O Grande ABC vai receber este mês dois importantes espetáculos de rua que fazem parte do Palco Giratório Brasil 2007, festival nacional da Rede SESC: as peças Navelouca, no dia 7, em Mauá; e Histórias de Teatro e Circo, dia 11, em São Caetano. As montagens vêm a convite do SESC São Caetano e são abertos ao público. Com cenário de um carro alegórico e uma nave sobre rodas que representa a embarcação de piratas, Navelouca será encenada às 15h, na praça 22 de Novembro, enquanto Histórias de Teatro e Circo se apresenta às 14h, no Parque Chico Mendes.
O projeto Palco Giratório foi criado há 10 anos pelo Departamento Nacional do SESC e nasceu da idéia de transformar as artes cênicas em rede de intercâmbio e difusão no Brasil. “Ele não só difunde as produções cênicas, como desloca e descentraliza as boas apresentações do eixo cultural Rio-São Paulo, mostrando o Brasil para o Brasil e contemplando companhias de diversas regiões do País”, afirma Luiz Fernando Figueiredo, coordenador de Programação do SESC São Caetano.
NAVELOUCA - encenado pela Cia. Brasileira de Mystérios e Novidades e criado por Ligia Veiga, nos anos 90, em São Paulo, o espetáculo tem no repertório elementos brasileiros de tradição e pesquisas sobre as raízes culturais. Na peça, a tripulação convida o público para acompanhar sua trajetória pirata pelos mares, cidades, portos e praças. Assim, um velho Capitão conta a história da legendária embarcação rebelde que percorria o mundo e recolhia loucos, poetas e excluídos.
O espetáculo tem 15 atores e uma trilha sonora composta por integrantes da própria companhia, que transforma o enredo com repentes, emboladas, operetas, valsas, tarantelas, funks, raps e samba-canções. “Ressaltamos a importância da inclusão social, independente de credo, cor ou classe social e mostramos que as pessoas consideradas as mais malucas, como poetas e filósofos, foram as que mais marcaram a nossa história cultural” afirma Ligia Veiga, diretora do espetáculo, cujo texto é uma coletânea de poetas, filósofos e pensadores, como Platão, Maiakovisky, D.H. Lawrence, Bob Dylan e Sebastian Brant.
HISTÓRIAS DE TEATRO E CIRCO - Com uma trupe formada por uma tradicional família de circo, a peça Histórias de Teatro e Circo é da cearense Cia. Carroça de Mamulengos e traz, além de atores, manipuladores de bonecos gigantes, músicos, palhaços, acrobatas e malabaristas.
Formado pela família Gomide e apresentado pela primeira vez há 30 anos, o espetáculo se divide em três momentos, um deles um desfile de personagens tradicionais que fizeram parte do crescimento das crianças da família, como a burrinha Fumacinha, os Jaraguás Rosa e Florinda, o Boi Estrelinha, junto a criações como bode Pinote, o carneirinho Belém, o tamanduá Meleta e o dragão Xodó, que brincam e dançam ao som de canções interpretadas por Carlos e Maria Gomide.
Na seqüência, a boneca gigante Mariama e seu filho Cristino apresentam uma cena poética de amamentação com texto, música e dança, que resgatam as canções de roda e de ninar. O espetáculo termina com a alegria do circo, explorada pelos palhaços pernas de pau Birico, Latinha, Tetéu, Alecrim e Aleluia, que encenam histórias inspiradas na mais autêntica tradição do circo popular. As músicas são apresentadas ao vivo. “Nosso objetivo é levar adiante a união familiar, as culturas brasileiras e, o mais importante, o amor pela vida”, explica Maria Gomide.
Sobre o festival - No total, 25 companhias e 29 espetáculos estão na programação do festival este ano, que percorrerá os estados do Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. Coordenado pelo Departamento Nacional do SESC (DN). Em São Paulo, o projeto chega a SP no formato clássico de festival, com apresentações de diversas regiões do País realizadas num único mês (agosto), em várias unidades da Capital e da Grande São Paulo.
Além do SESC São Caetano, que responde por São Caetano e Mauá, participam do festival as unidades Santo André (Santo André e São Bernardo), Ipiranga, Pompéia, Pinheiros (Osasco), Avenida Paulista, Santo Amaro e Santana. O principal objetivo é garantir que todas as regiões brasileiras possam participar da rede de distribuição e de recepção dos bens culturais.
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