Aprimorar as técnicas de construção de um carro do tipo Fórmula SAE, com base em experiências adquiridas em competições anteriores é a estratégia da atual campeã e também a vice-campeã, respectivamente, as equipes Solid Edge EESC-USP, da EESC-USP (Escola de Engenharia de São Carlos da USP) e V-8, da Facens (Faculdade de Engenharia de Sorocaba) para manter bons resultados na III Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Fórmula SAE. A Competição acontece de 5 a 8 de outubro, no Rio de Janeiro, no Museu Aeroespacial (avenida Marechal Fontenelle, 2000, Campos dos Afonsos). Diminuir o peso do carro é um fator em comum para melhorar o desempenho dos carros das duas equipes, únicas representantes do interior paulista na Competição.
Diante da excelente apresentação na Formula SAE West, na Califórnia (EUA) – considerada a melhor equipe estreante -, a equipe V8 trabalha para diminuir em 12% o peso total do carro, que pesa quase 250 quilos, com a utilização de materiais compostos na construção do carro. Outra mudança está no motor que agora oferece torque em baixa rotação e possibilita a saída mais rápida do carro em circuito travado como o da Competição. “Acompanhar a prova americana foi bom porque vimos novas possibilidades de construção de carros da categoria”, comenta Fernando Arruda, capitão da equipe, que testa o carro em autódromos de Sorocaba, Limeira e Piracicaba.
VETERANA – Na primeira colocação desde a primeira competição brasileira, a equipe Solid Edge EESC-USP trabalha para ter a um carro 25% também mais leve (pesa média de 200 kg). O Fórmula SAE da equipe tem dois pontos fortes este ano: sistema de troca de marcha automático, que funciona por meio de sensores de monitoramento de rotação do motor, e também um sistema de telemetria, que permite à equipe controlar por meio de antenas todo o funcionamento do carro. “Temos força de vontade, por isso acreditamos manter o resultado”, resume o estudante Luis Augusto Franciosi, capitão equipe. Os testes acontecem nas próximas semanas em Descalvado, no Kartódromo Municipal de São Carlos.
Além destas, outras sete equipes, do Brasil e da Venezuela, estão inscritas na Competição. Da Grande São Paulo estão inscritas as equipes Fórmula Unip, da Universidade Paulista; Fórmula FEI, do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), e a equipe Mauá Racing, do Instituto Mauá de Tecnologia. A equipe Atena, do Centro de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet/MG) é a única mineira na Competição. Estão inscritas, ainda, as equipes Ícarus UFRJ, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Apuama, da Universidade de Brasília (UNB); a UFC Esporte Motor, da Universidade Federal do Ceará (UFC); e a F-SAE UNEFM, da Universidad Nacional Experimental Francisco de Miranda, da Venezuela.
COMPETIÇÃO - Durante quatro dias de Competição, os carros são avaliados desde a concepção técnica (projeto, relatórios de engenharia e inspeção técnica dos veículos) até a viabilidade comercial (relatório de custos e apresentação de produto). Além disso, as equipes enfrentam provas dinâmicas, como testes de aceleração, frenagem, manobrabilidade, economia de combustível e desempenho em pista.
Ao final das provas estáticas e dinâmicas, as três equipes melhores classificadas na Competição ganham o direito de representar Brasil em duas competições internacionais realizadas nos EUA pela SAE International. A equipe campeã participa da tradicional Formula SAE, em Michigan, enquanto a vice-campeã e a terceira colocada participam da Formula SAE West, na Califórnia, onde este ano, a equipe V8, da Facens, recebeu dois prêmios, o de Melhor Equipe Iniciante (Willian C. Mitchel Rookie Award) e o prêmio para a equipe que mais demonstrou garra para vencer os desafios da competição, o SAE Perseverance Award, além de ter sido a primeira colocada na Prova de Custos.
A Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Fórmula SAE estimula os estudantes de engenharia a projetarem e construírem veículos de corrida do tipo Fórmula com motor 4 tempos de 610 cm³ (no máximo), de acordo com regras definidas pela instituição. Atualmente, a competição acontece em cinco países: Austrália, Estados Unidos, Inglaterra, Itália e Brasil, que passou a integrar o circuito mundial em 2004. Os veículos Fórmula SAE nasceram nos Estados Unidos na década de 70.
Segundo o engenheiro Gábor János Deák, presidente da SAE BRASIL, a Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Fórmula SAE tem como objetivo ampliar a capacidade de desenvolvimento tecnológico dos estudantes brasileiros de engenharia automotiva, ao propor desafios semelhantes aos encontrados em uma equipe de Fórmula profissional. “A proposta da SAE BRASIL nesta competição é trazer para o universo de desenvolvimento acadêmico uma maior especialização para os estudantes de engenharia e, nada melhor do que o projeto e execução de um veículo tipo fórmula para atingirmos este objetivo”, afirma Deák.
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