A equipe Car-Kará Open, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, consagrou-se neste domingo (20) campeã pela Classe Aberta na SAE Aerodesign East Competition, realizada no Cobb County Radio Control Modeler's Club, em Marietta, estado de Geórgia, Estados Unidos. As outras duas equipes brasileiras que disputaram a competição - a equipe Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet); de Minas Gerais; e a equipe EESC-USP, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo/USP -, ficaram em terceiro e quarto lugares, respectivamente.
Realizada pela SAE International e com um total de 58 equipes inscritas, a SAE Aerodesign East Competition teve início no dia 18, sexta-feira, e representaram instituições de ensino, também, dos Estados Unidos, Canadá, Polônia, Venezuela e Índia. Com o excelente resultado, o Brasil consagrou-se tricampeão pela Classe Aberta, uma posição já alcançada na Classe Regular.
Na Geórgia, os aviões em escala reduzida e radiocontrolados, dos estudantes, foram submetidos a sucessivas baterias de testes, que resultaram, ainda, troféus de Melhor Projeto (Relatório + Apresentação) para a equipe EESC-USP, e Maior Peso Carregado para a equipe Cefast. O avião da equipe Cefast pesava 3 kg e conseguiu concluir a sétima bateria de vôo ao carregar 11.59 kg.
Campeã pela Classe Regular na competição brasileira, a equipe Cefast também recebeu o troféu Itinerante, prêmio que pelo quinto ano é concedido para uma equipe do Brasil. O troféu percorre o mundo e é reservado à Classe Regular. A equipe mineira, ainda, apresentou o segundo Melhor Projeto (Relatório + Apresentação) da Classe Regular na SAE Aerodesign East Competition.
Já a equipe Car-Kará Open apresentou o segundo Melhor Projeto (Relatório + Apresentação) da Classe Aberta, entre sete equipes da categoria que compareceram à competição, ao apresentar um avião com 5 m de envergadura, 7,45 kg e capacidade de transportar carga de até 25 kg. A aeronave conseguiu transportar 17,53 kg.
Rajadas de vento, topografia com muitos declives e presença de árvores ao redor do local da Prova de Vôo diminuíram a capacidade de carregamento de carga dos aviões, todos projetados e construídos por estudantes de engenharia e desafiados a realizar 9 baterias de vôo.
As três equipes ganharam o direito de representar o Brasil na East Competition após conquistarem as melhores colocações na IX Competição SAE BRASIL AeroDesign, realizada em 2007 em São Paulo.
Pódio permanente – O Brasil coleciona excelentes resultados na competição internacional. Pela Classe Regular, em 2007, a equipe Uirá, da Universidade Federal de Itajubá, ficou com a terceira colocação. Em 2006, a equipe ALE-UFMG, da Universidade Federal de Minas Gerais, e a equipe Tucano, da Universidade Federal de Uberlândia, foram respectivamente campeã e vice. Em 2005, o Brasil foi campeão e vice na categoria com as equipes Car-Kará e Canarinho, esta última da Unesp Bauru. Já em 2002, foi campeão com a equipe Hércules/Abaquaraçu, da Escola de Engenharia de São Carlos da USP.
Na Classe Aberta, a equipe EESC-USP OPEN, da Escola de Engenharia de São Carlos da USP, consagrou-se, em 2006 e 2007, campeã da competição norte-americana pela Classe Aberta; e em 2004, a equipe Car-Kará, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estreou as boas colocações brasileiras na Competição, quando garantiu o terceiro lugar na categoria.
No Brasil, o Projeto AeroDesign é uma iniciativa da Seção São José dos Campos da SAE BRASIL, com início em 1999, e que este ano deverá realizar-se pela 10a. vez consecutiva em outubro. A competição é alvo de grande interesse no meio universitário, com número crescente de estudantes de graduação e pós-graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas, atraídos pelo desafio de projetar e construir aeronaves, em escala reduzida, em conformidade com o Regulamento da Competição, capazes de superar sucessivas baterias de testes demonstrando capacidade de vôo controlado, para cargas úteis crescentes, até as condições limite do projeto.
Para Carlos Alberto Briganti, diretor de Competições Estudantis da SAE BRASIL, as competições estudantis da associação e da SAE International possibilitam o aprofundamento técnico do futuro engenheiro, que passa a ter contato com desafios reais, similares aos que enfrentará depois de formado. “Independentemente das posições conquistadas, todos os participantes ganham, porque mais do que construir um veículo, eles aprendem o processo completo do desenvolvimento de um produto, da concepção até a viabilização do projeto”, afirma Briganti, ao acrescentar que estes eventos são também importantes oportunidades para desenvolver nos jovens o trabalho em equipe e a capacidade de inovação.
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