O desejo de levar para fora do País um carro desenvolvido na faculdade e confrontá-lo com projetos de universidades dos Estados Unidos, Canadá, México, entre outros países, tem motivado cerca de 100 universitários de Minas Gerais a se dedicarem na construção de protótipos do tipo Baja SAE. Para alcançar o sonho, porém, os carros dos estudantes, de seis faculdades, terão de disputar a 13ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS, que acontece de 15 a 18 de março, do ECPA (Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo), em Piracicaba/SP. A Competição reúne 70 equipes, de 53 faculdades, 13 estados brasileiros, além do Distrito Federal.
É o caso da equipe Demec 09, formada por alunos da UFMG, terceiro lugar em 2006. A equipe trabalha num projeto simples e de fácil manutenção para melhorar a classificação e, com isso, garantir a ida aos EUA. Isso porque, ao final da Competição, a partir deste ano, as três equipes que alcançarem a melhor pontuação ganham o direito de representar o Brasil em junho na SAE Baja RIT, em Rochester, Nova York, EUA, e realizada pela SAE International.
“Apesar de simples, nosso projeto é eficiente”, afirma Marcelo Couto Mello, capitão da equipe Demec 09 e aluno do 6º período do curso Engenharia Mecânica. Para a equipe, um desafio foi desenvolver um sistema de direção e este interar com a transmissão para alcançar melhor desempenho dinâmico do carro, que entra na fase de testes em fevereiro. Outra equipe, a Mini Bala, do Cefet Minas, conseguiu reduzir cerca de 20% o peso total do carro, em relação a 2006, quando pesava 170 quilos, com a utilização de materiais como aço, alumínio, nylon, poliuretano, vidro e ligas especiais.
A equipe Baja a Vapor, da Universidade Federal de São João Del Rei, que volta à Competição depois de seis anos, buscou uma solução para o sistema de direção de modo que ao movimentar o volante em apenas 30º o carro gira de maneira rápida e eficiente. “Estamos trabalhando num ritmo acelerado desde o começo de janeiro”, comenta Márcia Regina Rodrigues Vial, capitã da equipe, que tem 13 rapazes.
Mais cinco equipes mineiras participam da Competição: da Unileste estão inscritas as equipes Baja Girls, única equipe da competição formada apenas por mulheres, e Galileu. Participam ainda as equipes Trem Baja, do Cefet/MG; equipe Saci, da Universidade Federal de Itajubá; e a equipe Cerrado, da Universidade Federal de Uberlândia.
PROVAS - Iniciativa da SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), a Competição desafia os estudantes de Engenharia a projetarem e construírem um Baja SAE (veículo fora-de-estrada, com quatro ou mais rodas, capaz de atravessar terrenos de terra acidentados e que utiliza motor padrão de 10 HP). A Competição tem início com o envio de relatórios técnicos de cada projeto e segue, ainda em janeiro, com o desenvolvimento e construção do veículo quase sempre dentro das faculdades. Quando chegam em Piracicaba, os carros são submetidos a provas que avaliam itens como conforto do operador, produção em massa, integridade estrutural e originalidade, além de provas de tração, manobrabilidade, aceleração, velocidade máxima e subida de rampa com até 45º. Na última etapa, os carros enfrentam todas as deformidades de uma pista de terra, durante um enduro de quatro horas.
Em 2006, a equipe EESC-USP sagrou-se pentacampeã nacional da modalidade, entre 68 equipes inscritas. A segunda colocada foi a equipe Mauá 2, do Instituto Mauá de Tecnologia, de São Caetano do Sul (SP), seguida pela equipe DEMEC-08, da UFMG. Nos EUA, as equipes EESC-USP e Mauá 2 garantiram, respectivamente, o 5º e o 24º lugares, entre 115 equipes do Canadá, EUA, África do Sul, México, Venezuela e Coréia do Sul, além do Brasil. Nos EUA, o Brasil é bicampeão na categoria.
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