Construir um avião rádio controlado capaz de transportar madeira, água ou bolas de tênis. Este é o desafio para as 98 equipes inscritas na 14ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, marcada entre os dias 1 e 4 de novembro, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP. O Rio de Janeiro será representado por seis equipes e o Espírito Santo por uma.
A competição reúne estudantes de engenharia de 14 Estados brasileiros, Brasília, Venezuela, México, EUA e Canadá. As 98 equipes somam, ao todo, cerca de 1,4 mil universitários.
A competição abrange três categorias (Regular, Advanced e Micro), e a partir de 2012, ao invés de barras de chumbo ou aço, o material a ser transportado pelos aviões mudou. Na classe Regular, a carga deve ser madeira do tipo MDF ou HDF (prensadas, largamente utilizadas na fabricação de móveis), enquanto na classe Advanced o volume transportado deve ser água, e, na classe Micro, bolinhas de tênis. O peso total transportado em cada aeronave varia de acordo com o projeto e a criatividade da equipe, porém as equipes devem buscar transportar a máxima carga possível em todos os voos.
Espírito Santo – Única representante do Espírito Santo, a equipe Aves, formada por 15 estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), construiu uma aeronave 40% mais leve e 12% menor que o projeto apresentado em 2011. O avião pesa 2,5 kg, transporta 10 kg de madeira e atinge velocidade máxima e 54 km/h.
“O ponto forte do projeto é a eficiência estrutural, construímos um avião leve e capaz de voar carregando quatro vezes o seu próprio peso”, afirma Alan Zanão da Penha, capitão da equipe, inscrita na classe Regular e que em 2011 conquistou a 57ª colocação.
Rio de Janeiro – A equipe AeroRio Advanced, composta por 12 estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC Rio), construiu um monoplano com asas divididas em três partes, que formam um conjunto de 4,5 m de envergadura. O projeto pesa 5 kg e transporta 20 litros de água.
O diferencial fica por conta do sistema de freios. O trem de pouso tem forma arqueada, construída em fibra de carbono e presa à fuselagem com espuma de alta densidade. “Projetamos um trem de pouso eficaz para amortecer e resistir aos impactos da aterrissagem”, conta o capitão Lucas Maciel Ribeiro. A PUC Rio também será representada pela equipe estreante AeroRio Micro, formada por 11 estudantes.
Mais quatro equipes cariocas disputam a competição: as equipes Venturi,do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro; Blackbird, da Universidade Federal Fluminense; Ufforce Aerodesign, da UFF campus Volta Redonda; e Minerva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Regulamento – Os aviões da Classe Regular, que deverão transportar madeira, são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10cm3 ou 0,61in3). As aeronaves serão menores em 2012, pois a limitação dimensional máxima reduziu cerca de 70cm, porém terão compartimentos de carga maiores. Todos deverão decolar em uma distância máxima de 50m. Nos aviões da Classe Advanced, a carga transportada deverá ser água, depositada em tanques montados na fuselagem. As aeronaves da categoria podem usar mais de um motor, porém a soma da cilindrada não pode exceder 0,50in3 (8,2cm3). Em 2011, a cilindrada máxima ficava entre 10,65 cm3 (0.65 in3) e 15,07cm3 (0.92 in3). As aeronaves da Classe Micro terão que transportar as bolinhas de tênis dentro de um compartimento fechado. Lançados à mão, os aviões da Classe Micro não têm restrições geométricas nem quanto ao número de motores, porém a equipe deverá ser capaz de transportar a aeronave numa caixa de 0,175m³. Nesta categoria os motores são elétricos.
Provas - As avaliações e a classificação das equipes serão realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme o regulamento baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica e disponível no site da SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br. Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma Classe Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores as pontuações ganham o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2013, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: seis primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Aberta e um primeiro lugar Classe Micro. A SAE East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade.
“O projeto SAE BRASIL AeroDesign, além de grande reforço extracurricular para os estudantes de engenharia, estimula o trabalho em equipe, ajuda a desenvolver capacidade de liderança e habilidade de vender ideias. Incentiva também o comportamento ético e profissional dos futuros engenheiros, ressalta o presidente da SAE BRASIL, Vagner Galeote.
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