O SESC São Caetano programou dois encontros com o artista plástico Tiago Gualberto, autor da exposição ‘Negra é a Cor do Meu Coração: Instalações e Objetos de Tiago Gualberto’. O público interessado em conhecer e conversar com o artista poderá comparecer na Unidade - rua Piauí, 554, bairro Santa Paula, São Caetano - nesta sexta-feira, dia 26, às 19h30; e na terça-feira, dia 30, às 10h. No encontro, em formato de bate-papo, Tiago vai contar sua trajetória na arte e as pesquisas realizadas para a produção das peças que compõem a exposição, em exibição gratuita, até 22 de dezembro, no mesmo local.
O artista plástico Tiago Gualberto nasceu em Igarapé, MG, no ano de 1983. Seus estudos sobre a arte começaram em 2002, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais, onde, além dos princípios da gravura, do desenho e da pintura, fez parte do 'Programa Ações Afirmativas', composto por grandes intelectuais negros. Este contato se torna primordial para consolidação de seu pensamento que reflete a questão racial no Brasil, mais precisamente o negro e suas memórias.
O trajeto de sua história na arte passa por importantes exposições individuais e coletivas, tais como: Festival de Arte Negra de Belo Horizonte - FAN 2009; “Um olhar sobre a arte contemporânea brasileira” - Museu Afrobrasil - e “Encuentro entre dos mares” - Bienal de Valência (Espanha) em 2007. Sua obra reforça o universo popular, por meio da xilogravura e de objetos comuns à memória do homem negro brasileiro.
Exposição - ‘Negra é a Cor do Meu Coração: Instalações e Objetos de Tiago Gualberto’ reúne cerca de 30 trabalhos que refletem a questão racial no Brasil, produzidos desde 2005. Nas instalações, caixas de fósforo, coadores de café descartáveis, telas que passam a impressão de giz no quadro negro e até lâmpadas queimadas ganham diferentes interpretações.
Entre as obras está a instalação ‘Navio Negreiro’, composta por cerca de 2700 caixas de fósforo colocadas lado a lado. Cada caixa exibe além de seus respectivos palitos queimados, um retrato 3x4 de documentos de identidade encontrados em bares e lugares popularmente conhecidos como “achados e perdidos”.
‘Sem título’, produzida em 2005, é uma instalação composta por 100 xilogravuras impressas em filtros descartáveis de coar café. São cinco variações de retratos de homens e mulheres negros. Cada xilogravura é inserida dentro de outro filtro carimbado com expressões do cotidiano brasileiro. Estas expressões são carregadas de racismo, com a utilização de frases como: Mercado negro, A coisa está preta, Dia de Branco, Ovelha Negra, Caixa preta. O observador é convidado a manipular e extrair a imagem de dentro do filtro. Tráfico Negreiro, Série: Amores Teóricos e Uma Gota de Sangue Negro também fazem parte da exposição, livre para todos os públicos.
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