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 Release
24/10/2012
Para engenheiros, gargalo logístico pode ser resolvido com investimentos e planejamento

É preciso retomar o auge do transporte ferroviário que o Brasil viveu nas décadas de 1960 e 1970. A indústria ferroviária nacional tem condições de absorver a demanda, ela tem tecnologia para isso, porém é preciso que o governo invista na construção de ferrovias. Este foi o recado deixado pelos participantes do Fórum SAE BRASIL de Tecnologia Ferroviária, realizado neste dia 18 de outubro, em Campinas, SP.

Diversos especialistas do mercado ferroviário nacional debateram a situação do setor e os investimentos que o País precisa para mudar e modernizar o sistema. Vicente Abate, presidente da ABIFER (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária), comentou sobre a capacidade da indústria ferroviária fez um paralelo entre o que o setor já representou ao Brasil e o que representa hoje.

De acordo com Abate é preciso desagregar o transporte de carga do transporte de passageiros. “O volume está aumentando muito e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) precisa ter suas linhas liberadas do transporte de cargas, por isso, o plano do Governo é concluir até o final deste ano um ramal que levará carga diretamente ao Porto de Santos”, explicou.

Abate contou que o faturamento do mercado ferroviário dobrou em quatro anos e a previsão para 2012 é crescer 12%. “Hoje o Brasil possui 30 mil km de vias férreas, o ideal seria chegarmos a 50 mil km de ferrovia”, disse.

O executivo lembrou que na década de 1960 o Brasil transportava 100 milhões de passageiros pelas vias férreas. Na década de 1970, cerca de 2% do PIB era aplicado em transporte ferroviário e atualmente não se aplica nem 1%. “Isso precisa mudar com urgência, a realidade hoje é outra e o País precisa continuar a crescer”, concluiu.

Atualmente o investimento do governo em ferrovias é de 1,3 bilhão, proveniente do PAC da mobilidade, que conta com R$ 32 bilhões. Segundo Abate, esses números mostram que o governo federal acredita no transporte ferroviário como solução para resolver o gargalo da logística no Brasil.

Tecnologia – No âmbito da tecnologia, o professor doutor Fabiano Fruett, da Unicamp, apresentou um equipamento desenvolvido por um estudante da instituição, que mede o nível de conforto no transporte. O dispositivo reconhece por meio da aquisição de dados de aceleração os pontos do percurso do veículo em que ocorreram mais oscilações, temperaturas elevadas e ruídos em excesso.

De acordo com Fruett, o dispositivo é capaz de mensurar, com precisão, quais os fatores que interferem na qualidade do transporte particular ou público. “Um equipamento como esse pode ser muito importante para o mercado, para quem oferece o transporte ou mesmo para o usuário”, explicou.

O consultor em soluções de logística, Jean Carlos Pejo, disse que o encontro promovido pela SAE BRASIL é uma ótima oportunidade para reunir diversos públicos e proporcionar maior facilidade de sugerir mudanças. “O setor ferroviário é muito conservador, então isso pode ajudar e muito na discussão de ideias e saídas para os diversos problemas”, comentou.

No primeiro painel, intitulado “Inovações para o transporte de passageiros”, Pejo afirmou que, em se tratando de tecnologia, não basta apenas implantá-la, é preciso saber exatamente o tipo de serviço que se pretende ter, o que se busca e como ganhar eficiência. “Não adianta termos linhas inúteis que não servem para nada. Não basta apenas dizer que vai funcionar. É importante implantar de forma correta e no local correto”, informou Pejo.

Outro convidado, Sérgio Lombardi, gerente de projetos da Siemens, deu exemplo quanto à necessidade de ter pleno conhecimento da tecnologia. “Por que o VLT não é considerado na matriz dos transportes? Ainda não se sabe ao certo e com propriedade tudo o que está por trás desse veículo, para uns ele é vantajoso, para outros não, mas ninguém explica o real motivo”, apontou.

O chairman do simpósio, Pedro Nogueira, acrescentou que para viabilizar o transporte de passageiros é preciso atualizar todo o leito ferroviário e trazer ao mercado novo material rodante de qualidade.

No segundo painel, “Desbravando o gargalo logístico por meio de material rodante inovador”, o jornalista e mediador, Gerson Toller, disse que, assim como no setor de passageiros, o Brasil está prestes a ver grandes mudanças no setor de transporte de cargas. “Hoje em dia o Brasil só possui sistemas para grandes cargas, é preciso termos também serviços para cargas intermediárias, assim como no passado”, disse.

O diretor da Progress Rail, João Sérgio Barra, afirmou que o nosso mercado está em constante evolução e que os engenheiros e a indústria são os responsáveis por fazer com que ele cresça cada vez mais. “É importante que procuremos e avaliemos as melhores soluções para nós”, ressaltou.

Sérgio Jabur, gerente de aplicação industriais e desenvolvimento de novos negócios da Schaeffler, apresentou soluções de vagões nacionais e outras que poderiam vir para o Brasil. “É preciso analisar e aplicar a tecnologia que mais condiz com o nosso território e nossas necessidades”, defendeu.

O Brasil tem excelência no transporte de minério de ferro e segundo Pejo, precisamos buscar essa competência também para outros setores. “Atualmente apenas 2% do transporte de containers é feito por meio de nossas ferrovias o que faz com que ainda sejamos ineficientes nos segmentos que apresentam grande competição”, demonstrou.

Para o consultor, ser competitivo é ser competente. “Temos que fazer bem feito, não adianta implantar sem antes saber exatamente o que o mercado demanda”, disse. “O frete rodoviário ainda é muito alto porque nenhum outro setor ameaça esse mercado”, finalizou o consultor.

Simpósio – Realizado pela Seção Campinas da SAE BRASIL o encontro lançou o Simpósio de Tecnologia Ferroviária que a associação irá realizar em março de 2013. “Além de favorecer as contribuições mútuas dos setores ferroviário e automotivo, queremos com essa discussão promover o desenvolvimento de mais tecnologia para o setor e a qualificação da mão de obra, já que esse é também um importante gargalo que precisamos resolver no País”, disse Pedro Nogueira.




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A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países.

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