Setembro é uma ótima chance de ver no cinema algumas das grandes obras que marcaram a história da telona no formato 35 milímetros. O SESC Santana apresenta, até o dia 30, ‘ÚLTIMA CHANCE EM 35. CICLO MANOEL DE OLIVEIRA’. O projeto exibe, gratuitamente, grandes produções em ciclos de filmes de diretores consagrados. Desta vez, o alvo do projeto são os longas-metragens de Manoel de Oliveira: Viagem ao Princípio do Mundo, Inquietude, Vou para Casa, Palavra e Utopia e Um Filme Falado. As exibições acontecem toda terça-feira, às 20h.
Dia 2 de setembro a Unidade programou ‘Viagem ao Princípio do Mundo’ sobre a história de um ator francês, a outra personalidade de Manoel de Oliveira, que participa de um filme rodado em Portugal. O ator, filho de um português que emigrou para a França antes da guerra, passa a sentir um enorme interesse em visitar a vila de origem de seu pai, onde ainda mora sua tia. O diretor do filme e dois outros atores o acompanham na busca. O filme foi o último trabalho do ator Marcello Mastroianni, que morreu logo depois das filmagens.
O longa tem duração de 93 minutos e será classificação 14 anos. Produzido em 1997 entre Portugal e França, com roteiro e direção de Manoel de Oliveira, o filme de ficção, traz no elenco, além de Marcello Mastroianni, Jean-Yves Gautier e Leonor Silveira. O longa-metragem recebeu o Prêmio da Crítica Internacional em 1997.
Considerado o mais velho dos cineastas em atividade no mundo, Manoel de Oliveira nasceu em dezembro de 1908, na cidade do Porto. Estreou no cinema em 1931 com o documentário Douro, Faina Fluvial, e até hoje, com 99 anos, é considerado o diretor mais representativo de Portugal. Dono de uma obra extensa e singular, Oliveira recebeu este ano (2008) o ‘Prêmio Mundial do Humanismo’, que homenageia personalidades que tenham contribuído para a defesa dos ideais do humanismo e da paz.
Confira os próximos filmes de Manoel de Oliveira, em setembro no SESC Santana:
Inquietude - Portugal / França, 1998 – 115 min. Tríptico composto da adaptação – a princípio improvável - de três textos heterogêneos: 'Os Imortais', peça teatral de Prista Monteiro, 'Suzy', romance de Antonio Patrício, e 'Mãe de Um Rio', narrativa mítica reformulada por Agustina Bessa-Luis. A primeira, em tom falsamente filosófico, se debruça sobre os tormentos de um velho pai que induz o filho ao suicídio para que ele passe à imortalidade. A segunda, com toques de romantismo, acompanha as desventuras de uma prostituta da região do Porto, nos anos 30, cortejada por um homem destroçado pelo amor. E a terceira, influenciada pelo estilo folclórico, narra a lenda de uma jovem que descobre ter dedos de ouro. São histórias desconexas, interligadas com maestria sob o olhar do português Manoel de Oliveira, que passa de um episódio a outro sem perder a coerência e a beleza de planos inusitados e criativos. Recomendado a partir de 14 anos. Teatro. Terça-feira, 9 de setembro, às 20h. Grátis.
Vou para casa - Portugal / França, 90 min. Gilbert Valence é um ator de teatro, e o seu talento e a sua carreira deram-lhe os papéis mais importantes que um ator pode desejar. Uma noite, no fim de uma representação, a tragédia irrompe na sua vida; o seu agente e velho amigo, Georges, diz-lhe que a sua mulher, a filha e o genro acabaram de falecer num acidente. O tempo passa, a vida volta à normalidade. Gilbert Valence partilha agora o seu tempo entre o seu neto, que adora, e o teatro. Recomendado a partir de 14 anos. Teatro. Terça-feira, 16 de setembro, às 20h. Grátis.
Palavra e utopia - Portugal / França / Espanha / Brasil, 2000 - 132 min. Em 1663, o padre Antônio Vieira é chamado a Coimbra para comparecer diante do Tribunal do Santo Ofício, a terrível Inquisição. As intrigas da corte e uma desgraça passageira enfraqueceram a sua posição de célebre pregador jesuíta e amigo íntimo do falecido rei D. João IV. Perante os juizes, o padre revê o seu passado: a juventude no Brasil e os anos de noviciado na Bahia, a sua ligação à causa dos índios e os seus primeiros sucessos no púlpito. Impedido de falar pela Inquisição, o pregador refugia-se em Roma, onde a sua reputação e êxito são tão grandes que o Papa concorda em não o retirar da sua jurisdição. A rainha Cristina da Suécia, que vive em Roma desde a abdicação do trono, prende-o na corte e insiste em torná-lo seu confessor. Mas as saudades do seu país são mais fortes e Vieira regressa a Portugal. Só que a frieza do acolhimento do novo rei, D. Pedro, fazem-no partir de novo para o Brasil onde passa os últimos anos da sua vida. Recomendado a partir de 14 anos. Teatro. Terça-feira, 23 de setembro, às 20h. Grátis.
Um filme falado - Portugal / França / Itália, 2003 – 96 min. Rosa Maria, uma jovem professora de História, parte com a sua filha Maria Joana num cruzeiro que atravessa o Mediterrâneo e se dirige a Bombaim, na Índia, onde se reunirão com o seu marido. Através das diversas cidades onde o cruzeiro pára, Rosa Maria vai pela primeira vez conhecer lugares de que falava nas suas aulas, mas que nunca antes visitara. Por isso, a viagem por Ceuta, Marselha, as ruínas de Pompéia, Atenas, as pirâmides do Egito e Istambul, é também uma viagem pela civilização mediterrânea, e uma evocação de tudo o que de decisivo marcou a nossa cultura ocidental. Mas nesse cruzeiro, ela vai também conhecer três mulheres que muito a impressionam: uma francesa, empresária de renome; uma italiana, antiga modelo famosa; e uma grega, atriz e professora; e sobretudo o comandante do navio, um americano de origem polaca. Mas a caminho de um porto no Golfo Pérsico, uma estranha ameaça perturba o cruzeiro e ameaça o navio e a vida dos passageiros. Recomendado a partir de 14 anos. Teatro. Terça-feira, 30 de setembro, às 20h. Grátis.
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