Com 22 equipes inscritas, o Estado de São Paulo tem o maior número de representantes na 18ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, de 22 e 25 de março, no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba (SP).
As nove equipes da Grande São Paulo já iniciaram os testes dos nove carros que vão competir. Os veículos foram projetados e construídos pelos próprios estudantes dentro das universidades. Ao todo são 71 as equipes de 15 Estados brasileiros e do Distrito Federal que participam da competição, num total aproximado de 1,4 mil estudantes.
INOVAÇÕES – A veterana Poli Fênix, da Escola Politécnica da USP, é formada por 25 estudantes e usou uma câmera embarcada dentro do carro para captar imagens durante os testes e conseguir identificar melhor as eventuais falhas. Para a redução da massa, a maior parte das peças aplicadas no veículo é de alumínio. O protótipo da equipe pesa 155 kg, traciona cargas superiores a 320 kg e atinge velocidade máxima de 56 km/h em 100 m.
O carro também possui sistema eletrônico alimentado por energia solar, e os controles manuais foram substituídos por eletrônicos, como o afogador, acionado por botão dentro da cabine do piloto. É equipado ainda com o sistema de radiofrequência que identifica o usuário e permite que apenas habilitados acionem o veículo, além de armazenar dados sobre as preferências do condutor, como posição do banco e do volante. Na competição, a Poli será representada, ainda, pela equipe Poli Ciser Magnus, 4ª colocada em 2011.
Formada por quatro estudantes da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), a equipe Baja FAAP, da Capital, iniciou o projeto para construção do carro há mais de um ano. “Investimos na construção de um carro simples e robusto, devido ao baixo número de componentes na equipe e este ser nosso primeiro carro”, diz o capitão André Dias, de 20 anos, estudante do 7º semestre de Engenharia Mecânica.
O carro tem suspensão dianteira tipo Duplo A, e suspensão traseira tipo eixo rígido, para não perder velocidade em terrenos com obstáculos e garantir bom desempenho. Segundo André Dias, o aprendizado com o projeto é o que mais empolga a equipe. “Os conhecimentos adquiridos vão desde aspectos mais técnicos, como formas de soldar, até os de caráter corporativo, de lidar com burocracia e gestão de recursos”, diz.
OUTRAS EQUIPES – Também representarão a Grande SP as equipes Fatecnólogos, da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec SP); FEI Baja 1 e FEI Baja 2, do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), de São Bernardo; equipe Mack 51, da Universidade Presbiteriana Mackenzie; e equipes Mauá 1 e Mauá 2, do Instituo Mauá de Tecnologia, de São Caetano.
PROVAS E AVALIAÇÃO - Em Piracicaba, as equipes e os veículos serão avaliados por especialistas da indústria da mobilidade. Entre as provas estão avaliações de projeto, por meio de relatórios e apresentação, testes de tração, aceleração, velocidade máxima e o esperado enduro de resistência, que tem quatro horas de duração e é feito em pista de terra com obstáculos.
As equipes das três instituições com as melhores pontuações na soma geral das provas estáticas e dinâmicas ganham o direito de representar o Brasil na Baja SAE Wisconsin (EUA), de 7 a 10 de junho próximo. A competição norte-americana costuma reunir mais de 90 equipes de diferentes países. O Brasil acumula quatro vitórias.
CARROS - Os Baja SAE são projetados e construídos dentro das instituições de ensino como projeto extracurricular, por grupos de estudantes orientados por um professor. Os carros são protótipos tubulares em aço, monopostos, para uso fora-de-estrada, com quatro ou mais rodas, motor padrão de 10 HP e capacidade para abrigar um piloto de até 1,90m de altura e até 113,4 kg de peso. Todo o sistema de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto e a viagem da equipe ao local da competição.
O PROGRAMA - O Projeto Baja é o pioneiro dos programas estudantis da SAE BRASIL e figura entre os de maior sucesso na capacitação dos futuros engenheiros. Estimula a prática de conceitos teóricos adquiridos em sala de aula, e submete os estudantes a experiências que encontrarão na atividade profissional na indústria, como trabalho em equipe, atendimento de prazos, busca de suporte financeiro para o projeto, entre outras não exploradas regularmente nos cursos.
O engenheiro Vagner Galeote, presidente da SAE BRASIL, comenta que as competições estudantis promovidas pela entidade desafiam os estudantes no que toca às habilidades mais desejadas pelo mercado nos profissionais da engenharia. “Os jovens aprendem a trabalhar em equipe, concebem, constroem e testam o projeto, tudo dentro das rígidas regras da competição”, conta Galeote.
18ª Competição Baja SAE BRASIL–PETROBRAS
Quando – de 22 a 25 de março de 2012
Onde - Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA)
Endereço – rodovia SP 135, km 13,5, bairro Tupi, Piracicaba, SP |