No final de julho, o Inmetro finalmente publicou o Requisito de Avaliação da Conformidade (RAC) para certificação compulsória de 9 componentes automotivos: amortecedores de suspensão, bombas elétricas de combustível para veículos ciclo Otto, buzinas, pistões, pinos e anéis de travas (retenção), anéis de pistão, bronzinas e lâmpadas. Mas que boa notícia!
Temos de comemorar o avanço, ainda que tarde. A certificação compulsória de componentes automotivos ligados à segurança veicular é necessidade para a sobrevivência da indústria nacional ante a concorrência dos produtos oriundos de países onde o custo de produção é menor do que o nosso, como a China.
Mas, além disso, e principalmente, é uma ferramenta para o bem-estar social, pois não podemos mais permitir que produtos sem nenhum tipo de critério seja oferecido aos nossos consumidores, principalmente se tratando de componentes automotivos ligados à segurança veicular. O consumidor tem todo o direito de escolher o produto mais barato da prateleira, porém nós, responsáveis técnicos, não podemos deixar que ele escolha algo prejudicial à própria segurança, assim como a da família.
A proteção que vem da qualidade é nossa responsabilidade. É um excelente negócio para as pessoas de bem, pois ajuda a preservar o que temos de mais importante: a vida. É uma ferramenta de proteção contra os inescrupulosos e gananciosos que só visam o lucro a qualquer preço, e que não se importam com o consumidor.
É preciso ressaltar que a certificação compulsória de peças automotivas não chega a afetar os custos na produção de um veículo, pois visa principalmente o mercado de reposição. Uma vez que a indústria sente a necessidade de certificar o produto, o faz para a linha toda, independente de se posteriormente tem como destino abastecer a linha de produção ou o mercado de reposição.
Além disso, a grande maioria das montadoras conta com padrões de qualidade que muitas vezes são superiores às normas utilizadas nas certificações. A explicação para isso é que as normas têm como papel principal garantir um padrão básico de qualidade na produção da peça, para que ela tenha o desempenho desejado e ofereça segurança ao consumidor. São, em resumo, requisitos básicos.
Assim, a certificação compulsória é bem vinda, pois protege o consumidor e o nosso mercado. Este assunto andou estagnado por anos e agora volta à tona. Nós, do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva -, estamos confiantes de que agora iremos evoluir mais rapidamente neste assunto.
Como organismo de certificação, estamos à disposição para esclarecer qualquer tipo de dúvida a respeito. Temos foco e conhecimento específico para auxiliar as empresas interessadas em investir em qualidade. Afina, fomos criados para isso.
*Mario Guitti é superintendente do IQA - Instituto da Qualidade Automotiva
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