Vinte e quatro equipes representarão o Interior de SP esta semana, de 21 a 24 de outubro, na XII Competição SAE BRASIL AeroDesign, que será realizada no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos. Ao todo, a competição reunirá 96 equipes, que projetaram e construíram aeronaves rádiocontroladas exclusivamente para disputar o evento aeronáutico.
As 96 equipes (91 em 2009) reúnem cerca de 1,3 mil estudantes de engenharia, de 80 instituições de ensino da Venezuela, México, EUA, Índia, além do Brasil. Do interior paulista disputarão universitários de 12 escolas de engenharia de Bauru, Campinas, Guaratinguetá, Ilha Solteira, Salto, São Carlos, São José dos Campos, Sorocaba e Taubaté.
Os aviões são classificados em três categorias. Com aeronaves de dimensões reduzidas, a Classe Micro não impõe restrições geométricas aos projetos nem ao número de motores, porém a aeronave deve ser transportada numa caixa de 0,125m³. Na categoria, os aviões podem usar motores elétricos e devem decolar em até 30,5m.
Na Classe Regular, os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10 cm3 ou 0,61 in3). O regulamento impõe restrições geométricas que delimitam as dimensões máximas das aeronaves, que devem ser capazes de decolar em distância máxima delimitada, de 30,5m ou 61m.
Outra categoria é a Classe Aberta, que não impõe restrições geométricas à aeronave ou ao número de motores instalados, desde que a soma das cilindradas dos motores não ultrapasse 14,9 cc (ou 0,91 in3). A distância máxima de decolagem não pode exceder 61m. Esta é a única categoria com a participação de pós-graduandos.
Bauru - Da Classe Aberta, a equipe FEB Open, da Universidade Estadual Paulista de Bauru (UNESP), projetou um monoplano de cauda V, de baixo peso e elevada capacidade de carga, tendência na competição. O protótipo pesa 6 kg e pode transportar 28,9 kg de carga. ”Desenvolvemos um programa no Excel que nos mostrou 60 mil tipos de aviões, entre eles escolhemos o mais leve e resistente”, conta Diego Monteiro, capitão da equipe, que espera o primeiro lugar na classificação geral. A UNESP Bauru também será representada pelas equipes FEB Micro e FEB Regular.
São Carlos – Na Classe Micro, uma das equipes é a EESC USP Mike, da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, com monoplano dotado de motor elétrico e empenagem convencional. “A inovação está na estrutura da aeronave, de fácil construção e montagem”, diz Douglas Yamamoto, capitão da equipe, que guarda segredo sobre os detalhes do projeto, desenvolvido com mais seis estudantes. A equipe foi campeã brasileira em 2009 e este ano venceu a SAE Aerodesign East Competition, no Texas, EUA. A universidade também disputará com as equipes EESC-USP Bravo e EESC-USP Alpha, ambas da Classe Regular; e também com a EESC USP Charlie, da Classe Aberta.
SJCampos – Da Classe Regular, a equipe FlyUnip, da Universidade Paulista, de SJCampos, desenvolveu estudo sobre a utilização de flaps (abas articuladas na asa), para ampliar a força de sustentação em diferentes condições de vôo e tornar o projeto mais competitivo. “Com o flap o nosso avião poderá carregar maior peso de carga e aumentar o desempenho aerodinâmico”, diz Larissa Lemes Avari, uma das quatro capitãs na SAE AeroDesign.
Outras equipes do Interior são a Leviatã, Feng e 100 Limites, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica/SJCampos; equipes Aerofeg Jr. e Aerofeg, da Unesp Guaratinguetá; equipe Zebra, da Unesp Ilha Solteira; equipes Urubus Micro e Urubus, da Unicamp; equipe Aerodesign ETEP, do CETEC SJCampos; equipe Flying Box da Facens; Fateco-teco, da Fatec SJCampos; equipe Tapera; do Instituto Federal de São Paulo/Salto; DogFight, da Unitau; Aerovap, da Universidade do Vale do Paraíba; e equipe Dragão Branco, da Universidade Federal de São Carlos.
No DCTA, as equipes e seus aviões serão submetidos a avaliações teóricas e práticas, aplicadas por engenheiros aeronáuticos, em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme o regulamento baseado em desafios reais enfrentados pela indústria do setor e disponível no site da SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br.
No final da competição, a duas equipes da Classe Regular, uma Classe Aberta e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores pontuações em suas respectivas categorias ganharão o direito de representarem o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2011, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: cinco primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Aberta e um primeiro lugar Classe Micro, sendo que esta última categoria passou a ser disputada no Brasil apenas a partir de 2009. A SAE East Competition é realizada pela SAE International, que deu origem à SAE BRASIL e da qual esta é afiliada
Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, através de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas.
Mário Guitti, diretor de Simpósios e Programas Estudantis da SAE BRASIL, ressalta que o Projeto SAE BRASIL AeroDesign não é apenas uma contribuição à formação técnica dos participantes, mas também ao desenvolvimento de outras habilidades, como trabalho em equipe, capacidade de liderança e planejamento, habilidade de vender idéias e projetos, além de incentivar o comportamento ético e profissional. “São características importantes no mundo da engenharia”, afirma o diretor da SAE BRASIL.
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