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29/11/2010
SESC São Caetano convida para exposição ‘Negra é a Cor do Meu Coração’, até 22 de dezembro

Caixas de fósforo, coadores de café, telas que passam a impressão de giz no quadro negro e até lâmpadas queimadas. Objetos comuns do dia-a-dia ganham diferentes interpretações na exposição ‘Negra é a Cor do Meu Coração: Instalações e Objetos de Tiago Gualberto’. As obras estão expostas no SESC São Caetano até 22 de dezembro, e marcam o Dia da Consciência Negra (20 de novembro). A visitação é gratuita.

A exposição contém 30 trabalhos que refletem a questão racial no Brasil, como a obra ‘Navio Negreiro’, de 2007, com 2,7 mil caixas de fósforo colocadas lado a lado. Cada caixa exibe além de seus respectivos palitos queimados, um retrato 3x4 de documentos de identidade encontrados em bares e lugares popularmente conhecidos como “achados e perdidos”.

‘Sem título’, produzida em 2005, é uma instalação com 100 xilogravuras impressas em filtros descartáveis de coar café. São cinco variações de retratos de homens e mulheres negros. Cada xilogravura é inserida dentro de outro filtro carimbado com expressões do cotidiano brasileiro. Estas expressões são carregadas de racismo, com a utilização de frases, como mercado negro, a coisa está preta, dia de branco, ovelha negra e caixa preta. O visitante é convidado a manipular e extrair a imagem de dentro do filtro. Tráfico Negreiro, Série: Amores Teóricos e Uma gota de sangue negro são outros exemplos de trabalhos em exposição.

Encontros com o artista - Além da mostra, o público poderá conversar com o artista plástico Tiago Gualberto, autor da exposição, nesta terça-feira, dia 30, às 10h. Para participar do encontro com o artista é necessário realizar agendamento prévio no SESC São Caetano.

Artista - Tiago Gualberto nasceu em Igarapé, Minas Gerais, em 1983. Em 2002, iniciou seus estudos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais onde, além dos princípios da gravura, do desenho e da pintura, fez parte do 'Programa Ações Afirmativas', composto por grandes intelectuais negros. Este contato se torna primordial para consolidação de seu pensamento que reflete a questão racial no Brasil, mais precisamente o negro e suas memórias. Seu trajeto passa por importantes exposições individuais e coletivas, tais como Festival de Arte Negra de Belo Horizonte - FAN 2009; “Um olhar sobre a arte contemporânea brasileira” - Museu Afrobrasil e “Encontro entre os mares” - Bienal de Valência (Espanha) em 2007. Sua obra reforça o universo popular, por meio da xilogravura e de objetos comuns à memória do homem negro brasileiro.

Mais informações à imprensa:
Maria do Socorro Diogo - msdiogo@companhiadeimprensa.com.br
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