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 Release
17/08/2009
Diesel, o eterno vilão. Até quando?

*Engº Roberto Falcão

Toda vez que uma reportagem é publicada sobre veículos Diesel, a foto é sempre a de um escapamento soltando um tucho de fumaça preta. As imagens da TV não são diferentes. Sempre mostram que o Diesel polui mais, que o Brasil tem déficit na produção do óleo e que importa o produto e exporta gasolina. Sempre dizem que o nosso Diesel tem alto teor de enxofre, que os veículos com este combustível têm elevado custo de manutenção. E por aí afora.

Isso é o que está na cabeça da grande maioria dos brasileiros, e vem do fato de termos uma frota de veículos comerciais velha, sem manutenção e renovação. Mas essas informações não são mais a realidade nos dias de hoje. Hoje nos motores Diesel com injeção eletrônica, a fumaça preta dos escapamentos não existe mais. Motores antigos, com injeção mecânica, permitem alteração na regulagem, fator gerador da fumaça preta. Para os veículos antigos a inspeção veicular obrigatória resolveria esse problema.

Além disso, os novos veículos Diesel possuem sistemas de controle que garantem o atendimento das regulamentações mundiais mais exigentes quanto às emissões, e que não são inferiores às exigências dos veículos a gasolina ou álcool.

Muitos palpitam sobre a falta de Diesel. Engana-se quem acha que o Brasil só exporta gasolina e importa parte do óleo Diesel que consome. O Brasil também é exportador de óleo Diesel. Nesse ano, já exportamos 426.765 m³ de óleo Diesel contra uma importação de 911.523 m³. Em relação a 2008, importamos até maio menos 63,1% e exportamos mais 95,0% de óleo Diesel. Por outro lado, as exportações de gasolina diminuíram em 24,1%. O saldo dessas operações é positivo, pois exportamos US$ 388.917.079 e importamos US$ 357.050.734, um saldo de US$ 31.866.345. Está tudo no site da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Para quem ainda não sabe, o Brasil será autossuficiente na produção de óleo Diesel a partir de 2011. E grande parte do GNV (gás natural veicular) utilizado nos veículos é importada, e que não existe nenhum controle dos níveis de emissões dos automóveis adaptados com kit gás.

Outra desinformação é sobre a quantidade de enxofre no Diesel. A Petrobras está obrigada a substituir todo o Diesel metropolitano, hoje com 500 ppm de enxofre por Diesel, por 50 ppm até 1º de janeiro de 2013. Para quem não sabe, hoje já temos Diesel com 50 ppm em seis capitais brasileiras: Belém, Fortaleza, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro e em Curitiba. A partir de 2013 a obrigatoriedade será do Diesel 10 ppm.

Também está equivocado quem pensa que a manutenção de um carro a Diesel é mais complexa e tem custo bem maior. Isso podia ser no tempo da injeção mecânica. Os motores Diesel são muito mais robustos e têm maior durabilidade. Isso sem contar que os atuais possuem injeção eletrônica e tratamento dos gases de escape, como se fossem motores a gasolina. Pena que poucos brasileiros saibam que os motores Diesel são mais eficientes, porque produzem mais energia com uma mesma quantidade de combustível.

Mas esses tabus têm explicação: a proibição da venda de carro de passeio com motor Diesel há mais de 30 anos no Brasil. Neste período, o País perdeu muitas oportunidades de desenvolvimento tecnológico e de negócios, pois sendo um tradicional exportador de motores Diesel pesados, para ônibus e caminhões, poderia também estar enviando para outros países motores leves.

A nossa indústria, que é extremamente competitiva na produção de fundidos, forjados e usinagem, possui igualmente a vantagem de fabricar aqui os precisos e avançados sistemas de injeção. Estima-se que uma única fábrica para 100 mil motores/ano representará um investimento da ordem de US$ 200 milhões e, com isso, uma geração superior 700 empregos diretos e 3,5 mil indiretos.

E com a possibilidade do uso de biocombustíveis, como o biodiesel, o Diesel de cana-de-açúcar (é isso mesmo, já temos tecnologia para isso), as vantagens dos motores Diesel serão ainda maiores, principalmente no aspecto ambiental. Portanto, temos de acabar com essa proibição dos automóveis Diesel, dando liberdade de escolha ao consumidor e criando oportunidades para o desenvolvimento tecnológico de nossa indústria.

*Roberto Falcão é membro da Comissão Técnica de Tecnologia Diesel da SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade)



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