Mais de 150 estudantes de engenharia, de nove instituições de ensino superior de São José dos Campos, Guaratinguetá, São Carlos, Taubaté, Bauru, Campinas e Ilha Solteira trabalham em projetos de aviões, em escala reduzida, para participar da VIII Competição SAE BRASIL AeroDesign, que acontece de 21 a 24 de setembro, no Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos/SP. A Competição conta com 78 equipes inscritas, oriundas de 13 Estados brasileiros, mais o Distrito Federal, Venezuela e Portugal. Do total de 78 equipes inscritas, nove são da Casse Aberta e 69 da Classe Regular. Ano passado, a Competição teve 61 equipes inscritas.
Como prêmio, ao final da Competição, as duas melhores equipes da Classe Regular e a melhor equipe da Classe Aberta ganham o direito de representar o Brasil durante a SAE AeroDesign East Competition, competição equivalente e organizada pela SAE International, nos EUA, onde o Brasil coleciona excelente histórico, conquistado também por equipes do Interior paulista. Este ano, a equipe EESC-USP Open, da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), competindo na Classe Aberta, obteve inédito primeiro lugar para o Brasil e deu exemplo de criatividade do futuro engenheiro brasileiro no desenvolvimento de soluções práticas no setor aeronáutico. Na Competição, este ano, a EESC-USP comparecerá com quatro equipes.
Em busca de um título semelhante ao da EESC-USP, a equipe Montenegro, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), confia na mudança no compartimento de carga do avião, que permite a retirada da carga útil pela parte traseira da aeronave, como solução para reduzir para apenas 10 segundos o tempo de remoção da carga do avião, tempo este correspondente a 25% do empregado na edição de 2005 da Competição e assim garantir melhor pontuação em uma das etapas da Competição de Vôo.
A fuselagem da aeronave da equipe foi construída em fibra de carbono, o que dá mais leveza sem perder a resistência, segundo a equipe. “Este material é mais rápido de fabricar a aeronave e deixa a estrutura mais forte”, explica o capitão Rafael Santos Iwamura. Já a equipe Hawk, da Universidade de Taubaté (UNITAU), trabalha para melhorar as características aerodinâmicas do avião para reduzir as fontes de arrasto. “Desta maneira, proporcionamos maior eficiência energética para deixar o motor com mais potência”, acrescenta Sérgio Luiz Lousada Júnior, capitão da equipe.
A equipe Canarinho, da UNESP, campus Bauru, quer repetir o êxito de participações recentes, quando, em 2004, foi campeã da Competição SAE BRASIL AeroDesign e, em 2005, ficou em segundo lugar na SAE AeroDesign East Competition. Os estudantes da universidade irão participar da Competição com dois aviões: um pela Classe Aberta, considerado mais leve e que voa a uma altura de 15 metros aproximadamente, e outro avião pela Classe Regular, um biplano, em que destacam, como pontos fortes, a facilidade da retirada de carga, cauda em fibra de carbono e asa de isopor coberta em fibra de vidro.
Além destas equipes, outras 17 equipes oriundas do Interior paulista participam da Competição. São as equipes Urubus, da Unicamp; equipes 100 Limites e Leviatã, do ITA; equipes Aerofeg e Dédalus, da Unesp Guaratinguetá; equipe Aerolito, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); equipe Aerotau, da Unitau; equipes Apolo XIII e June Bug, da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP); equipes Dédalus 2, F.A. Bauru, Mecbauflyer e Canarinho Open, da Unesp Bauru; equipe Zebra da Unesp (Ilha Solteira); e as equipes EESC-USP Alpha, EESC-USP Bravo, EESC-USP Charlie e EESC-USP Delta da Escola de Engenharia de São Carlos.
Organizada pela Seção São José dos Campos da SAE BRASIL, a Competição, de cunho educacional, é realizada anualmente desde 1999, visando estimular universitários de graduação e pós-graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas a projetarem e construírem aeronaves radiocontroladas, em escala reduzida, e que depois são colocadas à prova, em duas etapas – Competição de Projeto e Competição de Vôo. De acordo com o Regulamento da Competição – disponível no site da SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br -, os aviões devem ser capazes de decolar e transportar cargas úteis (barras de chumbo) sempre crescentes, até as condições limite do projeto.
CATEGORIAS - As aeronaves da Classe Regular, projetadas e construídas somente por estudantes de graduação, devem ter suas dimensões máximas de envergadura, comprimento e altura definidas por um sólido (ou hangar) e possuir um compartimento de carga com as dimensões mínimas de 10,1cm x 15,2cm x 25,4cm. Além disso, os aviões utilizam motor padrão pré-estabelecido pelo regulamento, de 10cc (0,61in), e combustível fornecido pela SAE BRASIL. Já na Classe Aberta, participam estudantes também de pós-graduação, que devem desenvolver aviões com um ou mais motores, até o limite de 15,08cc (0,92in3), sem restrições dimensionais. Para ambas as classes, a distancia máxima de decolagem é de 61 metros.
Gábor János Deák, presidente da SAE BRASIL, ressalta que a Competição SAE BRASIL AeroDesign mostra o poder criativo dos engenheiros brasileiros no desenvolvimento de soluções práticas. “Os projetos realizados no âmbito da Competição SAE BRASIL AeroDesign são de excelente qualidade técnica e refletem a capacidade dos futuros engenheiros especializados em projeto aeronáutico no Brasil”, diz Deák. “Não é à toa que este é um setor em que o País ganha cada dia mais destaque no cenário internacional, tanto que os estudantes brasileiros já são tricampeões na Competição, nos Estados Unidos”, comenta Gábor János Deák.
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