Dizer não à prática de soltar balões. Para tornar este apelo mais forte, as nove empresas que compõem a APOLO (Associação das Industrias do Pólo Petroquímico do Grande ABC) disparam, em conjunto com o 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros, no dia 8 de maio a campanha ‘Balão Não. A vida em suas mãos’. Na sexta edição, a campanha busca reduzir a queda de balões, que aumentam significativamente entre os meses de maio a julho e podem causar acidentes em residências, estabelecimentos comerciais e indústrias, como as empresas do setor petroquímico, em que os riscos são maiores.
Nos últimos anos, o ABC registrou queda nas chamadas para atendimentos a incêndios causados por balões. Dados do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros apontam uma redução de 70% no número de ocorrências entre 1998 e 2005. "Um dos fatores para a queda de chamadas são as campanhas da APOLO", afirma o major Hamilton da Silva Coelho Filho, comandante interino do 8º Grupamento.
O balanço, no entanto, não é positivo para a APOLO, que registrou em 2005 um aumento de 40% no número de queda de balões nas instalações das indústrias petroquímicas em relação ao ano anterior. Segundo levantamento do PAM (Plano de Auxílio Mútuo), que compõe as Brigadas de Incêndio das indústrias, 49 balões caíram nas empresas do Pólo em 2005 contra 35 em 2004, já em 2003 foram 27, em 2002 caíram 22 e em 2001 foram 113.
“A campanha busca educar e conscientizar as pessoas sobre os riscos que a queda de um balão pode trazer à sociedade, num processo contínuo para tentar buscar resultados”, destaca Marina Galvão, coordenadora de Comunicação da APOLO, ao afirmar que a ação se concentra em época do ano quando as tradições culturais das festas juninas e outras comemorações estimulam a prática irregular.
Orçada em R$ 400 mil, a campanha é dividida em três partes, uma delas compreende atividades com o principal público alvo: estudantes de 1ª a 8ª série do ensino fundamental de 28 escolas da rede oficial, localizadas perto de indústrias petroquímicas, que estão numa área entre São Paulo, Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra. Esta etapa prevê a distribuição de 25 mil cartilhas explicativas e a participação direta do Corpo de Bombeiros.
Haverá também o tradicional simulado de queda de balão em junho e uma ação publicitária com várias peças espalhadas por pontos estratégicos do entorno das empresas. “Precisamos que a campanha chegue a um maior número de pessoas”,
comenta Marina. A expectativa é atingir mais de 1,5 milhão de pessoas.
Desde o dia 13 de fevereiro de 1998, é crime ambiental inafiançável fabricar, vender, transportar ou soltar balões que apresentem riscos a florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou em qualquer tipo de assentamento humano. A pena pode chegar a três anos de detenção.
INTERVENÇÕES NAS ESCOLAS – Educar e conscientizar as crianças e adolescentes sobre o risco de soltar balões é o principal foco da campanha. Nas escolas, os estudantes são convidados a participar de oficinas de origami, realizar um bate-papo com bombeiros e assistir a intervenções teatrais, na sala de aula. O Grupo Teatral Hilária Troupe encena, por meio dos personagens Godofredo Aspartame, Ignácio Vita Cânula, Eva Cateter Justus e Cândido Experimentuns, a história dos doutores da Natureza e Segurança, que orientam os jovens de toda a Nação a não soltar balões. Assim, os personagens convidam os estudantes a se tornarem Fiscais do Balão. No final, os alunos recebem uma cartilha e aprendem a cantar jingles da campanha.
SIMULADO – Com o objetivo de ilustrar os estragos que a queda de um balão em chamas pode causar, a campanha terá, em maio, um simulado de queda de balão, combate a incêndio e resgate de vítimas. O simulado, com duração de 50 minutos, vai mostrar um balão em chamas caindo sobre um barraco. A ação será realizada por mais de 30 homens do 8º Grupamento do Corpo de Bombeiros do Grande ABC e de técnicos de segurança do PAM.
AÇÃO PUBLICITÁRIA – Como sustentação para a campanha, foram produzidas peças publicitárias, com o slogan Balão Não. A vida em suas mãos. Busdoors, outdoors, cartazes, folders, banners e inserções compõem o material da campanha, desenvolvida pela Kisar & Dias Comunicação e Ellas Design.
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