Novamente três equipes da Universidade Federal do Pará representarão sozinhas a região Norte na Competição SAE BRASIL AeroDesign. Na 14ª edição, a competição será realizada entre os dias 1º e 4 de novembro, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP. Ao todo, a competição de engenharia possui 98 equipes inscritas, de instituições de ensino da Venezuela, México, Canadá, EUA e do Brasil.
No momento, as 98 equipes estão na fase final do projeto para dar início aos testes de voo das aeronaves. Do Pará, as equipes Águia de Marabá, campus Marabá, e Iaçá e Uirapuru, de Belém, reúnem 37 estudantes, que também aceitaram o desafio da SAE BRASIL de projetar e construir aeronaves, em escala reduzida e radiocontroladas, exclusivamente para a competição. Os três aviões dos estudantes do Pará contam com compartimentos de carga maiores em razão das novas regras da competição.
A Competição abrange três categorias: Regular, Advanced e Micro, e neste ano os aviões terão de transportar diferentes materiais como carga. Na Classe Regular, os aviões deverão carregar madeira do tipo MDF ou HDF (madeira prensada largamente utilizada na fabricação de móveis), enquanto na Classe Advanced, a carga transportada deverá ser água. As aeronaves da Classe Micro deverão transportar bolinhas de tênis. Antes o peso carregado nas três categorias era de barras de chumbo ou aço.
Grande fuselagem – As equipes paraenses são todas da Classe Regular. A equipe Uirapuru construiu um avião em que 70% do volume é para o compartimento de carga, na fuselagem. O monoplano tem 2,6 m. de envergadura, transporta 12 kg de madeira (MDF) e pesa aproximadamente 4,2 kg. Como novidade, será utilizado um sistema de freio mecânico. “Esperamos obter melhor pontuação no pouso da aeronave”, conta Luiz Lopes, capitão da equipe, 53ª colocada em 2011 e com 14 integrantes. A aeronave utiliza fibra de carbono, madeira balsa, resina e termoadesivo.
A equipe Águia de Marabá construiu o compartimento de carga 90% maior em relação ao apresentado em 2011, ano de estreia na competição. A fuselagem que media 50 cm de comprimento foi ampliada em 80%. O avião transporta 12 kg de chapas de madeira tipo MDF, pesa 3 kg e alcança velocidade de 16 m/s. “Nosso avião está competitivo, esperamos alcançar uma melhor colocação que em 2011, quando ficamos em 65º lugar”, conta Bárbara de Almeida, capitã da equipe, com 15 universitários.
Maior veterana da UFPA, a equipe Iaçá trabalha na construção de um monoplano com a fuselagem quase 18% maior em relação aos projetos anteriores. O avião pesa 3,2 kg e tem capacidade para transportar 13 kg. “A carga transportada atualmente é menos densa, assim tivemos de aumentar o compartimento de carga para conseguir carregar mais peso”, explica o capitão Anderson Alcântara, estudante de Engenharia Mecânica, responsável pela equipe composta por oito universitários. Em 2011, a equipe conquistou a 32ª colocação entre 80 equipes participantes.
Regulamento – Os aviões da Classe Regular, que deverão transportar madeira, são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10cm3 ou 0,61in3). As aeronaves serão menores em 2012, pois a limitação dimensional máxima reduziu cerca de 70cm, porém terão compartimentos de carga maiores. Todos deverão decolar em uma distância máxima de 50m.
Nos aviões da Classe Advanced, a carga transportada deverá ser água, depositada em tanques montados na fuselagem. As aeronaves da categoria podem usar mais de um motor, porém a soma da cilindrada não pode exceder 0,50in3 (8,2cm3). Em 2011, a cilindrada máxima ficava entre 10,65 cm3 (0.65 in3) e 15,07cm3 (0.92 in3).
As aeronaves da Classe Micro terão que transportar as bolinhas de tênis dentro de um compartimento fechado. Lançados à mão, os aviões da Classe Micro não têm restrições geométricas nem quanto ao número de motores, porém a equipe deverá ser capaz de transportar a aeronave numa caixa de 0,175m³. Nesta categoria os motores são elétricos.
Provas - As avaliações e a classificação das equipes serão realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme o regulamento baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica e disponível no site da SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br. Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma Classe Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores as pontuações ganham o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2013, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: seis primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Aberta e um primeiro lugar Classe Micro. A SAE East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade.
“Vitrine para as empresas que buscam jovens talentos e laboratório para o desenvolvimento técnico dos estudantes voltados à engenharia aeroespacial. Assim eu defino o projeto SAE BRASIL AeroDesign”, diz Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL.
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