Pesquisa realizada pelo GIPA (Grupo Interprofissional de Produtos Automotivos) em 2006 e apresentada neste dia 25 de junho em Ribeirão Preto, durante o 2º Encontro para Empresários da Reparação de Veículos - evento realizado pelo IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), em conjunto com o SENAI Ribeirão Preto, Sebrae, Sindirepa-SP, ACI-RP e CESVI Brasil -, mostra que o consumidor final está mudando os hábitos quanto ao local onde leva o carro para manutenção ou reparo. Para realizar serviços como troca de óleo lubrificante do motor, o consumidor tem ido menos a postos de combustível (de 43,1% em 2002 para 29,2% em 2005) e mais a oficinas mecânicas (de 23,1% em 2002 para 29,8% em 2005).
No entanto, na medida em que a procura cresce, a exigência do consumidor por qualidade na prestação dos serviços aumenta. A mesma pesquisa apontou, ainda, que confiança, segurança no reparo, bom atendimento e preços acessíveis são os principais critérios de escolha do consumidor na hora de cuidar do carro.
Apresentado pelo Sindirepa-SP, o estudo mostrou que uma das principais dificuldades das oficinas mecânicas está em encontrar mão-de-obra qualificada. “No entanto, apenas 42,8% das oficinas consultadas na pesquisa investiram em capacitação nos últimos 12 meses, enquanto as concessionárias apostaram 90,7%, lojas com bandeiras 62,9% e centros automotivos 50%”, conta Sérgio Alvarenga, diretor do Sindirepa-SP.
“Diante do cenário, é importante que os reparadores invistam na reciclagem dos profissionais para atender essa nova legião de motoristas mais conscientes, informados e ávidos por qualidade”, alertou Mário Güitti, superintendente do IQA.
Gestão de qualidade - Um dos caminhos neste sentido, de acordo com os palestrantes, é buscar a gestão de qualidade, que pode estabelecer não só indicadores para medição de resultados, como melhorar a integração da oficina com o mercado e ter um diferencial para reconhecimento do cliente. “Para manter o padrão, é importante buscar a certificação, que no setor automotivo visa qualificar e padronizar a prestação de serviços em centros de reparação”, diz Mário Güitti.
O encontro também destacou o cenário atual e futuro para reparadores de veículos de Ribeirão Preto e região. “A região de Ribeirão Preto possui uma grande frota de veículos novos, o que mostra que o mercado está aquecido e em franco crescimento. Diante disso, os empresários de toda cadeia automotiva que investirem na qualidade do serviço, com programas de certificação e capacitação profissional, além de conhecimentos sobre gestão, terão grande vantagem competitiva em relação à concorrência”, destacou o superintendente do IQA.
Reginaldo Dias de Souza, diretor do SENAI Ribeirão Preto-SP, e Rodrigo Matos do Carmo, gerente regional do SEBRAE, também falaram sobre a importância da capacitação profissional na palestra “Atualização Profissional em Centros de Reparação”. Os cursos do SENAI, as parcerias e os investimentos previstos deram o tom da apresentação.
Projeto de lei - Antônio Fiola, presidente do Sindirepa-SP, falou sobre o projeto de lei nº. 322, que dispõe sobre normas básicas acerca das oficinas mecânicas e estabelecimentos assemelhados que funcionam no Estado de São Paulo.
Segundo Fiola, o projeto de lei tem como objetivo a qualificação de profissionais da reparação para melhorar o atendimento. “Sua aprovação representará um avanço significativo, já que resultará em mais profissionalismo nas empresas de reparação de veículos”, enfatizou o presidente do Sindirepa-SP, que apontou vantagens da regulamentação, como padronização, abrangência, penalidade, maior fiscalização e conscientização. No primeiro momento a certificação não será obrigatória, porém as empresas que a possuírem estarão garantido sua adequação a lei, e isto representará um diferencial para a empresa.
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