Descobrir novas soluções de desenvolvimento, que atendam ao regulamento e resultem em um carro competitivo, capaz de garantir o nome da faculdade no pódio. Esta é a missão das 14 equipes representantes do Sul do País, que vão participar da 13ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS. A Competição acontece entre os dias 15 e 18 de março, no ECPA (Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo), em Piracicaba, São Paulo, e conta com 70 equipes inscritas, de 53 faculdades, de 13 estados brasileiros, além do Distrito Federal. Como prêmio, as três equipes que somarem a maior pontuação na classificação geral das provas estáticas e dinâmicas, em que os carros serão submetidos em Piracicaba, ganham o direito de representar o Brasil em junho na SAE Baja RIT, em Rochester, Nova York, EUA, realizada pela SAE International.
As 14 equipes do Sul representam 13 faculdades: de Santa Catarina, a Universidade Federal (UFSC e a única com duas equipes), Fundação Educacional da Região de Joinville, Instituto Superior Tupy e a UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina). Do Rio Grande do Sul, estão inscritas equipes da Universidade de Santa Cruz do Sul, Universidade Federal de Santa Maria; Universidade de Passo Fundo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Regional Integrada, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Unijuí (Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul) e a Faculdade Horizontina. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é única representante do Estado na Competição.
A equipe Ilhéu, da UFSC que, em 2005 e 2006, garantiu o 6º lugar na Competição, quer ficar entre as três primeiras colocadas. Otimista, a equipe trabalha no projeto há quase um ano e entre as mudanças no carro resolveu produzir todos os tubos de aço utilizados na estrutura do veículo, que utiliza uma caixa de câmbio de motocicleta, com troca manual para diminuir o custo. “Vamos levar um carro muito competitivo”, garante Fernando Arruda, capitão da equipe, que tem 17 estudantes.
A veterana equipe Piá, da UFPR, que participa da Competição desde 1995, aposta em uma suspensão traseira parecida com as de moto off-road – do tipo ‘monoshock’ - para simplificar a construção, baixar o custo e diminuir em quase 15 quilos o peso total do carro, que tem 190 quilos. A expectativa é que o carro atinja uma velocidade de 50 km/h.
Estreante na Competição, a equipe Bajasinos, da gaúcha Unisinos, também trabalha em um projeto leve, com aproximadamente 200 quilos de massa total, para garantir agilidade nas provas dinâmicas. “Como é a nossa primeira vez, esperamos ficar, pelo menos entre as 10 primeiras equipes colocadas”, diz Diomar Reus Sbardelotto, capitão da equipe.
PROVAS - Iniciativa da SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), a Competição desafia os estudantes de Engenharia a projetarem e construírem um Baja SAE (veículo fora-de-estrada, com quatro ou mais rodas, capaz de atravessar terrenos de terra acidentados e que utiliza motor padrão de 10 HP). A Competição tem início com o envio de relatórios técnicos de cada projeto e segue, ainda em janeiro, com o desenvolvimento e construção do veículo quase sempre dentro das faculdades. Quando chegam em Piracicaba, os carros são submetidos a provas que avaliam itens como conforto do operador, produção em massa, integridade estrutural e originalidade, além de provas de tração, manobrabilidade, aceleração, velocidade máxima e subida de rampa com até 45º. Na última etapa, os carros enfrentam todas as deformidades de uma pista de terra, durante um enduro de quatro horas.
Em 2006, a equipe EESC-USP sagrou-se pentacampeã nacional da modalidade, entre 68 equipes inscritas. A segunda colocada foi a equipe Mauá 2, do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul (SP), seguida pela equipe DEMEC-08, da UFMG. Nos EUA, as equipes EESC-USP e Mauá 2 garantiram, respectivamente, o 5º e o 24º lugares, entre 115 equipes do Canadá, EUA, África do Sul, México, Venezuela e Coréia do Sul, além do Brasil. Nos EUA, o Brasil é bicampeão na categoria.
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