As equipes cariocas, brasilienses e capixabas que vão disputar a 12ª Competição SAE BRASIL-PETROBRAS de Mini Baja, entre 30 de março e 2 de abril, em Piracicaba, Interior de São Paulo, não perdem o anseio de chegar cada vez mais perto do podium, mesmo sem ter conquistado títulos na disputa. É o caso da Vitória Baja, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que, em 2004, foi a 5ª melhor colocada na classificação geral das provas. A equipe, que levará o inédito Vitória Baja 1 e o Vitória Baja 2, uma adaptação do carro anterior, está confiante. "Os dois carros têm grandes chances de vencer as provas", diz o capitão da Vitória Baja 1, Thiago Schaeffer.
A confiança na vitória se deve à capacidade dos estudantes em solucionar problemas. "Conseguimos chegar à relação ideal de transmissão", afirma Schaeffer. Já as cariocas Beirute, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e Minerva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), reduziram o peso dos carros. "Com as mudanças na estrutura, passamos de 250kg para 130kg", comemora o capitão da Minerva, André Beserra, assim como o estudante Peterson Heringer, capitão da Beirute. "Reduzimos cerca de 30kg com o uso de materiais como alumínio e fibra de vidro", diz.
Além destas, participam mais cinco equipes cariocas e duas brasilienses. Ao todo, serão 68 equipes de 51 universidades de 13 Estados brasileiros, além de Brasília. As duas escolas que alcançarem a maior pontuação na classificação geral das provas ganham o direito de representar o País na SAE Midwest Mini Baja, a ser promovida em maio deste ano pela SAE International, onde o Brasil é bicampeão (1998/2004).
EVOLUÇÃO - Força de vontade também é o combustível que move as duas equipes da Universidade de Brasília (UNB). "É uma grande evolução profissional, pois temos de pesquisar informações que ainda não recebemos durante as aulas", conta o capitão de uma das brasilienses, Marcos Vinicius Nascimento. Os estudantes apostam na adaptação feita no carro do ano passado (Os Piratas do Cerrado 1) e no veículo novo Os Piratas do Cerrado 2. "Queremos ficar entre os 10 primeiros", diz Nascimento.
A SAE BRASIL-PETROBRAS de Mini Baja, realizada pela SAE BRASIL (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade), é inspirada na SAE Midwest Mini Baja, que nasceu em 1976 na Carolina do Sul (EUA). A competição estimula o trabalho em equipe e vivência, na prática, das lições aprendidas na universidade. "É um grande laboratório de talentos para a indústria", destaca o diretor da competição, Massami Murakami.
COMPETIÇÃO - Os SAE Mini Baja são veículos projetados e construídos por alunos de graduação em Engenharia, de acordo com as regras definidas pela SAE BRASIL - www.saebrasil.org.br. O veículo é um protótipo de estrutura tubular em aço, monoposto, para uso fora-de-estrada, que deve ter quatro ou mais rodas e ser capaz de transportar pessoas com até 1,90m de altura, pesando até 113,4 kg. Sistemas como suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelos alunos, que utilizam ainda um motor padrão de 10 HP. Além disso, é tarefa das equipes buscar suporte financeiro para viabilizar o projeto.
A competição inicia com o envio dos Relatórios de Projeto e Custos em janeiro, período em que muitos veículos ainda estão em construção dentro das faculdades, e encerra com a realização de provas estáticas - são avaliados itens como conforto do operador, produção em massa, facilidade de manutenção, qualidade de montagem, conformidade do projeto e originalidade - e dinâmicas - tração, manobrabilidade, aceleração, velocidade máxima, subida de rampa e um enduro de quatro horas em uma pista de terra especialmente preparada, com obstáculos que submeterão os carros e seus pilotos a uma prova severa de durabilidade e resistência. As equipes são formadas por, no máximo, 20 estudantes e um professor orientador. É permitida a participação de até duas equipes por faculdade.
Gábor János Deák, presidente da SAE BRASIL, destaca a Competição SAE BRASIL de Mini Baja como a principal competição nacional de veículos motorizados projetados e construídos por estudantes universitários. Segundo Deák, a competição revela os novos talentos que no futuro serão os engenheiros-chefes e diretores de montadoras e demais empresas do setor da mobilidade. "Os projetos de Mini Baja são completos e com eles os estudantes desenvolvem habilidades técnicas e também humanas, pois o sucesso depende muito do trabalho em equipe", afirma.
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