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 Release
23/06/2010
Manufatura ganha flexibilidade no Brasil, mas depende de choque de competitividade

No Simpósio de Manufatura da SAE BRASIL, representantes do setor de produção automotiva alertam para os problemas de infraestrutura e logística que encarecem as operações e os veículos, dificultando a competição com outros países.

O investimento de R$ 40 bilhões na indústria automobilística até 2015, com o desenvolvimento de novos veículos e ampliação de fábricas, deve ser acompanhado de um choque de competitividade, capaz de solucionar os problemas de infraestrutura para tornar efetivas as iniciativas na área de produção. O alerta veio dos palestrantes do Simpósio SAE BRASIL de Manufatura Automotiva, promovido no dia 21 de junho em São Paulo.

Os efeitos da crise econômica internacional persistem, com o excesso de capacidade de produção global provocando mudanças no mapa da manufatura automotiva, deslocada para países emergentes como China, Índia e Brasil. Pressões dos players externos, deficiências logísticas e dificuldade em promover as exportações envolvem as operações brasileiras em uma verdadeira guerra para reduzir custos, tornar as linhas de montagens flexíveis e racionalizar as cadeias de suprimento.

José Eugênio Pinheiro, vice-presidente de Manufatura da General Motors, admitiu que o expressivo crescimento do mercado interno e os investimentos confirmados pela companhia na região exigiram a revisão das estratégias de produção no País. Uma das principais preocupações é elevar a capacidade de produção e tornar as linhas de montagem mais flexíveis para atender a fabricação de diferentes veículos nas mesmas instalações. “A tendência é maximizar o volume de produção, com linhas de montagens mais curtas, processos enxutos e com menor custo”, disse.

Na busca da redução de custos a Renault investiu no conceito Monozukuri, que promove as melhores práticas em todas as áreas da empresa, desde a cadeia de suprimentos até a distribuição dos produtos finais. O objetivo é gerar resultados financeiros expressivos, através da inovação, benchmarking e ferramentas Kaizen. Com o programa, a Renault otimizou o sistema de embalagens de peças na planta brasileira, antes copiado da matriz. “Ampliamos o número de peças embaladas, em alguns casos, com redução significativa de custos”, explica Marcelo Mello, gerente geral para Monozukuri da Renault.

A Volkswagen do Brasil investirá R$ 6,2 bilhões no País até 2014 para desenvolver novos produtos e elevar a capacidade de suas fábricas de São Bernardo e Taubaté, em São Paulo. A montadora passa por mudanças para implementação da manufatura digital em São Bernardo, com softwares de simulação e tecnologias 3D para otimizar processos e enxugar custos antes de o produto entrar na linha de produção.

“A aplicação da realidade virtual em processos como montagem e desmontagem de portas, estamparia, pintura, ergonomia e simulação de fluxos de produção trouxe redução de investimento, diminuição de estoque em processo, melhoria de produtividade e identificação de gargalos”, contou Marco Antonio Teixeira, diretor da fábrica Anchieta da Volkswagen. O executivo disse que a simulação da montagem final ainda proporcionou ganho de quase 20% em produtividade.

Pesados - A Mercedes-Benz do Brasil já projeta a produção de 75 mil caminhões, superando a matriz alemã, que deve montar 60 mil unidades. A montadora produz a maior parte dos sistemas que utiliza para a montagem dos caminhões e vive um de seus bons momentos no mercado. “Com a fábrica de São Bernardo no limite da capacidade, a empresa projeta a adequação da unidade de Juiz de Fora, MG, para produzir caminhões leves e o pesado Actros”, disse Roberto Bastian, diretor de Logística e Infraestrutura da Mercedes-Benz, que deverá alcançar em 2020 a produção de 200 mil unidades por ano.

Na visão de Paulo de Tarso Petroni, sócio-diretor da PricewaterhouseCoopers, a ocupação acima de 90% da capacidade produtiva prejudica as operações e leva à inserção de erros e ao aumento de custos. “O ideal é que as fábricas trabalhem com 70% da capacidade instalada, para não gerar estresse e falhas“, aconselhou. Petroni analisou o cenário econômico no Brasil e disse que o aumento do poder aquisitivo da populacão e os investimentos até 2020, junto com eventos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, trarão grandes oportunidades para o setor da mobilidade nos próximos anos.

“O desafio é ser competitivo. Com a agressividade das mudanças, é preciso agir rápido, reduzir custos e valorizar a inovação. O ciclo de vida dos produtos fica cada vez menor e temos de fazer modelos e versões de baixo custo e com diferenciais", disse. Petroni destacou ainda que a produção anunciada de veículos não será capaz de atender a demanda, exigindo novas estratégias.

Os gargalos em suprimentos foram avaliados por Mauricélio Faria, gerente de Logística da Fiat Automóveis. Para ele, o Brasil poderá sofrer um ‘apagão logístico’ nos próximos anos. “Investimos muito em produção, mas temos aeroportos que demoram para liberar mercadorias, portos com custos elevados, cabotagem subutilizada e estradas em estado precário”, alertou, enfatizando que o custo da logística no Brasil é alto e prejudica a competitividade da indústria brasileira.

Mauricélio Faria afirmou que enquanto o custo logístico local representa 11,6% do PIB, nos Estados Unidos não chega a 8%. “Os investimentos em fábricas, projetos e inovação perderão a eficiência se os gargalos continuarem no nível atual”, disse.

Aeroespacial - A Embraer passou por uma revolução na manufatura para ganhar competitividade, como transformar a produção artesanal em processos “lean” para montar 240 aviões por ano. Desde 2007, a empresa utiliza manufatura digital e automação, além do programa Kaizen de melhoria contínua.

"Conseguimos reduzir em 50% a movimentação dos aviões dentro do parque fabril e otimizar o tempo de produção de 22 para 12 dias. Já as não-conformidades foram reduzidas em 89% de 2007 para cá", relatou Francisco Luciano Soares Neto, diretor de Estratégia Industrial na Embraer, que estrutura novas plantas em Portugal e nos Estados Unidos. "O objetivo é proteger os negócios nos nossos maiores mercados", explicou.

A Dana também promoveu grande reestruturação no período de crise econômica mundial e passou a focar em produtos e processos globais. Em 2008, consolidou a implantação da cultura “lean”, reduziu a gama de produtos oferecidos e reestruturou o comando da empresa, presente em 26 países. "Em um ano tivemos um ganho de performance de mais de 1.000%", relatou Harro Burmann, presidente da Dana para a América do Sul.

Workshop na VW – No dia 22 de junho, a Volkswagen recebeu participantes do simpósio de manufatura para um workshop e visita às linhas de produção na fábrica Anchieta. O diretor da unidade, Marco Antonio Teixeira, destacou os esforços da empresa no desenvolvimento de pessoal, em colaboração com o Senai, e o foco em inovação e tecnologia.

Vagner Galeote, vice-presidente da SAE BRASIL, afirmou que é importante aproveitar os investimentos expressivos atuais na indústria automobilística para incentivar um aumento de competitividade. "Precisamos investir em inovação e na criação de produtos globais com maior qualidade e durabilidade. O momento é agora", garante.




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A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega engenheiros, técnicos e executivos unidos pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.
A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países.

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