Home | Institucional | Clientes | Releases | Artigos | Produtos e Serviços | Contato

 Release
03/09/2009
Legislação de emissões para off-road é mesmo necessária?

Por Vicente Pimenta *

Não existe no Brasil qualquer legislação para restringir a emissão dos poluentes que saem pelo escapamento das máquinas fora de estrada, como geradores, tratores e empilhadeiras, a exemplo de muitos países. A pergunta que vem é: controlar a emissão de poluentes destas máquinas é mesmo necessário? Ou ainda: o impacto causado no meio ambiente é significativo? O assunto é complexo e pode ser visto por diversos aspectos, seja para recomendar uma lei de emissões que regulamente o setor ou para rejeitar a sua aplicação no País.

Não há dúvida de que as máquinas são pouco expressivas em termos de quantidade no Brasil se comparadas aos automóveis. Por outro lado, têm volume de motor consideravelmente maior do que os veículos e trabalham, em alguns casos, sem parar, ou seja, consomem mais combustíveis e emitem mais poluentes.

Outro ponto a ser considerado é a localização das máquinas que estão, em sua maioria, no interior do País, onde a poluição existente é muito baixa. Assim, para efeitos de qualidade de vida nas grandes cidades, talvez seja pouco representativo o ganho que a legislação trará. Já nos Estados Unidos, onde a frota de equipamentos fora de estrada é bem maior do que a brasileira, estudos conduzidos pela EPA (Environmental Protection Agency) indicaram que a participação das máquinas no total das emissões do país é significativa e que se fazia necessário este controle por lá. Mas no Brasil, estudos dessa natureza não existem.

No entanto, a condição a que estão sujeitos os fabricantes de equipamentos instalados no Brasil é um forte argumento em favor da legislação, já que a ausência de regulamentação que restrinja minimamente os fabricantes a colocarem as suas máquinas no mercado abre as portas do País para os produtos estrangeiros, muitas vezes sem qualidade com preços muito baixos e sem rede de manutenção, minando a capacidade competitiva do produtor nacional.

Hoje qualquer empresa consegue colocar seu produto no Brasil. Ter uma regulamentação de emissões apresentaria, no mínimo, uma dificuldade aos importadores, assim como evitaria que fossem jogadas em nosso País máquinas sem compromisso algum com o meio ambiente, a economia de combustível, os direitos dos operadores de suas máquinas e com a segurança do usuário.

Mas o controle das emissões tem custo. As máquinas, sem os sofisticados sistemas de injeção e de pós-tratamento, e sem todos os componentes adicionados para que o controle das emissões seja efetivo, saem mais em conta, o que equivale a dizer que a comunidade como um todo é quem subsidia a melhoria do meio ambiente. Diferentemente do proprietário do automóvel, que compra um carro com baixos índices de emissão, paga mais caro por isso e assume a diferença, o proprietário de uma máquina tem o custo inicial e operacional do equipamento numa planilha que vai resultar no custo de seu produto ou serviço.

Restam, portanto, perguntas-chave para a sociedade brasileira: o benefício ambiental advindo de uma legislação que restrinja as emissões dos veículos fora de estrada é significativo? Qual o acréscimo de custo que a sociedade brasileira está disposta a pagar pela melhoria do meio ambiente? As empresas do segmento já estão preparadas para fornecer produtos compatíveis com as necessidades do Brasil?

Não há dúvida que o assunto é importante e merece um debate mais profundo. O start da discussão será dado no dia 6 de outubro, quando o Congresso SAE BRASIL 2009 reunirá, em São Paulo, representantes do segmento agrícola, de movimentação de terra e do governo para trazer suas visões sobre o assunto, considerando as oportunidades e limitações que uma legislação de emissões poderia trazer ao País.


* Vicente Pimenta é diretor do Comitê de Máquinas Agrícolas e de Construção do Congresso SAE BRASIL 2009



Mais informações à imprensa:
Maria do Socorro Diogo - msdiogo@companhiadeimprensa.com.br
Estefania Basso – estefania@companhiadeimprensa.com.br
Telefones: (11) 4435-0000 / 7204-1921

 Buscar release:
   
 Perfil da empresa

A SAE BRASIL é uma associação sem fins lucrativos que congrega engenheiros, técnicos e executivos unidos pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terrestre, marítima e aeroespacial.
A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento para os profissionais brasileiros da mobilidade, em face da integração do País ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. Desde então a SAE BRASIL tem experimentado extraordinário crescimento, totalizando mais de 6 mil associados e 10 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo Sul do Brasil, constituindo-se hoje na mais importante sociedade de engenharia da mobilidade do País.
A SAE BRASIL é filiada à SAE INTERNATIONAL, associação com os mesmos fins e objetivos, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, dentre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison, e tem se constituído, ao longo de mais de um século de existência, em uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios distribuídos por cerca de 100 países.

Divisão Assessoria de Imprensa • Rua Álvares de Azevedo, 210 • Cj. 41 • Santo André • SP • Fone/Fax (11) 4435-0000
Divisão Publicações • Rua Álvares de Azevedo, 210 • Cj. 61 • Centro • Santo André • SP • Fone (11) 4432-4000 • Fax (11) 4990-8308