Estudantes de engenharia do Interior de São Paulo construíram e agora testam 15 carros para disputar a 19ª Baja SAE BRASIL – PETROBRAS. A competição será realizada entre os dias 14 e 17 de março, no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba, São Paulo.
O Interior de SP será representado por 15 equipes na competição, provenientes de 13 instituições de ensino de São Carlos, São José dos Campos, Ilha Solteira, Bauru, Guaratinguetá, Araras, Campinas, Limeira, Piracicaba, Franca e Sorocaba. Ao todo, a competição reunirá 81 equipes, que somam cerca de 1,6 mil estudantes de engenharia de 17 Estados brasileiros e do Distrito Federal.
Segurança - Participante desde 2010, a equipe ITA Baja, formada por 12 estudantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos, investiu em um mecanismo denominado quick-release, para soltura rápida do volante. “Além de proporcionar mais conforto para o piloto entrar no carro, o sistema facilita o piloto a sair do veículo com rapidez em caso de acidentes”, explica Guilherme Fernandez, integrante da equipe, estudante de Engenharia Fundamental.
Já a equipe Pac Baja 1, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), campus Bauru, investiu na construção de um carro compacto e leve, com uso de alumínio, poliestireno, fibra de vidro e de carbono. O carro pesa 170 kg, atinge 52,3 km/h e traciona cargas de até 930 kgf.
“Nossa maior motivação é ver que a busca de conhecimento através de teorias, o esforço em construir um protótipo e as dificuldades enfrentadas durante o processo é recompensada com o crescimento da equipe a cada ano”, comenta Flávio Chavaglia Filho, estudante de Engenharia Mecânica e capitão da equipe, 23ª colocada em 2012, quando competiram 62 equipes do Brasil. A Unesp Bauru também será representada pela equipe Pac Baja 2.
Outra equipe que apostou na construção de um carro leve e compacto foi a Piratas do Vale, composta por 13 estudantes da Unesp Guaratinguetá. Além disso, os estudantes aumentaram o espaço interno do protótipo para garantir conforto ao piloto. O carro pesa 185 kg e atinge 60 km/h.
Plantio de árvores – Com o objetivo de compensar a emissão de carbono gerada durante a construção e funcionamento do Baja, a equipe plantou 50 mudas de árvores, de cinco espécies, em Paraty, Rio de Janeiro. “Consideramos essencial a compensação de emissões para desenvolvimento de um projeto mais sustentável”, avalia Gabriel Cipolla, estudante de Engenharia Mecânica e capitão da equipe, 37ª colocada ano passado.
As demais equipes do interior de São Paulo são: EESC USP 1 e EESC USP 2, da Escola de Engenharia de São Carlos da USP; Tec Ilha, da Universidade Estadual Paulista (Unesp Ilha Solteira); Bajarara Délson, do Centro Universitário Hermínio Ometto, de Araras; Unicamp Baja SAE, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Baja FCA Unicamp, da Unicamp campus Limeira; Baja Unimep, da Universidade Metodista de Piracicaba; Baja Unifran, da Universidade de Franca; Baja UFSCar; da Universidade Federal de São Carlos; EEP Baja, da Escola de Engenharia de Piracicaba; e Fase Racing, da Faculdade de Sorocaba.
Carros - Os Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas, motor padrão de 10 HP e capacidade para abrigar um piloto de até 1,90m de altura e até 113,4 kg de peso. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelos próprios estudantes de engenharia, que são orientados por professores das instituições de ensino que representam.
O programa - O Baja é o primeiro programa estudantil de capacitação organizado pela SAE BRASIL, e está entre os de maior sucesso. Nele os estudantes se organizam em equipes que, sob a orientação de um professor desenvolvem os veículos com o qual irão competir representando a sua instituição de ensino.
Além da construção do protótipo em que praticam o conhecimento adquirido em sala de aula, as equipes são responsáveis por atividades como atendimento de prazos, busca de suporte financeiro para viabilização do projeto e custeio de despesas, entre outras tarefas com as quais se defrontarão no mercado de trabalho.
“As competições estudantis da SAE BRASIL proporcionam aos futuros engenheiros a oportunidade de por em prática as teorias aprendidas nas salas de aula e, assim, desenvolver capacidades e a paixão necessárias a uma boa formação profissional”, afirma o engenheiro Ricardo Reimer, presidente da SAE BRASIL.
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