP, venceu neste sábado, 11 de outubro, a segunda edição da Competição SAE BRASIL Demoiselle, realizada no Ginásio Poliesportivo da ADC Embraer, na cidade. O pequeno avião dos seis estudantes, propulsionado à hélice movida pela torção de um elástico, realizou um voo de 130.5 segundos, já consideradas as bonificações e penalidades aplicáveis. O resultado levou a equipe a se sagrar bicampeã da competição. Ano passado, o projeto da equipe realizou um voo de 41.9 segundos.
Ana Beatriz da Silva Aguiar, capitã da equipe, atribuiu o resultado às pesquisas feitas pelo grupo desde janeiro. “Como adquirimos prática ano passado, a gente se aprofundou nos estudos para melhorar o projeto e deu certo”, diz. A equipe reduziu de 13 gramas para 8,5 gramas o peso do avião, com a substituicão da seda usada na estrutura por plástico, lixamento da hélice que perdeu 4 gramas e troca do estabilizador por um melhor. Ana Beatriz cursa o segundo ano do ensino médio e, com a experiência, diz que está pensando em estudar engenharia. “Descobri que é uma área muito intessante, por isso ano que vem estarei de novo na competição, junto com a minha equipe”, afirma a capitã, que tem 16 anos.
O segundo lugar na competição ficou para a equipe Blue Sky, da E.E. Professor Juvenal Machado de Araujo. O pequeno avião da equipe realizou 116.5 segundos de voo e foi seguido, como terceira colocação, pelo projeto da equipe ETEP Birds, da Escola Técnica Professor Everardo Passos (ETEP), com 69.3 segundos de voo e também de São José dos Campos.
A Competição SAE BRASIL Demoiselle reuniu oito equipes, entre nove inscritas, todas compostas por estudantes do ensino de escolas públicas e privadas de São José dos Campos, Jacareí e Botucatu.
Para participar da competição, as equipes foram desafiadas a projetar, construir e fazer voar um pequeno avião, propulsionado à hélice e movida pela torção de um elástico, seguindo regras estabelecidas pela SAE BRASIL, disponível no site www.saebrasil.org.br.
O objetivo da competição é disseminar o interesse e conhecimento da engenharia, especialmente a aeronáutica, em particular a partir do fascínio e atração que a aviação exerce sobre o homem.
Projetos - Construídas em madeira, papel ou outro material, as pequenas aeronaves devem pesar no mínimo 7 gramas, terem no máximo 40 cm de envergadura (distância entre uma ponta de asa a outra) projetada, hélices de 23 cm de diâmetro máximo e estrutura capaz de suportar a força que o elástico faz sobre ela ao ser torcido por várias centenas de voltas até o lançamento, feito a mão. O desafio é fazer a aeronave, não controlada, voar maior tempo possível numa área delimitada. A equipe que obtiver o maior tempo de voo do pequeno avião será a vencedora.
Além de troféu, os integrantes da equipe vencedora, a Ayr Picanço, poderão acompanhar, na área vip, a 16ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, agendada para 30 de outubro a 2 de novembro de 2014, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP. As segunda e terceira equipes colocadas receberam troféus.
O termo “Demoiselle” é uma homenagem da SAE BRASIL ao segundo avião projetado e construído por Alberto Santos Dumont, menos conhecido que o 14 Bis, mas sua concepção estrutural, considerada excepcional, influenciou, no começo do século 20, toda a indústria da aviação, especialmente a europeia.
Demais competições – A SAE BRASIL realiza mais três competições estudantis, estas voltadas para estudantes de graduação em engenharia: a Baja SAE, em que estudantes projetam e constroem veículos off-road; SAE AeroDesign, que estimula o projeto e construção de aeronaves em escala reduzida; e Fórmula SAE, voltada ao desenvolvimento e construção de carros tipo Fórmula a combustão ou elétricos. As três competições seguem os padrões da SAE INTERNATIONAL e as equipes vencedoras conquistam a cada ano mais espaço para o Brasil no Exterior.
“As competições estudantis da SAE BRASIL são provas de engenharia criadas para desafiar os jovens a praticar conhecimento técnico com ousadia e criatividade, além de fazer com que tomem contato com a gestão de projeto em todos os seus aspectos, inclusive o financeiro. É verdadeiramente uma experiência extracurricular que faz diferença na formação do engenheiro”, analisa Ricardo Reimer, presidente da SAE BRASIL
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