O talento acadêmico brasileiro no Aerodesign busca, esta semana, o pódio da SAE Aerodesign East Competition, nos Estados Unidos. Três equipes do Brasil disputam a competição mundial: a Cefast, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet); de Minas Gerais; a equipe EESC-USP, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo; e a Car-Kará Open, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Realizada pela SAE International, a SAE Aerodesign East Competition será disputada neste próximo final de semana (dias 18, 19 e 20), no Cobb County Radio Control Modeler's Club, em Marietta, estado de Georgia. As três equipes ganharam o direito de disputar a East Competition após conquistarem as melhores colocações na IX Competição SAE BRASIL AeroDesign, ano passado, em São Paulo.
Estão inscritas na competição norte-americana 58 equipes do Canadá, Polônia, Venezuela e Índia, além dos Estados Unidos e o Brasil, que ostenta os títulos de tricampeão pela Classe Regular (em 2002, 2005 e 2006) e bicampeão pela Classe Aberta (em 2006 e 2007). Na competição, os aviões em escala reduzida e radiocontrolados, projetados pelos estudantes de engenharia, serão submetidos a sucessivas baterias de testes.
Classe Regular - Campeã pela Classe Regular na competição brasileira, em São José dos Campos, a equipe Cefast preparou para competição nos EUA um avião que segue a mesma linha do projeto vencedor, com pequenas alterações no formato das asas e na diminuição do arrasto (atrito do ar com o avião), que poderão contribuir para um melhor desempenho aerodinâmico durante a decolagem.
“Investimos, também, na parte teórica e apresentação do projeto”, conta Guilherme Victor da Silva, capitão da equipe, que espera ficar entre as primeiras colocadas. O avião da equipe pesa cerca de 3 kg. “Ele é capaz de voar com carga quase cinco vezes superior ao seu peso, enquanto o Airbus A380, o maior avião comercial do mundo, carrega, no máximo, 2,5 vezes o próprio peso”, compara o estudante mineiro.
Segunda colocada na competição brasileira, pela Classe Regular, a equipe EESC-USP projetou um avião biplano, que pesa 3 kg, e espera ficar entre as 10 primeiras equipes colocadas. “Por existir um limite na soma das dimensões do avião, preferimos apostar com um biplano”, conta Daniel de Castro Perez, capitão da equipe. A Escola consagrou-se, em 2006 e 2007, campeã da competição norte-americana pela Classe Aberta.
Classe Aberta – Campeã brasileira em 2007, pela Classe Aberta, a equipe Car-Kará, integrada por oito estudantes, apresentará em Marietta uma aeronave com 5 m de envergadura, 6 kg e capacidade de transportar até 25 kg. A aeronave também sofreu modificações, como aumento no diâmetro das rodas, para facilitar a decolagem. Antonio Marcos Medeiros, capitão da equipe, está confiante. “Temos grande possibilidade de ganhar a competição, pois a etapa brasileira nos permite ganhar muita experiência, pois é bastante competitiva”, diz.
No Brasil, o Projeto AeroDesign é uma iniciativa da Seção São José dos Campos da SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), com início em 1999, e que este ano deverá realizar-se pela 10a. vez consecutiva em mês de outubro.
A exemplo da competição norte-americana, a versão brasileira tem sido alvo de grande interesse no meio universitário, com um número crescente de estudantes de graduação e pós-graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas, atraídos pelo desafio de projetar e construir aeronaves, em escala reduzida, em conformidade com o Regulamento da Competição, capazes de superar sucessivas baterias de testes demonstrando capacidade de vôo controlado, para cargas úteis crescentes, até as condições limite do projeto.
Vilmar Fistarol, presidente da SAE BRASIL, destaca a importância da Competição SAE BRASIL AeroDesign. “A possibilidade de participar, em equipe, do desenvolvimento de um projeto, da fase de concepção até a construção e teste do produto final, constitui uma antecipação de um cenário que caracterizada a vida, senão de todos, da grande maioria dos profissionais de engenharia”, afirma. Fistarol ao ressaltar a competência dos estudantes brasileiros. “Somos tricampeões em provas internacionais”, afirma. |
