Estar entre as três primeiras equipes colocadas é a meta de 22 estudantes do curso de Engenharia Mecânica, da Universidade de Brasília (UNB), que irão participar da VIII Competição SAE BRASIL AeroDesign, a ser realizada de 21 a 24 de setembro, no Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos/SP. A Competição possui 78 equipes inscritas, oriundas de 13 Estados brasileiros, mais o Distrito Federal, Venezuela e Portugal. Motivados pelo crescente desempenho nos anos anteriores, os futuros engenheiros que compõem a equipe Draco Volans, da UNB, estão confiantes em relação ao pódio. Em 2004, quando a equipe estreou na Competição, o avião alcançou a 12ª colocação na classificação geral e, em 2005, ficou em 5º lugar.
Thiago Macedo Nunes, capitão da equipe, conta que este ano a equipe está mais experiente. “O maior conhecimento dos processos de construção de uma aeronave nos ajudou a projetar e construir uma aeronave mais leve”, afirma ao explicar que a equipe utilizou um túnel virtual na concepção do projeto e isso a ajudou a obter um avião mais estável no ar. “É uma aeronave convencional, que pesa uns 3 quilos e tem asa de apenas 2 metros”, conta o estudante. O avião, construído em fibra de carbono, alumínio aeronáutico e madeira balsa, é capaz de atingir velocidade de 63 km/h e transportar em vôo 12,5 quilos de carga útil.
Outra equipe brasiliense inscrita na Classe Regular é a equipe CT-21, também da UNB. Uma das estratégias utilizadas no projeto da aeronave foi aumentar a corda da asa (ou largura da asa) do avião de 20 centímetros para 60 centímetros e assim gerar mais estabilidade na sua sustentação durante a decolagem. “Também para não correr o risco de a aeronave bater no chão no momento do pouso, colocamos a asa mais para cima do avião”, acrescenta Álvaro Fagundes Moreira, integrante da equipe, que utilizou madeira como principal matéria-prima na construção do projeto. Esta será a segunda participação da CT-21 na Competição. O avião, de 2,36 metros de envergadura, pesa 5 quilos e foi projetado para transportar em vôo até 11 quilos e atingir até 54 km/h.
Organizada pela Seção São José dos Campos da SAE BRASIL, a Competição, de cunho educacional, é realizada anualmente desde 1999, visando estimular universitários de graduação e pós-graduação em Engenharia, Física e Ciências Aeronáuticas a projetarem e construírem aeronaves radiocontroladas, em escala reduzida, e que depois são colocadas à prova, em duas etapas – Competição de Projeto e Competição de Vôo. De acordo com o Regulamento da Competição – disponível no site da SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br -, os aviões devem ser capazes de decolar e transportar cargas úteis (barras de chumbo) sempre crescentes, até as condições limite do projeto. Ao final da Competição, as duas melhores equipes da Classe Regular e a melhor equipe da Classe Aberta ganham o direito de representar o Brasil durante a SAE AeroDesign East Competition, competição equivalente realizada nos EUA e organizada pela SAE International.
CATEGORIAS - As aeronaves da Classe Regular, projetadas e construídas somente por estudantes de graduação, devem ter suas dimensões máximas de envergadura, comprimento e altura definidas por um sólido (ou hangar) e possuir um compartimento de carga com as dimensões mínimas de 10,1cm x 15,2cm x 25,4cm. Além disso, os aviões utilizam motor padrão pré-estabelecido pelo regulamento, de 10cc (0,61in), e combustível fornecido pela SAE BRASIL. Já na Classe Aberta, participam estudantes também de pós-graduação, que devem desenvolver aviões com um ou mais motores, até o limite de 15,08cc (0,92in3), sem restrições dimensionais. Para ambas as classes, a distancia máxima de decolagem é de 61 metros.
Gábor János Deák, presidente da SAE BRASIL, ressalta que a Competição SAE BRASIL AeroDesign mostra o poder criativo dos engenheiros brasileiros no desenvolvimento de soluções práticas. “Os projetos realizados no âmbito da Competição SAE BRASIL AeroDesign são de excelente qualidade técnica e refletem a capacidade dos futuros engenheiros especializados em projeto aeronáutico no Brasil”, diz Deák. “Não é à toa que este é um setor em que o País ganha cada dia mais destaque no cenário internacional, tanto que os estudantes brasileiros já são tricampeões na Competição, nos Estados Unidos”, comenta Gábor János Deák.
|