Ser sede de grandes eventos deve ser entendido como promoção que uma nação faz de si, a exemplo do que acontece quando uma empresa de bens de consumo promove concurso ou distribui amostras gratuitas de produtos. Em todos os casos, com raras exceções, elas se pagam com o fluxo de turistas e de consumidores adicionais atraídos por conta deles.
Os bilhões de reais que serão investidos até 2014, somando-se recursos públicos e privados, não serão recuperadas ao longo do evento. Portanto, devemos planejar as estratégias e as ações que nos permitam capitalizar esta “promoção” ao longo do tempo, de forma que os recursos empregados sejam recuperados, ainda que aos poucos, e de diversas formas, além da financeira, como a melhoria de nossa infraestrutura e da imagem perante os estrangeiros.
Como exemplo, de acordo com o WTTC (World and Travel Tourism Council), a Alemanha teve acréscimo de cerca de 10% de turistas estrangeiros em 2006 quando foi sede da Copa do Mundo de futebol, em relação a 2005, chegando a 23,6 milhões de pessoas. E nos anos seguintes, a quantidade continuou aumentando. Já a África do Sul não teve a mesma “sorte”. Em 2010, quando foi sede do mesmo evento, teve acréscimo de pouco mais de 15% de turistas estrangeiros em relação a 2009, chegando a 11,7 milhões de pessoas. Mas de acordo com as projeções, este número sofrerá queda expressiva em 2011 e somente em 2014 deverá ser superado.
Portanto, a compreensão do evento como uma promoção de nosso País enquanto destino turístico e o adequado planejamento para fidelizar o turista é fundamental para caminharmos em direção ao desenvolvimento de nosso turismo.
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