A cada 50 anos acontecem avanços tecnológicos que trazem como conseqüência a evolução da humanidade e da economia. Depois do surgimento da informática, a nanotecnologia, já aplicada em várias áreas, inclusive na automotiva, anuncia uma nova revolução. É o que mostra o 'paper' de Juliano Fujioka Mologni, intitulado “Possíveis Aplicações da Nanotecnologia na Arquitetura Elétrica/Eletrônica Automotiva”, que terá sua apresentação neste dia 8 de outubro, às 17h, durante o Congresso SAE BRASIL 2008, no Expo Center Norte, em São Paulo.
“A nanotecnologia é um campo muito promissor, já que tem a capacidade de controlar sistemas e materiais em nano escala. O link entre as escalas micro e atômicas produz sistemas que apresentam propriedades únicas nunca vistas antes no macro-mundo”, destaca o engenheiro Juliano Fujioka Mologni.
No estudo, Mologni mostra que a indústria automotiva já pesquisa os benefícios da nanotecnologia, e futuras aplicações na arquitetura elétrico/eletrônica estão sendo projetadas. “A aplicação da nanotecnologia é vasta e seus benefícios podem ser inúmeros, como a redução do consumo de combustíveis, de energia e na criação de materiais hidrofóbicos, que apresentam superfície na qual a gota d’água não fica parada”, ressalta o autor.
De acordo com o pesquisador, cristais fotônicos com aplicação da nanotecnologia, que permitem o roteamento da fibra óptica, que possibilitam o aumento do desempenho das antenas GPS, devem chegar ao mercado em 2016. Outra vantagem, segundo o pesquisador é com relação à sua aplicação em materiais que suportam altas temperaturas, como locais próximos ao motor.
“Meu trabalho propõe que o Brasil se estruture, em termos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, para o desenvolvimento da nanotecnologia, que é uma área revolucionária. Não podemos ficar atrás tecnologicamente”, alerta.
Suspensão - Destaque também para o 'paper' de Cláudio Crivellaro, que trata sobre aplicações de suspensão semi-ativa em caminhonetes e outros utilitários leves. “A abordagem do trabalho é interessante porque não há muita pesquisa nessa área no Brasil”, destaca Luiz Bloem, membro do Comitê Técnico do Congresso SAE BRASIL.
De acordo com Bloem, a suspensão passiva é a produzida no Brasil, no entanto, as suspensões semi-ativas trazem vantagens, como a compensação de perturbações na dinâmica do veículo, por meio da utilização de sistemas de amortecimento variável. “O trabalho apresenta os principais aspectos e barreiras técnicas com relação ao desenvolvimento de sistemas de suspensão semi-ativos para caminhonetes e indica alguns pontos importantes para a viabilização destes sistemas”, destaca.
Papers - Dos 408 trabalhos inscritos (121 a mais que no ano passado), 120 serão apresentados durante o Congresso SAE BRASIL 2008, que será realizado de 7 a 9 de outubro. Desenvolvidos por profissionais de indústrias e universidades do Brasil e do Exterior, os ‘papers’ refletem as preocupações do setor da mobilidade e a busca por soluções. Clique em href="http://www.saebrasil.org.br/eventos/congresso2008/site_novo/portugues/index.html"paper para ver os resumos.
O XVII Congresso e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade SAE BRASIL também contará com 16 fóruns e painéis, nas áreas de veículos comerciais, transportes, gestão, aeroespacial, educação, manufatura, veículos de passeio, máquinas agrícolas e de construção, duas rodas e ferroviário. Uma exposição com as últimas tecnologias desenvolvidas pelas principais marcas do setor da mobilidade do País e Exterior, entre montadoras, sistemistas e demais empresas do segmento, também está programada.
Sob o comando da engenheira Flávia Piovacari e com o tema 'Projetos globais: oportunidades e desafios para a engenharia da mobilidade', o Congresso é dirigido a executivos, engenheiros, representantes do governo, consultores e acadêmicos de toda cadeia automotiva.
Para Vilmar Fistarol, presidente da SAE BRASIL, o congresso reflete o desenvolvimento tecnológico da indústria da mobilidade brasileira e internacional, ao apresentar a tecnologia em seu estado da arte. "É um excelente espaço de networking e também para os profissionais se atualizarem tecnicamente por meio das sessões técnicas e dos fóruns de debates", afirma Fistarol.
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