Com títulos de campeões (quatro da FEI e um da Mauá), as cinco escolas de engenharia da região metropolitana de São Paulo irão para a XIV Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS com oito veículos. Pelo esforço e tecnologia empregados no projeto dos novos bajas, as chances de uma das oito equipes conquistar mais um título são grandes.
A competição de engenharia será realizada de 13 a 16 de março, no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), em Piracicaba, SP, e reunirá 70 equipes, de 55 instituições de ensino, de 13 estados brasileiros, além do Distrito Federal, Colômbia e Venezuela.
Para participar da XIV Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, cerca de 800 estudantes de engenharia buscaram desenvolver o melhor projeto de um carro off-road e adquirir a experiência necessária para ingressar no concorrido mercado de trabalho.
Assim, as duas equipes que obtiverem as melhores colocações ao final das provas dinâmicas e estáticas poderão representar o Brasil na Baja SAE Montreal, competição que será realizada pela SAE International, entre 11 e 14 de junho, em Montreal, no Canadá. Nos Estados Unidos, o Brasil é tricampeão da modalidade.
POLI, MAUÁ, FEI, FATEC E UNIP - Neste momento, cerca de 100 estudantes de cinco importantes instituições de ensino da Grande São Paulo - Escola Politécnica da USP, Instituto Mauá de Tecnologia, Centro Universitário da FEI, Faculdade de Tecnologia de São Paulo/Fatec e a Universidade Paulista/Unip - trabalham a todo vapor para finalizar a montagem dos bajas e iniciar os testes para a competição.
A FEI, de São Bernardo, atual campeã nacional e mundial, levará duas equipes à Piracicaba: a FEI Baja 1 e a FEI Baja 2. A novidade deste ano será um inédito sistema de rastreamento por GPS (Global Positioning System), desenvolvido pelos próprios alunos, com o auxílio de outros departamentos, que ajudará na localização dos bajas durante o Enduro de Resistência. Segundo Pedro Luiz de Souza, capitão da FEI Baja 1, a escolha por produzir o próprio GPS veio pela possibilidade de ligar o sistema aos dados já existentes do carro.
O carro da FEI Baja 1 possui suspensão traseira de eixo rígido, ‘bi-shock’ (dois amortecedores), com barra estabilizadora de controle de torção, inspirada em carros de passeio e que ajuda a garantir uma melhor dinâmica do veículo. Já o FEI Baja 2 possui suspensão tipo Semi-tralling Arm, idêntica à utilizada nos carros do Rally Dacar, por permitir aproveitar mais a dinâmica do carro nas curvas.
Já o Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano, será representado, também, por dois carros, Borneo e Atacama, bem distintos. O Baja SAE Atacama é um projeto refinado e leve (pesa 150Kg), que traz como novidade a utilização de uma caixa selada de engrenagem e alteração na geometria da suspensão traseira, que vai ajudar, principalmente, na prova de Slalon. Segundo o capitão da equipe Mauá Atacama, Thomas Guntert, o outro carro segue a linha tradicional, caracterizada pela confiabilidade. “Levando em conta a boa classificação em 2007 (7º lugar) e as alterações no carro, como redução de peso nas peças girantes, esperamos subir ao pódio”, afirma o estudante.
Na Fatec, a equipe Fatecnólogos aposta no novo câmbio do carro. Segundo Humberto Massao, capitão da equipe, apesar das dificuldades de estrutura que a equipe enfrenta para viabilizar o projeto, a expectativa é de conquistar um bom resultado na competição. “O câmbio recebeu a adição de mais uma marcha, com troca automotizada, que fará o carro alcançar uns 65 Km/h”, diz Massao.
As outras equipes da Grande SP que participarão da competição são a Poli Arsenal e Poli Kamikaze, da Escola Politécnica da USP, que em 2007 conquistou a 5ª colocação na classificação geral com a equipe Poli Torpedo; e a equipe Baja Unip, da Universidade Paulista/Unip.
Vilmar Fistarol, presidente da SAE BRASIL, destaca o caráter educativo da Competição Baja SAE. “A competição estudantil da associação possibilita o aprofundamento técnico dos futuros engenheiros, que passam a ter contato com desafios reais, similares aos que enfrentarão depois de formados”, afirma Fistarol, ao lembrar que os universitários brasileiros são tricampeões mundiais na categoria Baja SAE, em competições realizadas nos EUA.
COMPETIÇÃO - A competição teve início em janeiro, com o envio de relatórios técnicos de cada projeto e segue com o desenvolvimento e construção dos veículos quase sempre dentro das instituições de ensino. Quando chegam em Piracicaba, os Baja SAE são submetidos a avaliações de segurança, aceleração, velocidade, manobrabilidade, tração e um enduro de resistência, com quatro horas de duração, realizado em pista de terra cheia de obstáculos. Além disso, a partir deste ano, as equipes deverão apresentar o projeto para uma banca de juízes, especialistas da indústria.
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